14 - Sangue

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Antes que eu tenha a chance de empurrar Caio, sinto seu corpo ser arrancado de perto de mim com uma força impressionante

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Antes que eu tenha a chance de empurrar Caio, sinto seu corpo ser arrancado de perto de mim com uma força impressionante. Ele voa para trás, caindo de forma desajeitada no chão.

Quando levanto os olhos, vejo Beto parado à minha frente, seu olhar duro e a postura protetora deixando claro que ele não vai tolerar nenhuma ameaça. Ele se coloca como um escudo entre mim e Caio, que já começa a se levantar, esfregando o ombro onde bateu.

— Ah, então é isso mesmo? Você está com ele agora? — Caio provoca, a voz carregada de desprezo enquanto encara Beto.

Ignoro a troca de olhares entre os dois e limpo a boca com o dorso da mão, o gosto amargo do beijo indesejado ainda presente.

— O que você pensa que está fazendo? — pergunto, incrédula, minha voz firme. — Achei que já tínhamos encerrado essa história, Caio!

Ele dá uma risada sarcástica, os olhos ainda presos em mim. — Menos de uma semana atrás, você estava comigo, Helena. Jantando comigo.

Fecho os olhos por um instante, sentindo a irritação crescer dentro de mim. Aquele jantar... Foi um erro, uma péssima ideia que agora volta para me atormentar.

— Você entendeu tudo errado — digo, exalando um suspiro pesado. — Olha, Caio, chega. Tá legal? Eu só quero ir embora.

Ele hesita, o rosto contorcido entre raiva e confusão, mas não responde. Percebo Marcelo se aproximar e se posicionar ao meu lado, sua postura alerta, pronto para intervir caso as coisas saiam do controle.

— É melhor você escutar o que ela está dizendo, cara — Marcelo adverte, a voz calma, mas carregada de autoridade.

Beto não tira os olhos de Caio, o maxilar travado, os punhos cerrados e o corpo tenso, como um predador prestes a atacar. Antes que alguém possa reagir, Caio avança sobre ele com um movimento rápido e desajeitado.

Beto, com reflexos impecáveis, consegue segurá-lo, mas isso apenas dá início a uma briga caótica. Os dois trocam socos no estacionamento, suas respirações pesadas e grunhidos preenchendo o silêncio ao redor.

Beto desvia de um golpe e acerta Caio com um soco direto no rosto, fazendo-o cambalear. Caio, movido mais pelo ego do que pela razão, avança novamente, tentando agarrar Beto e desferir um soco.

— Isso é loucura! — grito, mas minha voz se perde no som dos impactos dos golpes.

Caio só podia ser muito idiota para tentar lutar contra Beto, um capitão do BOPE com anos de treinamento e experiência.

Em um momento, ambos acabam caindo no chão, rolando enquanto trocam socos. Rafaela começa a gritar, a voz dela cheia de desespero. 

— Parem com isso! Pelo amor de Deus, parem!

Olho para Marcelo, que está ao meu lado, tentando intervir. Ele avança para separar os dois, mas Beto parece determinado a descontar todas as suas frustrações em Caio.

Destinos Cruzados | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora