𝘈 𝘚𝘪𝘭𝘦𝘯𝘵 𝘗𝘢𝘪𝘯

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Axel sentia as dores nas costas, mas tentava disfarçar. Cada movimento parecia uma tortura silenciosa, mas ele não queria que Lizzie percebesse. Ela estava com Tory, rindo de algo que a garota havia dito, quando o viu entrando no elevador. Instantaneamente, Lizzie se levantou e se despediu de Tory, caminhando até Axel, que estava tentando esconder sua dor.

"Já volto," ela disse, antes de se aproximar dele com um olhar preocupado.

"Ei, o que aconteceu?" Lizzie perguntou, percebendo a expressão tensa de Axel. Ele tentou desviar o olhar, enrolando-se em uma mentira, mas Lizzie não era boba.

Axel tentou sorrir, mas era evidente que algo não estava certo. Lizzie cruzou os braços e o encarou com um olhar firme. "Axel, gatinho, você mente muito mal," ela disse, um sorriso de leve divertimento, mas também preocupação, surgindo no canto de seus lábios.

Antes que ele pudesse dizer algo, ela pegou a mão dele, sem esperar resposta, e o puxou até o quarto dela. Uma vez lá, ela se virou para ele, encarando-o com seriedade. "Tira a camisa," ela disse com firmeza.

Axel olhou para ela incrédulo, como se não pudesse acreditar no que acabara de ouvir. "O quê?" Ele não sabia o que pensar.

Lizzie, sem hesitar, repetiu mais uma vez, olhando diretamente para ele com uma expressão que não deixava espaço para discussões. "Kovacevic, tira essa droga de camisa."

Percebendo que ela não estava brincando, Axel suspirou, relutante, e obedeceu. Quando a camisa dele foi retirada, Lizzie viu imediatamente os hematomas vermelhos espalhados pelas costas dele, fazendo seu estômago se revirar. Ela ficou em silêncio por um momento, chocada com a gravidade do que via.

"Mas que porra..." Lizzie murmurou, a raiva crescendo dentro dela enquanto observava a extensão dos machucados. "Quem fez isso com você?"

Axel tentou se afastar do assunto, sua voz um pouco hesitante. "Foi o treinamento. Nada demais."

Lizzie, sem paciência para desculpas, bufou, claramente irritada. "Treinamento, ou seu sensei? Nunca fui com a cara daquele escroto," ela resmungou com raiva, seu rosto endurecendo. Ela foi até a sua nécessaire, pegou um creme e voltou rapidamente até ele. Sem mais palavras, ela o sentou suavemente no sofá e se posicionou atrás dele, abrindo o pote do creme.

"Fica tranquilo, vou cuidar disso," ela disse, a voz suavizando um pouco, mas a raiva ainda estava presente. Lizzie começou a aplicar o creme nas costas dele com cuidado, tentando aliviar a dor dos hematomas.

Axel ficou quieto enquanto ela trabalhava, sentindo uma mistura de dor e um alívio inesperado. Não estava acostumado a ser cuidado assim, e embora quisesse negar a situação, uma parte dele se sentia grato.

"Seu sensei não tem o direito de fazer isso com você," Lizzie murmurou, concentrada enquanto passava o creme com movimentos suaves, mas firmes. "Isso não é treinamento, é abuso."

Axel ficou em silêncio, sentindo o toque dela nas costas, mas também o peso das palavras dela. A forma como Lizzie parecia tão preocupada com ele o tocava de maneiras que ele não conseguia entender direito.

"Não precisa se preocupar, Lizzie," ele disse, a voz baixa. "É só um pouco de dor. Vou ficar bem."

Lizzie suspirou, frustrada, enquanto continuava a massajar as costas dele. "Eu me preocupo sim, Axel. E não vou deixar que continue assim. Não vou te deixar sofer em silêncio."

O clima no quarto estava denso, mas havia algo reconfortante no fato de que, apesar das tensões entre eles, Lizzie parecia estar ao lado dele, tentando ajudar de qualquer maneira que pudesse. As palavras de Axel não eram suficientes para aliviar o desconforto, mas ele sentia uma conexão com ela, mais forte do que qualquer dor física que estivesse sentindo.

𝖬𝖸 FAVORITE 𝖫𝖠𝖱𝖴𝖲𝖲𝖮 - 𝗔𝗫𝗘𝗟  𝗞𝗢𝗩𝗔𝗖𝗘𝗩𝗜𝗖Onde histórias criam vida. Descubra agora