"ansioso"

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Meses se passaram, e o pequeno lar que Ekko e Jinx dividiam estava cheio de sinais da nova fase. A barriga de Jinx, que até então demorara a se mostrar devido ao seu porte pequeno e magro, agora estava evidente. O tempo trouxe consigo novos desafios. Ela estava em uma fase em que enjoos constantes e um cansaço extremo tornavam os dias mais complicados, e Ekko sequer cogitava sair de casa para deixá-la sozinha.

Ele tinha transformado a rotina em uma missão pessoal: preparar suas refeições, ajudar com qualquer coisa que ela precisasse e garantir que suas consultas mensais com Heimerdinger acontecessem sem problemas.

Naquela manhã, Jinx estava deitada no sofá, os pés apoiados em uma pilha de almofadas. Sua expressão era de pura irritação enquanto segurava um copo de água com limão, algo que Heimerdinger havia recomendado para ajudar nos enjoos.

— Sério, eu tô começando a achar que esse bebê odeia o que eu como. Nada para no lugar, Ekko — resmungou, tomando um gole pequeno.

Ekko estava ao lado dela, sentado no chão com um bloco de notas onde fazia esboços de algumas invenções. Ele parou o que estava fazendo e olhou para ela, sorrindo de leve.

— Ou talvez ele só tenha gostos exigentes, igual à mãe — brincou, o tom leve tentando suavizar o desconforto dela.

Jinx revirou os olhos, mas o canto de seus lábios traiu um pequeno sorriso.

— Engraçadinho. Quero ver quando for você correndo pro banheiro de cinco em cinco minutos.

Ekko riu, mas o som foi abafado pela preocupação que sentia ao vê-la assim. Mesmo que Jinx tentasse manter a atitude despreocupada de sempre, ele sabia que a fase era difícil para ela.

— Olha, você tá fazendo um ótimo trabalho, Faísca. Sério. Tudo isso é temporário, e logo vai melhorar.

Ela soltou um suspiro longo, passando a mão pela barriga que, agora, já estava bem visível mesmo sob o vestido folgado.

— Espero que sim. Tô cansada de me sentir inútil.

— Inútil? — Ekko riu de leve e se aproximou dela, apoiando a mão sobre a barriga. — Você tá criando uma vida, Jinx. Se isso não é impressionante, eu não sei o que é.

Ela olhou para ele, surpresa com o tom sincero, e acabou soltando uma risada baixa.

— Você tá ficando bom nesses discursos inspiradores. Vai virar poeta agora?

— Só tô dizendo a verdade.

Aquele momento tranquilo foi interrompido por uma batida na porta. Ekko se levantou para atender, e Jinx soltou um resmungo ao perceber que era Heimerdinger.

— Chegou cedo demais, docinho. Eu nem terminei de reclamar do dia ainda.

O pequeno cientista entrou com um sorriso caloroso e uma maleta repleta de equipamentos.

— Estou apenas mantendo o cronograma, senhorita Jinx. Cuidar da saúde de vocês dois é prioridade!

Jinx bufou, mas se acomodou no sofá para que Heimerdinger pudesse realizar os exames de rotina. Ekko ficou ao lado dela o tempo todo, segurando sua mão enquanto o cientista verificava seus sinais vitais, media a barriga e fazia algumas perguntas básicas.

— Tudo está progredindo bem — concluiu Heimerdinger após alguns minutos. — Apesar dos enjoos, a senhora está em boa forma, e o bebê parece saudável.

Jinx revirou os olhos novamente, mas Ekko apertou sua mão com carinho.

— Viu só? Tá tudo bem.

— Ainda assim, não quer dizer que eu vá parar de passar mal, né? — retrucou ela, cruzando os braços.

Ecos do passado- timebomb Onde histórias criam vida. Descubra agora