28- Medo

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19:00

Depois da tarde calorosa que eu e Dimitri tivemos, ele saiu com Bóris para resolver assuntos da Bratva e disse que voltaria para jantar comigo. Ele estava demorando muito e nem sequer respondia as minhas mensagens, então resolvi ligar para Bóris.

Ligação on: 📲

- Boa noite, Elena. Precisa de alguma coisa?

- Olá, Bóris. Você está com o Dimitri?

- Sim, por que?

- Poderia passar o telefone pra ele?

- Infelizmente não Elena, sinto muito. Ele está numa "reunião".

- Mas vai demorar muito? Estou esperando ele para jantarmos. Ele disse que ia jantar comigo, mas estou ficando preocupada.

- Ele só está bem ocupado.

- Bóris, aconteceu alguma coisa?

- Apenas problemas de mafiosos, nada demais. Elena, preciso que me escute.

- O que foi?

- Talvez Dimitri chegue um pouco estressado, então quando ele chegar, eu recomendo que se afaste e deixe-o descansar para o seu próprio bem.

- Ele não voltou a tomar os remédios né?

- Preciso desligar, boa noite Elena.

Ligação off.

Fiquei enfurecida ao desligar o telefone e me retirei da mesa onde estava. Me sentei na poltrona da sala de frente para a lareira e tomei uma taça de vinho. Durante uma hora mais ou menos, eu fiquei esperando por Dimitri. Logo depois, eu ouvi um barulho ensurdecedor vindo da porta da frente e fui ver o que era. Dimitri passou por mim com sua camisa aberta e encharcada de sangue sem me dizer uma palavra.

Ele subiu as escadas em passos largos e foi até o nosso quarto. Fiquei pasma ao ver que ele passou reto me ignorando e fui em direção ao quarto, mas Bóris apareceu na minha frente e não me deixou passar.

- Elena, não.

- O que aconteceu com ele? Ele nem me cumprimentou! Eu não admito isso, sou a namorada dele!

- Elena, eu imploro pra que não suba até lá. Ele está irritado demais, fora de controle. Se ver você, vai piorar.

- Bóris, ele precisa de ajuda pra se acalmar, me deixe ajudá-lo.

- Elena, não! Merda!

Eu corri em direção as escadas até o nosso quarto, mas a porta estava trancada.

- Dimitri, abra a porta!

- Vai embora, porra! - ele gritou.

- Dimitri, me deixe te ajudar! Por favor!

Logo em seguida, ouvi barulhos de vidro se quebrando no chão e um vaso foi jogado contra a porta.

- Bóris, me ajuda! Ele está fora de controle.

- O que houve?

- A porta está trancada, preciso das chaves reserva agora! Ele está quebrando tudo!

- Elena, é melhor se afastar ou ele...

- Ele me prometeu que nunca mais me machucaria.

- Uma pessoa no meio de um surto de raiva não está muito sã! Ele não vai ter controle sobre ele mesmo.

- Abra a porta agora, Bóris.

- Não posso, Elena!

- Por que não?

- Ele vai machucar você, saia daqui!

- Merda, então sai daqui, eu mesma abro.

Eu corri até o escritório dele e vasculhei suas gavetas da mesa até que achei o molho de chaves-reserva da casa. Coloquei a chave na fechadura e antes de virar a tranca, Bóris falou comigo.

- Elena, não faça isso. Ele está descontrolado.

- Mas Dimitri precisa de mim, não posso deixá-lo sozinho. Ele precisa de ajuda.

- E você precisa se salvar.

- Não, eu não posso. Me desculpe.

- Elena!

Eu entrei no quarto e logo vi Dimitri encostado no chão da parede com as mãos na cabeça. Sua respiração estava aflorada demais e as mãos tremendo. Ao levantar a cabeça revelando seu rosto, pude ver seu olhar. Seu olhar de puro ódio. Era o mesmo olhar de quando ele havia me batido. Seus olhos estavam escuros como a noite.

- Dimitri, o que aconteceu?

- Sai daqui. Agora.

- Não.

- Eu não estou pedindo.

- Muito menos eu. O que houve?

- Sabe uma coisa que nós homens odiamos? Ouvir outro homem desejar a mulher dele.

- O quê?

- É, Elena. Hoje, assim que eu saí depois de te fazer gozar, eu fui fazer um leve "interrogatório" com um verme traidor da Bratva e sabe o que ele falou? Que viu você, que sabia de você e que você era uma delícia. Agora, a pergunta oficial: como ele sabia de você e como ele sabia que você era a porra de uma delícia?

- Eu não sei, como vou saber! Talvez ele tenha me visto, ou algo do tipo! É por isso que está zangado? Você me deixou aqui esperando a noite toda por causa de ciúmes?

- Não se trata de ciúmes, se trata de que um verme filho da puta falou da minha mulher. Isso é inadmissível.

- Dimitri, por que está todo ensanguentado? Você o matou?

- Eu o torturei com eletrochoques, cortei a língua dele, esquartejei e depois o queimei.

- Oh meu deus...

- Elena, você o conhecia?

- Não, eu juro! Eu nem saio daqui.

- Se eu descobrir que está mentindo pra mim, ou pior, descobrir que me traiu eu vou fazer com que você se arrependa. Ninguém me trai e sai impune. Ninguém mente para Dimitri Solokov e sai impune.

- Acha mesmo que eu trairia você depois do que tivemos?

- Mulheres são ardilosas não são?

- Você é um cretino!

- É, mas você adora quando esse cretino toca nessa boceta, não é?

- Vai pro inferno!

Eu corri até a porta e desci as escadas com as lágrimas sufocando meus olhos. Tirei a aliança e joguei no chão. Corri em direção ao jardim e me sentei na grama, desabando em lágrimas. Meu coração estava despedaçado, quebrado, iludido. Senti alguém colocar a mão no meu ombro e vi Bóris ao meu lado.

- Elena, eu...

- Você tinha razão. Ele estava fora de controle, mas isso não justifica fazer o que ele fez.

- Eu vou falar com ele.

- Não. Eu vou embora daqui. Por favor, me tire daqui. Bóris, eu estou com medo do que ele vai fazer comigo, me tire daqui.

- Eu vou te ajudar, Elena. Custe o que custar.



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