Nightmare Além da Floresta

O Banquete da Escuridão

Nightmare: Além da Floresta

Capítulo 21: O Banquete da Escuridão

O silêncio que seguiu era ensurdecedor, quebrado apenas pelo som de respirações ofegantes dentro da barraca de Jason e Ellie. Eles não ousavam se mexer, nem sequer piscar, enquanto os olhos azuis e gélidos encaravam a entrada da barraca, brilhando como fósforos acesos na noite.

Então, com um movimento brusco, o tecido foi rasgado de cima a baixo. O frio da floresta entrou como um golpe, e eles se viram cara a cara com a coisa que os caçava.

A figura diante deles era alta, os ossos se projetavam sob uma pele cinzenta e esticada, como um cadáver que nunca conheceu a paz. Sua boca era larga, rasgada até as orelhas, repleta de dentes afiados que pareciam vibrar à luz pálida. De suas costas, ossos longos e retorcidos emergiam, como asas quebradas que jamais o levantariam do chão.

Ellie gritou, mas sua voz foi engolida pelo som de um rugido profundo e inumano. Jason tentou puxá-la para fora da barraca, mas a criatura foi mais rápida. Um de seus braços esqueléticos se estendeu e agarrou Jason pelo tornozelo, arrastando-o para fora com uma força brutal.

"Jason!" Ellie gritou, estendendo a mão para ele, mas já era tarde demais.

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Jason foi jogado contra uma árvore com força suficiente para partir madeira. Ele tentou levantar-se, tossindo sangue, mas a criatura já estava sobre ele. Com uma precisão sádica, a entidade cravou seus dedos longos e pontiagudos no peito de Jason, perfurando a carne e segurando suas costelas como se fossem as cordas de um instrumento.

Jason tentou gritar, mas tudo o que saiu foi um gorgolejo enquanto a criatura o levantava no ar, contemplando-o como um predador examina sua presa. Com um movimento lento e deliberado, ela começou a abrir o peito de Jason, expondo seu coração pulsante.

Ellie, ainda na barraca, ouvia os sons viscerais de carne sendo rasgada e ossos estalando. Ela tremia incontrolavelmente, lágrimas escorrendo pelo rosto. O silêncio caiu novamente, exceto pelo som da criatura mastigando algo macio e úmido.

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Do outro lado do acampamento, Mike estava em pé, segurando um galho como arma improvisada, seu rosto uma mistura de terror e determinação. Ele viu Olivia ser puxada para dentro da floresta e não conseguia deixar a imagem sair de sua mente.

"Eu não vou deixar você morrer assim," ele sussurrou para si mesmo, enquanto dava passos trêmulos para dentro da escuridão.

A floresta parecia viva, os pinheiros murmuravam em vozes inaudíveis. Então, ele a viu. Olivia estava presa a um dos troncos, mas não do jeito que ele esperava. O tronco atravessava a barriga dela de fora a fora e sua pele parecia ter sido fundida com a casca da árvore, os olhos arregalados de dor e terror enquanto pequenos galhos se enroscavam em torno de seus braços e pernas.

"Mike... ajude-me," ela sussurrou, sua voz quebrada.

Mike correu em sua direção, mas antes que pudesse alcançá-la, algo o atacou das sombras. Ele foi jogado ao chão, e quando levantou a cabeça, viu outra criatura, menor que a primeira, mas igualmente monstruosa. Essa tinha membros desproporcionais e uma cabeça que parecia dividida ao meio, com olhos espalhados por toda a face.

Ela abriu a boca e de dentro dela, uma língua longa e espinhosa chicoteou em direção a Mike, enrolando-se em seu pescoço e apertando com força. Ele tentou puxá-la, mas era como puxar arame farpado, cada movimento o cortava mais profundamente.

Enquanto era puxado para mais perto da criatura, ele olhou para Olivia pela última vez. Lágrimas escorriam por seu rosto enquanto ela sussurrava: "Desculpe."

Com um puxão final, a criatura arrancou a cabeça de Mike com um estalo horrível, deixando seu corpo cair como um boneco de trapo.

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Ellie, ainda atordoada pelo que presenciara, finalmente reuniu forças para correr. Ela correu sem direção, sem pensar, tropeçando em raízes e caindo mais de uma vez. A escuridão era absoluta, e cada passo parecia levar a mais perigo.

Ela ouvia os sussurros, vozes infantis cantando rimas antigas:

"Vem brincar no bosque, onde a luz não brilha.
Vem brincar no bosque, mas cuidado com o que trilha."

Ellie tropeçou novamente e caiu de joelhos. Ao levantar o olhar, viu as sombras ao seu redor se unindo, formando uma figura colossal que pairava sobre ela. Seus olhos azuis brilhavam com uma fome insaciável.

"Por favor... não," ela sussurrou, mas não havia misericórdia naquela floresta.

O último som que Ellie ouviu foi o de sua própria carne sendo rasgada.

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As Sombras se Retraem

Com o acampamento agora em silêncio, a floresta lentamente voltou à sua quietude mortal. As criaturas desapareceram nas sombras, deixando para trás apenas sangue, fragmentos de roupas e ecos de gritos que jamais seriam ouvidos novamente.

O xerife Trevor, ainda na delegacia, olhava para a floresta pela janela. Um pressentimento sombrio o dominou, mas ele ainda não sabia que seus planos de invadir a floresta tinham acabado de atrair atenção indesejada.

"Aquele maldito grito novamente..." Murmurou ele enquanto bebia uma xícara de café.