Capítulo 1.

74 12 34
                                    

ANAHÍ.

Paguei com a língua. Julguei tanto mulheres que se sujeitam a serem amantes, que hoje estou fazendo o mesmo.

Já fazem cinco anos que estou nesse relacionamento, se é que posso chamar dessa forma.

Conheci Alfonso em um bar que fui com Dulce, minha melhor amiga. Não sabia que era comprometido, afinal, não tinha nenhuma aliança em seu dedo e ele também não falou.

Então me envolvi loucamente, sem ter medo. Com dois meses, acabei descobrindo toda a verdade, e aceitei esse papel de ser a segunda.

Dulce disse que não era certo, também deixou claro que irei sofrer com isso, ela não mentiu em nada.

Sonho em ter Alfonso só pra mim, tê-lo aos meus braços sem ter que contar os minutos.

E hoje em dia, vivo praticamente sozinha, além dele aqui comigo, só tenho a Dulce.

Ele não permite que eu tenha outras visitas.

Temos uma cláusula, não posso engravidar de jeito nenhum, Alfonso não sonha em ser pai e ainda mais de sua amante, sofro com isso e muito, mas tenho que ficar calada e aceitar.

Ele está casado com Maite há anos e não vai terminar um casamento para viver uma relação comigo, uma simples amante.

Não trabalho mais, tenho tudo o que desejo, menos o seu verdadeiro amor.

Eu sei que sou idiota por aceitar essa relação, mas eu o amo. Logo no primeiro instante que o vi.

Alfonso é um homem sério e conservado, não gosta de ser contrariado.

Quando me trouxe para morar em um dos seus apartamentos, ele deixou claro todas as regras.

Não posso receber visitas sem ele saber e dar a permissão, não tenho amigos homens, não posso trabalhar mais, só posso entrar em contato com ele quando for permitido, e a última, sendo a mais importante de todas, não posso engravidar de jeito nenhum.

Com o tempo me acostumei com as regras.

- Amiga, isso é totalmente errado. Eu sei que não é fácil, ainda mais por estar nessa posição, mas ele não pode continuar mandando em suas amizades.  - Dulce falou e seu tom não era bom, tinha irritação na voz.

- Dulce. - Respirei fundo. - Eu já me acostumei com isso tudo, já não faz diferença nenhuma, eu não quero perder ele. - Terminei de falar e vi ela levantar.

- É por isso, Anahí. - Contestou. - Por amar demais ele, você ficou cega e não enxerga que isso não é certo e que está te fazendo mal.

- Não fale dessa forma. Ele só se preocupa comigo. - Tentei amenizar.

- Aí, Deus. - Colocou as mãos no rosto.

- Dul... - Sussurrei.

- Annie, não estou lhe julgando por ser amante dele, isso nunca, só estou tentando falar que você não pode viver trancada em casa, isso não faz bem para ninguém. Nosso maior erro é amar demais, sem perceber os riscos que possa ter. - Riu sem graça.

- Eu sei, olha, vou tentar conversar com ele sobre receber visitas e ficar só em casa. - Sorri.

Dulce é tudo que tenho em minha vida. Perdi meus pais e não sobrou ninguém, tive que me virar sozinha, quando a conheci ainda tínhamos dezenove anos, hoje tenho vinte e três anos.

Ela e sua família me acolheram muito bem, tive carinho e apoio deles.

- Tudo bem. Preciso ir, ainda tenho que ajudar minha mãe com o jantar.

- Ok. Nos falamos por mensagem. - Sorrimos.

- Fique bem. - Beijou minha testa.

- Mande um beijo para eles. - Falei.

[...]

Aproveitei para arrumar o guarda roupa que estava uma bagunça, depois tomei um banho com direito a massagem e deitei para descansar um pouco.

Não tenho empregado, além de não gostar, Alfonso tem medo de colocar qualquer pessoa.

Odeio que fazem os afazeres de qualquer jeito, não gosto, então prefiro cuidar sozinha da casa.

ALFONSO.

Já comecei a manhã com estresse, a antiga secretária perdeu a assinatura do sócio da empresa que estava fazendo negócios.

Isso me causou mal humor. Gosto de colocar pessoas capacitadas para trabalhar na empresa.

E sei que quando chegar em casa, vou ter que aturar Maite dando gritos de raiva, isso tudo porque não conseguiu viajar para Paris.

Ela sabe que não tenho tempo. Não posso ficar viajando toda hora, tenho muitos papéis para revisar e assinar.

- Senhor, sua esposa está na entrada da empresa, ela está se queixando do segurança. - Carolina a nova secretária falou ao entrar em minha sala.

- Pode se retirar. - Falei e me levantei.

oieee, vou deixar com gostinho de quero mais, deixem o voto e o comentário.

beijos. :)

Gravidez Indesejada | AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora