Quebrado e inteiro ── Viktor

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Viktor reader
misswynters on tumblr

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𝐍o céu noturno, com a luz da lua brilhando através das janelas, o laboratório estava cheio do zumbido baixo das máquinas

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𝐍o céu noturno, com a luz da lua brilhando através das janelas, o laboratório estava cheio do zumbido baixo das máquinas. Havia um leve cheiro metálico do último trabalho de Viktor. Você se encostou na parede, observando-o do outro lado da sala enquanto ele trabalhava, totalmente absorto em seu último projeto. Ele havia mudado muito recentemente, tanto no corpo quanto no espírito. O aumento hextecial que agora percorria a perna dele lhe dava uma aparência poderosa e refinada, mas você sentia uma luta oculta por trás do olhar cuidadosamente guardado. Você sabia como ele estava. A mente dele estava apenas metade aqui, a outra estava perdida em algum lugar entre a ambição e a incerteza.

Ele ainda não havia notado sua chegada, pois estava concentrado demais nos mecanismos delicados do dispositivo à sua frente. Você o admirava, sua mão firme, sua concentração inabalável, a maneira como seus olhos dourados pareciam arder com um fogo que era parte paixão, parte fardo. No entanto, você podia ver o preço que isso cobrava, mesmo que ele nunca admitisse.

"Viktor", você falou suavemente, sem querer assustá-lo.

A cabeça dele se levantou e seu olhar intenso se suavizou um pouco quando ele a viu. "Ah", disse ele, soltando um suspiro, "não sabia que você estava aqui". Havia uma ponta de alívio na voz dele, como se a sua presença oferecesse a ele um alívio das profundezas da mente dele.

Você se aproximou dele lentamente, seus dedos roçando a borda da mesa. "Eu queria ter certeza de que você estava se cuidando", disse, dando-lhe um sorriso gentil. "Já se passaram dias, Viktor. Você precisa descansar."

Um lampejo de defesa cruzou seu rosto, mas ele se dissipou rapidamente, substituído por algo quase vulnerável. "Descanse", repetiu ele, com a voz embargada pela exaustão. "Parece um luxo que não posso me dar."

Você se aproximou, com o coração doendo ao vê-lo tão desgastado, tão preso entre os sonhos e as exigências do corpo. "Até mesmo os visionários precisam de um descanso", murmurou, estendendo a mão para colocar gentilmente no ombro dele. Ele estava mais quente do que você esperava, com a pele fria ao toque por causa do metal, mas ainda inconfundível.

Viktor olhou para sua mão, como se estivesse surpreso com a intimidade do gesto. O olhar dele se suavizou e ele soltou um suspiro suave e relutante. "Talvez... talvez você tenha razão", admitiu ele, com um leve sorriso que rompeu a intensidade de suas feições. "Você sempre esteve, não é mesmo?"

Havia um calor na voz dele que o puxou para mais perto e, por um momento, você se esqueceu do metal frio e do maquinário complexo que o cercava. Levantou a mão, afastando uma mecha de cabelo do rosto dele, sentindo a tensão dos ombros dele diminuir com o seu toque.

"Viktor...", você murmurou, sua voz quase tremendo com as palavras não ditas que você havia contido por tanto tempo. Ele olhou para você, olhou de verdade, seus olhos dourados refletiam algo vulnerável, algo cru que ele raramente deixava transparecer. "Sim?", perguntou ele, com a voz quase não sendo um sussurro.

Sem pensar, você se inclinou e seus dedos traçaram a linha da mandíbula dele, sentindo a maciez da pele dele contra a dureza da prótese. Os olhos dele se arregalaram ligeiramente, mas ele não se afastou. Em vez disso, ele inclinou a cabeça em sua direção, com o olhar focado apenas em seu rosto, como se você fosse a única coisa que o sustentasse naquele momento.

"Eu me preocupo com você", sussurrou, sua voz quase se perdendo no zumbido silencioso do laboratório. "Você dá tanto de si, mas deixa tão pouco espaço para..." Você hesitou, procurando as palavras certas. "Para alguém cuidar de você."

