NIGHTFALL - WENCLAIR

- 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗜

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WEDNESDAY

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Meu nome é Wednesday Addams, e sim, eu tenho 117 anos. Não, você não leu errado. Eu sou uma vampira. E sim, eu ainda estou no ensino médio. Antes que pergunte, sim, é ridículo.

Na verdade, a parte ridícula não é estar repetindo o terceiro ano. O que é realmente estranho é que, apesar dos séculos que se passaram desde que comecei a frequentar essas aulas, o cenário ainda parece o mesmo. Professoras entediadas, alunos animados demais com o fato de que a única coisa que realmente importa para eles é o intervalo, e eu, sentada na primeira fila, esperando que o relógio avance um pouco mais rápido.

Ah, claro, tem também a parte onde sou obrigada a me misturar com humanos, o que não é exatamente difícil de fazer, dado que a política atual do clã principal — ou seja, nossa família — proíbe a matança de humanos. Na realidade, já não há mais nada interessante para os vampiros, porque agora somos alimentados por bolsas de sangue. A era de caça passou.

Acho que a parte mais entediante disso tudo, além das aulas em si, é a necessidade de fingir. Fingir que sou uma adolescente normal. Fingir que me importo com os problemas de todo mundo aqui. Como se as brigas sobre quem vai ser o mais popular ou quem está com quem importassem de alguma forma. Não é como se eu tivesse o menor interesse nessas coisas.

Selene, minha irmã mais velha, sempre foi o oposto de mim. Ela se encaixava perfeitamente no papel de "vampira modelo". Ela sabia como usar os outros para atingir seus objetivos, como brincar de fazer parte da "sociedade", e ainda conseguia manter sua aura de superioridade intacta. E, para ser honesta, ela adorava esse jogo.

Eu, por outro lado, nunca consegui entender o apelo. Para mim, tudo isso parecia uma farsa, uma performance ensaiada onde todos se entregavam à busca incessante por status, como se isso realmente fosse a chave para algum tipo de felicidade eterna. Selene, no entanto, estava perfeitamente confortável nesse mundo. Ela sabia como manipular, como se destacar e como fazer todos ao seu redor acreditarem que ela estava no controle — e, de certa forma, ela estava.

Quando ela entrou na sala de aula, com sua postura ereta e olhar afiado, foi como se o ambiente ao redor se moldasse de acordo com ela. Era um jogo que ela dominava, e, honestamente, eu não via sentido em competir. Eu preferia observar.

A sala estava começando a se encher, alunos esparramando-se pelos bancos, a conversa em volumes altos misturando-se com risadas e cochichos. No meio da multidão, não demorou muito até que a figura de Enid Sinclair surgisse, como uma luz que não podia ser ignorada. Sua presença era avassaladora, como se estivesse sempre no centro das atenções, e seu sorriso... ah, aquele sorriso. Era mais forçado do que sincero, mas mesmo assim, parecia funcionar com todos à sua volta.

Era irritante. Enid Sinclair era irritante.

Uma bola de pelos arrogante, com uma energia que parecia impossível de controlar, como se estivesse sempre a um segundo de explodir em algum tipo de reação impulsiva e ridícula. Ela se movia pela sala como se o mundo fosse uma extensão do seu próprio palco, cada passo dado com a certeza de que todos os olhos estavam nela — e, para ser honesta, não era tão difícil acreditar que todos, de fato, estavam. Ela era a definição de um furacão disfarçado de garota popular, sempre rodeada por uma pequena multidão de fãs e admiradores, como se sua existência fosse algo que realmente valesse a pena ser celebrado.