Os primeiros dias após a confirmação da gravidez foram uma mistura de adaptação e estranheza. Ekko e Jinx estavam ainda aprendendo a lidar com a ideia de serem pais e, ao mesmo tempo, ajustando-se a uma rotina diferente.
Jinx continuava sendo Jinx: barulhenta, impaciente e cheia de energia, mesmo com os enjoos que apareciam de vez em quando. Já Ekko estava mais atento do que nunca, triplicando os cuidados e tentando garantir que ela tivesse tudo de que precisava, mesmo que, às vezes, isso a irritasse.
Era uma manhã como outra qualquer. Ekko estava na cozinha, preparando o café, enquanto Jinx permanecia no quarto, ainda enrolada nos cobertores. Ele já sabia que ela estava acordada porque tinha ouvido os resmungos abafados quando tentou chamá-la mais cedo.
— Jinx, seu café vai esfriar! — gritou ele, de onde estava, enquanto mexia a frigideira com ovos.
— Não tô com fome! — veio a resposta preguiçosa.
Ekko suspirou, colocando a comida em um prato antes de ir até o quarto. Ele abriu a porta devagar, encontrando Jinx deitada de lado, encarando a parede.
— Você precisa comer alguma coisa. Heimerdinger disse que é importante manter uma alimentação boa.
Jinx bufou e se virou para encará-lo, os olhos semicerrados.
— Não tô com fome agora. Meu estômago ainda tá meio estranho.
Ekko se sentou na beira da cama, colocando o prato na mesinha de cabeceira.
— Tá, mas pelo menos tenta comer um pouco. Não é só por você agora, lembra?
Ela revirou os olhos, mas havia um pequeno sorriso no canto dos lábios.
— Você tá se esforçando muito pra ser o cara responsável, hein?
— Alguém tem que ser, né? — retrucou ele, rindo.
Depois de mais algumas trocas rápidas, Jinx finalmente se sentou e começou a comer, embora lentamente. Ekko ficou ao lado dela, observando-a com atenção, o que a fez arquear uma sobrancelha.
— Você vai ficar me olhando comer? Isso é meio esquisito, sabia?
— Só tô certificando que você não vai devolver isso tudo depois.
— Hah, engraçadinho.
Quando ela terminou, Ekko recolheu o prato e foi até a cozinha. Ao voltar, encontrou Jinx andando pelo quarto, mexendo nas coisas dela como se estivesse tentando se distrair.
— O que foi? — ele perguntou, encostando na porta.
Jinx suspirou e olhou para ele, cruzando os braços.
— É estranho, sabe? Eu... eu ainda não consigo acreditar nisso. Que tem alguma coisa crescendo aqui. — Ela apontou para a própria barriga, franzindo o cenho. — Tipo, o que a gente faz agora?
Ekko deu de ombros, se aproximando dela.
— Um passo de cada vez. A gente aprende juntos.
Ela o encarou por um momento antes de balançar a cabeça, o rosto se suavizando.
— Você faz isso parecer tão simples.
— Não é simples, mas também não é impossível. — Ele colocou uma mão sobre o ombro dela, sorrindo. — A gente já enfrentou coisa pior, lembra?
Jinx soltou uma risada curta, mas genuína.
— É, suponho que ser pais não vai ser tão complicado quanto lutar contra meia piltover.
Os dois riram juntos, e, por um momento, o peso da situação pareceu menor. Embora ainda houvesse muitas dúvidas, eles estavam começando a entender que o que a palavra pais significava.
O dia começou lento,então Ekko não se importou de deitar com ela novamente, Jinx permanecia deitada na cama, enrolada nos cobertores como se quisesse se fundir a eles. Ekko estava ao seu lado, encostado na cabeceira, com um livro aberto no colo e a mente longe das palavras impressas.
— Você não vai levantar hoje, não é? — perguntou ele, olhando para ela com um sorriso divertido.
Jinx abriu um olho preguiçosamente e soltou um resmungo.
— Não. Cansada demais.
Ekko fechou o livro, o sorriso diminuindo. Nos últimos dias, ele notou que o cansaço de Jinx havia aumentado, algo que o heimerdinger havia avisado que era normal no início da gravidez. Mesmo assim, ver ela tão apática era algo difícil de se acostumar.
— Quer que eu te traga alguma coisa? Água? Mais travesseiros? — ofereceu ele, sempre atento.
— Só fica aí, tá? — ela murmurou, puxando o cobertor para cobrir o rosto.
Ekko assentiu, mesmo que ela não pudesse ver, e se acomodou ao lado dela. Ele sabia que Jinx não gostava de admitir quando se sentia vulnerável, mas o simples fato de ela pedir para ele ficar já dizia muito.
Enquanto o silêncio preenchia o quarto, Ekko se perdeu em seus próprios pensamentos. O mundo lá fora parecia tão distante agora, mas ele sabia que não poderia ignorá-lo para sempre.
Vi.
O nome surgiu em sua mente, trazendo uma onda de preocupação. Nos últimos meses, ele e Vi tinham mantido contato, trocando informações sobre Zaun e Piltover. Ela sempre insistia em querer se encontrar, conversar pessoalmente, algo que ele agora via com outros olhos.
Ele olhou para Jinx, que já parecia cochilar novamente, respirando de forma tranquila. Como ele explicaria isso para Vi? Que Jinx, a pessoa que Vi mais odiava e amava no mundo, estava grávida? Que ele e Jinx estavam juntos pra valer? Que eles iriam ter um bebê? e que a vida deles estava prestes a mudar completamente?
Será que ela entenderia?
Ekko balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos. Não era só a reação de Vi que o preocupava, mas também o impacto que aquilo teria em Jinx. Ele sabia o quanto a relação delas era complicada, e a última coisa que ele queria era causar ainda mais tensão.
Mas, eventualmente, ele teria que contar. Vi tinha o direito de saber, especialmente porque continuava sendo a irmã de jinx , de tempos em tempos, esbarrava nos negócios de Ekko. Se ela descobrisse por outra pessoa... bem, as consequências poderiam ser desastrosas.
— Ekko... — A voz suave de Jinx o tirou dos pensamentos.
Ele olhou para ela, que ainda estava de olhos fechados, mas claramente acordada.
— Tá tudo bem? — ela perguntou, como se sentisse a preocupação dele.
Ekko sorriu, mesmo que ela não pudesse ver.
— Tá sim. Só pensando.
— Hm... pensa baixo, então. Tô tentando dormir aqui.
Ele soltou uma risada baixa e se inclinou para beijar a testa dela.
— Vai descansar. Eu tô aqui.
Enquanto ela voltava a cochilar, Ekko ficou acordado, seus pensamentos voltando para Vi e o que ele deveria fazer. Mas, por enquanto, decidiu que tudo podia esperar. Os dias dele era agora de Jinx, e ele faria o possível para que ela se sentisse confortável e segura, sem mais preocupações além de cuidar de si mesma e do bebê.
--
Gente eu tô entrando e saindo do castigo (minha mãe é louca) mas quando não tiver de castigo eu faço mais rascunhos e dps só posto!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ecos do passado- timebomb
FanficJinx e ekko se distanciaram drasticamente após Jinx se juntar com silco, porém depois de anos eles se reencontram e percebem como tudo mudou, distinta a descobrir sobre o novo Ekko, Jinx acaba morando por um tempo com ele, e acaba descobrindo sobre...