A expressão de Viktor se suavizou, a mão dele se ergueu lentamente para tocar a sua, com os dedos hesitantes, mas quentes. "Eu... não tinha percebido", ele murmurou, o olhar caindo por um momento antes de encontrar seus olhos novamente. "Mas com você, parece... diferente".

Um momento de silêncio se passou entre vocês e, nesse silêncio, as palavras não ditas permaneceram, o peso de tudo o que vocês dois haviam contido veio à tona. Lentamente, quase hesitante, Viktor se inclinou para frente, com o rosto a poucos centímetros do seu.

"Diferente como?", você perguntou, com o coração disparado ao sentir a respiração dele contra seus lábios.

"Como se eu pudesse... me perder em você", ele sussurrou, com uma vulnerabilidade na voz que te abalou profundamente.

Antes que você pudesse responder, os lábios dele tocaram os seus, suaves no início, testando, como se ele estivesse com medo de que você se afastasse. Mas você não se afastou. Em vez disso, você se inclinou para ele, suas mãos se movendo para segurar o rosto dele enquanto ele aprofundava o beijo, os dedos dele se enroscando em seu cabelo, puxando você para mais perto. Havia uma fome em seu beijo, um desespero que falava das semanas, meses, talvez até anos que ele havia passado se segurando, com medo de querer isso, de querer você.

A paixão entre vocês se acendeu, os lábios dele pressionando os seus com um fervor que surpreendeu a ambos. A mão de Viktor deslizou para a parte inferior de suas costas, puxando-o contra ele, como se ele precisasse sentir cada centímetro de você, como se tivesse medo de que você pudesse desaparecer. A respiração dele era irregular, cada expiração era uma confissão de quanto tempo ele havia se mantido longe desse momento.

Ele se afastou, apenas um pouco, com os olhos dourados procurando os seus, o rosto aberto de uma forma que você nunca tinha visto. "Você...", ele sussurrou, como se as palavras lhe faltassem, a mão dele roçando em sua bochecha. "Você é a única coisa que me faz sentir completo."

Era possível ver a tempestade de emoções em seu olhar. Desejo e esperança. Todas elas estavam entrelaçadas, vulneráveis e desprotegidas. Você o envolveu com os braços, deixando-se levar pela sensação de que ele te abraçava, com os batimentos cardíacos dele se acelerando contra os seus.

"Você não precisa carregar tudo sozinho, Viktor", sussurrou, encostando sua testa na dele, seus dedos percorrendo o braço dele, sentindo o metal frio sob as pontas dos dedos. "Eu estou aqui. Deixe-me carregar um pouco disso com você."

Ele fechou os olhos, soltando um suspiro trêmulo e segurando você, com a mão na sua nuca e os dedos emaranhados no seu cabelo. "Eu nunca pensei..." A voz dele ficou trêmula e ele demorou um pouco para se firmar. "Nunca pensei que alguém pudesse amar alguém como eu."

Seu coração doeu com as palavras, com a dúvida silenciosa que ele mantinha enterrada tão profundamente. Você inclinou o queixo dele para cima, encontrando o olhar dele com toda a força que conseguiu reunir. "Eu não o amo a despeito de nada, Viktor", disse, com a voz firme. "Eu o amo por causa de quem você é, por tudo que você é."

Por um momento, ele simplesmente olhou para você, com os olhos arregalados e vulneráveis, e então beijou você novamente, com mais força dessa vez, como se estivesse colocando no beijo tudo o que não conseguia dizer. A mão dele foi para a sua cintura, puxando-lhe ainda mais para perto, os dedos dele pressionando contra você como se você fosse a âncora dele, o único ponto firme na tempestade que era a mente dele.

Vocês dois ficaram assim, emaranhados no silêncio do laboratório, perdidos um no outro. A mão de Viktor traçava padrões suaves ao longo de suas costas, o toque dele era carinhoso, quase reverente, como se ele estivesse memorizando cada detalhe desse momento. E naquele abraço, no calor do beijo dele, você o sentiu soltar o peso que carregava, só um pouco, enquanto se permitia render-se a você, mesmo que apenas por esse momento fugaz e roubado.

©𝚜𝚟𝚌𝚊𝚗𝚝𝚜

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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