CAPÍTULO XVII - Mantenha a mente aberta

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Quando chegamos à rua, Lauren se vira para mim e pergunta, ansiosa:

— Como foi?

— Foi bom.

Ela me encara, desconfiada. Deito a cabeça de lado.

— Por favor, não me olhe assim, Sra. Jauregui. Seguindo ordens médicas, eu vou lhe oferecer o benefício da dúvida.

— O que isso quer dizer?

— Você vai ver.

Ela contorce os lábios e estreita os olhos.

— Entre no carro — ordena, abrindo a porta do carona do Saab.

Uau, isso é que mudança de foco. Meu BlackBerry vibra. Eu o tiro da bolsa.

Merda, é o Shawn!

— Alô!

— Camila, oi...

Olho para Lauren, que está me observando, desconfiada.

— É o Shawn — gesticulo com a boca para ela.

Ela me olha impassível, mas seus olhos enrijecem. Será que ela acha que eu não percebo? Volto minha atenção para Shawn.

— Desculpe não ter ligado para você. É sobre amanhã? — pergunto a ele, mas com os olhos fixos em Lauren.

— É. Escute, falei com alguém lá na casa da Jauregui, então já sei onde entregar as fotos, e eu devo passar lá entre cinco e seis horas... depois disso, estou livre.

Ah.

— Bem, na verdade estou ficando na casa de Lauren esses dias, e se você quiser, ela diz que não tem problema você dormir lá.

Lauren contrai os lábios.

Hum, bela anfitriã.

Shawn fica em silêncio por um instante, assimilando a notícia. Eu tremo nas bases. Ainda não tive a oportunidade de conversar com ele sobre Lauren.

Tudo bem — diz ele, afinal. — Esse negócio com a Jauregui está sério?

Eu me afasto do carro e caminho de um lado para o outro na calçada.

— Está.

— Quão sério?

Reviro os olhos e faça uma pausa.

Por que Lauren tem que ficar escutando?

— Sério.

— Ela está aí do seu lado? É por isso que você está respondendo tudo com uma palavra só?

— Sim.

— Está bem. E você tem permissão para sair amanhã?

— Claro que tenho e não preciso de permissão de ninguém, Shawn — espero. E, automaticamente, cruzo os dedos.

— Então, onde a gente se encontra?

— Você pode me buscar no trabalho — sugiro.

— Beleza.

— Mando o endereço por mensagem.

— A que horas?

— Lá pelas seis da tarde?

— Certo. A gente se vê então, Camila. Mal posso esperar, estou com saudade de você.

Sorrio.

— Beleza. A gente se vê. — Desligo o telefone e me viro.

Lauren está encostada no carro, observando-me atentamente, a expressão impossível de se ler.

Cinquenta Tons Mais Escuros (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora