Lalisa desde muito jovens carrega o peso de ser uma das maiores artistas conhecidas mundialmente por sua carreira musical muito bem sucedida, mas nem só de elogios, prêmios e festas vive um artista... ela enfrenta diariamente o mundo tóxico da fama...
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— Eu não nasci pra isso!
Derramo o líquido da garrafa de whisky no copo, sendo assistida por Rosé que está sentadinha no sofá enquanto olha pra mim e me analisa em silêncio. Vim o caminho todo do hospital até a casa dela em surto, estou me sentindo a pior pessoa do mundo por ter deixado Lalisa sozinha naquele momento... talvez se tivesse deixado para tomar banho depois que ela dormisse aquilo não aconteceria. Eu sei que fiz merda, Deus está me castigando por isso.
Jennie mesmo toda ferrada ficou lá com a Lisa porque eu não aguentei nem passar perto da porta do quarto dela sem antes começar a chorar. Eu falei pessoalmente com o chefe da Jennie, expliquei a situação pra ele e entreguei o atestado médico já que ela se cortou inteira também.
E tudo isso por minha culpa!
Olho para Rosé quando o silêncio dela começa a me incomodar profundamente e dou um gole na bebida.
— Não vai falar nada? — reclamo.
— E se eu disser vai adiantar alguma coisa? Você não vai me escutar — ela dá de ombros e respira fundo quando paro na frente dela — o que foi?
— Você deveria me dizer que vai ficar tudo bem — resmungo, agora ainda mais enfezada.
Lalisa está num estado tão frágil que ontem quando Jennie saiu da sala de internação eu fiquei sem rumo, ela estava pálida, parecia ter perdido todo o sangue do corpo. As costas dela estavam inteiras arranhadas, fiquei morrendo de dó de deixá-la ali sozinha, mas não tinha mais o que fazer no hospital se Lalisa só precisava de uma única acompanhante, e obviamente Jennie se ofereceu para ficar. Ela ainda estava desacordada quando saímos de lá, e nunca tive tanto medo de falar com alguém como tive de falar com o pai dela... mas a única coisa que ele me disse quando enviei a mensagem foi que ela deveria sair do hospital até o dia do show.
Isso me causou um desconforto, não sabia que eles poderiam ser tão babacas assim... mas depois da briga que tivemos a respeito da Lalisa se afastar da Jennie, descobri que eram ainda piores do que eu pensava. Meu estômago está todo ferrado, não consigo sentir fome ou qualquer outra coisa a não ser pânico.
— Vai ficar tudo bem — ela brinca, agora sorrindo. Reviro os olhos e me jogo ao lado dela no sofá após terminar o copo de bebida.
Ela fica olhando pra mim em silêncio, refletindo. Eu sei que ela também está se sentindo culpada pelo que aconteceu, nós duas estávamos com a Lalisa, mas no momento que ela se trancou no quarto nenhuma de nós percebeu e com isso a culpa veio com tudo. Sei lá, sei que não adiantaria de nada, talvez até piorasse se eu ficasse muito perto dela no momento que ela estava tendo um surto interno, mas eu queria ter conseguido ajudar de alguma forma. Me dói muito saber disso, pensar que poderia ter feito alguma coisa.
Agora Jennie está lá, eu a fiz prometer que me mandaria mensagens a cada cinco minutos, e por mais que ela também esteja cansada, está cumprindo com a promessa. Eu levei um moletom e um cobertor pra ela para que ela pudesse passar a noite lá sem congelar no quarto já que a bichinha estava só de camiseta.
