Isso é só o Começo

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Nightmare: Além da Floresta

Capítulo 23: Isso é só o Começo

A luz pálida do amanhecer mal iluminava a delegacia de Central City. Noah Walker estava sentado à frente do xerife Trevor Grace, as mãos tremendo levemente enquanto tentava relatar os horrores da última tempestade.

"Aquilo... aquilo no porão," Noah começou, a voz baixa e carregada de medo. "Era algo que eu nunca vi antes. Não era humano. E as marcas..."

Trevor ouviu com atenção, anotando cada detalhe. As descrições de Noah não eram novidade, mas a intensidade do relato mostrava o quão profundamente esses eventos estavam afetando a cidade.

"Essas marcas, Noah... Vocês descobriram algo novo?" Trevor perguntou, o olhar firme.

Noah balançou a cabeça. "Nada. Elas estão lá, mas ninguém sabe o que significam."

Trevor se levantou, pegando o chapéu. "Vamos dar uma olhada na sua casa. Mas primeiro, precisamos lidar com outra coisa."

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O Velório

O dia do velório foi pesado. A pequena igreja estava lotada, mas o silêncio era opressor. Os pais da menina, devastados, mal conseguiam se sustentar de pé. Trevor ficou ao lado do caixão, o olhar sombrio.

Jonny, Jim e Akira observavam de longe, sentindo o peso do momento. Nenhum deles ousava falar.

Depois de dias de luto, os pais da criança decidiram deixar Central City para sempre. A dor era insuportável, e a cidade, agora um constante lembrete do que haviam perdido.

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Trevor, acompanhado de Noah e alguns oficiais, investigou cada canto da casa dos Walker. O porão, palco dos horrores descritos por Noah, estava completamente vazio. Nenhum sinal da criatura, nenhuma marca que pudesse indicar algo fora do comum.

"Não há nada aqui," um dos oficiais relatou, frustrado.

Trevor concordou, mas não sem uma sensação de inquietação. "Mesmo assim, fiquem atentos. Algo está acontecendo, mesmo que não possamos ver."

Antes de sair, Trevor se dirigiu a Jonny, Jim e Akira. "Ouçam bem. Nunca mais entrem naquela floresta. Entenderam? Isso não é uma brincadeira."

Os três assentiram, mas o peso das palavras do xerife não parecia suficiente para dissipar a curiosidade crescente dentro deles.

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Os dias seguintes foram estranhamente calmos. A ausência dos gritos e dos eventos bizarros quase deu à cidade uma sensação de normalidade. Mas como todos em Central City sabiam, essa calma nunca durava.

Então, numa noite fria, os gritos voltaram. Mas dessa vez, eram diferentes. Mais fortes. Mais próximos.

As luzes da cidade piscavam, e as ruas, normalmente desertas àquela hora, logo se encheram de moradores armados com espingardas e lanternas. O grito, alto e estridente, parecia ecoar de dentro da cidade.

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Jonny estava na casa de Akira, junto com Jim. Os três estavam terminando um trabalho escolar, mas a atmosfera estava carregada. Desde os eventos recentes, Jim parecia colada em Akira, o que Jonny notava, mas nunca comentava.

"Ouviram isso?" Akira perguntou de repente, largando o lápis.

O grito. Inconfundível.

Jim ficou pálida. "Está mais perto dessa vez..."

Os três correram até a janela, tentando localizar a origem do som, mas a noite parecia engolir qualquer pista.

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Na manhã seguinte, a cidade foi surpreendida por um novo mistério. O coveiro do cemitério, pálido e visivelmente abalado, correu até a delegacia para relatar algo aterrorizante.

"Xerife! A cova da menina... foi reaberta."

Trevor congelou. "O quê?"

"O caixão... está vazio. E tem um rastro, um rastro de sangue e terra que leva direto pra entrada da floresta."

A notícia espalhou-se rapidamente, e logo uma multidão se reuniu no cemitério. Todos observavam, horrorizados, o rastro que serpenteava em direção às sombras da floresta.

Whitney, ao lado de Trevor, quebrou o silêncio. "Isso está longe de acabar."

Trevor apenas assentiu, o olhar fixo na floresta. "Preparem-se. Isso é só o começo."

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