𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎

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Dizem que a vida é uma dádiva, e que a morte é a ceifeira que a carrega. Dizem que quando você vive, você deseja fazer cada segundo daquela vida valer a pena.

E era costumeiro entre cada Clã que a vida fosse um presente dado pela Grande Mãe. Mas que ela também poderia ser tomada na hora certa.

Eywa nunca dava segundas chances. Nunca tinha ocorrido algo assim, de um na'vi passar por uma experiência de quase morte e sobreviver depois. Nenhum deles era forte o bastante para isso.

Mas então, nasceu o Grande Guerreiro. O primogênito de Toruk Makto, príncipe das florestas e aquele que contribuiu na destruição dos assassinos de Tulkun. Neteyam agora era visto como um guerreiro supremo ou o Sobrevivente dos Mares.

Se passaram três anos desde sua quase morte. Ou, mais especificamente, três anos, 14 horas e doze minutos. Não que alguém estivesse contando, claro.

Mas é claro que tinha alguém contando. Não só contando, como também cronometrando obsessivamente.

Ao'nung estava em uma parte mais afastada da área principal. Sua mente se afundava na água gelada e salgada. Ele nadava em busca de algo para distrair sua cabeça, ja que estar em terra não o estava orientando. O primogênito de Tonowari buscava algo para afundar não só sua própria mente, suas mágoas e suas dores. Mas também, suas dúvidas e seus medos. Graças a Eywa, seu pai, o Olo'eyktan, havia o dado uma folga naquela manhã.

Havia algo que afligia o príncipe dos mares. Como por exemplo, o fato de sua cerimônia de amadurecimento ocorrer em algumas semanas. O fato de crescer não deixava Ao'nung com medo. Não, pelo o contrario. Seu desejo era se tornar maduro o bastante para que não precisasse mais da ajuda de seus pais ou coisa do tipo.

Porém, além desse fato um tanto irritante (palavras dele, não minhas) havia uma outra coisa que matutava na mente do esverdeado.

Já se passaram três anos desde a quase morte do primogênito de Jake. E já tinham se passado três anos que Ao'nung não conseguia o tirar da mente. Nem só pelo fato de ele ter quase morrido, mas de alguma forma, o ódio que o Hului sentia pelo Sully havia sido um tanto amenizado. Talvez fosse porque eles não se relacionavam a tempos, ou talvez fosse porque Ao'nung tivesse "mudado". Haviam inúmeros motivos para justificar oque estava ocorrendo.

Havia algo que o fazia se sentir estranho. Que o fazia despertar no meio da noite, já que tinha sonhado com o filho do Sully por algum motivo desconhecido. Antes, esses sonhos costumavam o assustar. Mas agora, haviam se tornado tão costumeiros que o Metkaiyna nem se sentia mais desconfortável ao tê-los.

A imagem daqueles olhos âmbar o prendiam em sua própria mente, fazendo-o muitas dessas vezes, questionar se era real ou não. Mas quando despertava, Neteyam ainda permanecia dormindo, num sono tão profundo quantos as águas além dos recifes.

Ao'nung nunca foi muito conectado a Eywa. Nunca teve uma fé tão forte quanto a de sua mãe ou a de sua irmã, e sabia que com seu pai era a mesma coisa. Porém, houve um curto tempo, que ele fazia preces para tal divindade. Implorando para que ela o dissesse por qual motivo ele tinha esses sonhos. Dizendo silenciosamente o quanto odiava tê-los. Murmurando para si a enorme vontade apenas esquecer quem era Neteyam Sully e voltar a odiá-lo.

Mas não era assim que Eywa agia. Não era desse jeito que deveria ocorrer.

Entretanto, algo chamou a atenção do garoto metkaiyna. Uma concha soou, espalhando todo o seu som para toda a ilha de Awa'tlu.

Ao'nung decidiu sair da água, e quando saiu, digamos que tenha sido uma visão abençoada por Eywa. Seus cabelos, agora estavam maiores e mais cacheados. Seus musculos só cresceram e sua face começou a transmitir um ar mais maduro. Algumas gotas de água desciam por seu abdômen, a medida que ele liberava seu ilu.

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⏰ Última atualização: 5 hours ago ⏰

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