Um ato

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O que eu estou esperando?
Passei café na pequena crença de que alguém chegaria para se servir comigo.
O café esfriou.

O que eu estou esperando?
Observo a cadeira ali, vazia,
aguardando o calor de uma presença que nunca se anuncia.
Talvez o coração tenha tropeçado, perdido-se na estrada,
ou quem sabe, sofrido alguma colisão no caminho até aqui.
Mas não, não está atrasado.
Ou será que meu relógio é que está quebrado?

A mesa posta, o cheiro do café já perdido no ar,
me pergunto: seria a solidão uma companhia silenciosa?
Será que espero por alguém
ou pela coragem de não esperar mais?

Então, o que eu estou esperando?
Talvez não seja um rosto,
nem palavras que preencham o espaço vazio.
Talvez eu espere o reencontro,
não com outro,
mas comigo mesma.

A única certeza é que o café esfriou.
E eu, entre goles mornos e pensamentos frios,
percebo que esperar é um hábito,
mas encontrar é um ato.

Fragmentos de um diaOnde histórias criam vida. Descubra agora