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"Talvez o nosso ponto de encontro seja aqui

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"Talvez o nosso ponto de encontro seja aqui. No ordinário dos dias. No calor excessivo das palavras. Na falta de saber o que fazer com elas. Nos cenários fabricados. Nas paranoias criadas. Nas preocupações manifestadas. Nas perguntas sem respostas. Nas vozes que ecoam por dentro. No falatório provocado. No eco preservado. Na vácuo entre um corpo e o outro. Na concordância não verbal de um tempo febril, que hora aquece e hora me causa calafrios."

HEITOR 🥷

Não era possível que uma porra daquela estava acontecendo de novo num espaço tão curto de tempo. E por que justo ela tinha que estar ali, numa situação fodida daquela.

Em qualquer outra circunstância talvez eu não tivesse ficado tão fodido daquele jeito, mas ela tava ali. E isso mudava tudo.

Eu sabia que quando mandei dar fim no Bernardo depois das ameaças pra Alina eles iam vir atrás, eu já tava ciente disso. Mas confesso que não imaginei que ia ser tão rápido.
Eu precisava pensar rápido, mas eu não conseguia. Porra eu não conseguia colocar o caralho da cabeça pra funcionar porque ela estava ali comigo. E isso mudava tudo.

De novo ela caiu de gaita numa arapuca daquela e eu me senti bem estranho por isso. Talvez por tudo que envolvia, por ela ser filha de quem era, eu não sei. Mais aquilo piorou e muito a situação.

Ela estava pálida, a boca esbranquiçada. Não movia um músculo se quer enquanto eu olhava pra frente, desejando que aquela não fosse minha hora, e que principalmente ninguém tocasse num fio de cabelo da branquinha. Ela não tinha nada haver com aquela porra toda.

Heitor: Mariá, escuta..- eu chamei mais ela continuou olhando pra frente.- Eu preciso que você.- eu ia continuar mais ela gritou agora olhando pra mim

Mariá: ESCUTA O CARALHO HEITOR, QUE MERDA!.- ela socou o carro e eu engoli a saliva seca, vendo os carros quase colando na gente.- DE NOVO HEITOR DE NOVO, NÃO É POSSÍVEL ISSO, NO QUE TU TÁ METIDO, ESSA GENTE QUER MATAR VOCÊ É ISSO ?.- ela falou com a voz embargada e encostou no banco de novo respirando fundo. Ela ficou quieta por alguns segundos e respirava pausadamente.

Ela tava do mesmo jeito da outra vez que passou mal. Puta que pariu..- eu soquei a porra do volante.

Heitor: Me xinga, me bate, faz a porra que tu quiser depois porque tu tá certa mesmo, tu nem tinha que tá aqui, eles tão atrás de mim não de você. Agora pega a porra do meu celular e liga pro Gabriel agora .- eu falei sério, sem desviar os olhos da estrada e ela talvez tenha entendido o quanto aquilo era sério pegando o celular e eu falei a senha

Mariá: Tem um monte de Gabriel aqui Heitor..- ela falou com a mão trêmula .- Eles tão chegando perto..- a voz dela tava seca, de um jeito que eu nunca vida

MINHA CURAOnde histórias criam vida. Descubra agora