Amor Incondicional

capítulo IV ( início da guerra)

O dia amanheceu calmo, pássaros cantavam alegremente, o farafalhar das folhas traziam a sensação de paz e tranquilidade aos corações das pessoas, famílias rindo e conversando felizes.

Paz, era o que muitos iriam pensar se vissem a felicidade dos habitantes. Mas era uma coisa que estava longe de ser realidade, a guerra se aproximava, não tinham certeza de nada, mas uma coisa sabiam: muitas vidas seriam perdidas, mas não em vão.

Longe dali um par de olhos castanhos observavam o horizonte, admirando o nascer do sol, esperando que mesmo com toda a guerra se aproximando encontrasse um pouco de segurança no infinito a sua frente.

Kate, sentada na janela da biblioteca estava perdida em pensamentos, observando o sol que lentamente subia pelo céu, pensando no rumo que a vida estava levando: casamento forçado, guerra, seu pai todos os dias a pressionado.
Tudo estava contra ela, o destino não colaborava com a alma inocente da princesa.

Com esses pensamentos, não percebeu que a porta havia sido aberta, e que não estava só ela no lugar.

– Acordada a essa hora?– uma voz suave atrás da princesa a fez virar, e um sorriso involuntário apareceu no seu rosto mas logo se desfez.

– bom dia mamãe.– falou quase como um sussurro. Estava com sono mas não havia conseguindo dormir.

Percebendo a preocupação no olhar da filha, Agatha se aproximou e suavemente tocou seu rosto, deixando claro que havia percebido que a princesa não estava bem.
Kate o sentir o toque da mãe vira o seu rosto a olha serenamente.

Agatha quebrou o silêncio vendo as olheiras nos olhos de Kate estava bem claro que não havia dormido – esta tudo bem?– sua voz exalava preocupação. Recebendo nada como resposta falou novamente – Kate? Querida, o que aconteceu?–

– claro tudo bem...– Kate começou a falar mais pra si mesma do que para a mãe, Agatha cortou a fala dela antes que pudesse terminar.

– Kate! não minta, eu sou sua mãe,sei quando esta bem, e também sei quando não esta. E sei que agora não 'ta' nada bem. Por favor não minta e me fale o que esta acontecendo?– exaltou a voz para falar com a filha, ela estava claramente preocupada com Kate pois sabia o que ela passava, mas as vezes ela escondia seus sentimentos.

Por mais que odiasse gritar com Kate, as vezes era necessário, Kate podia ser perfeita aos olhos, mas escondia seus sentimentos de qualquer um, até mesmo sua de sua mãe.

– Mãe eu já disse que 'tá' tudo bem!– Até Kate eleva a voz, gritar com a mãe era um erro assim como repitir o ato com Adam, mas pelo menos sua mãe não era tão agressiva a ponto de bater nela.

Raiva não era um sentimento muito comum para a rainha de Irókina, mas Kate conseguiu despertar esse sentimento na mais velha.

Percebendo a mudança de humor da rainha, Kate abaixa o olhar, ela agora espera qualquer castigo da rainha, diferentes dos do seu pai que causavam dor.

– Kate!– Agatha agora gritava– fale agora o que está acontecendo– novamente o silêncio foi recebido como resposta – não vai me dizer, não? Kate você gritou comigo, sabe muito bem que eu não gosto desse tipo de comportamento– suspirou – vá para seu quarto, não saia de lá até que eu diga que pode. Fui bem clara?–

Não podendo falar contra sua mãe a princesa apenas assentiu com a cabeça e lentamente se levantou e se direcionou para seus aposentos obedecendo sua mãe.

Observando a filha se afastar, a rainha direciona o olhar para a janela, como se mesmo com essa guerra poderia encontrar a Paz e a segurança que Kate encontrou. Olhando serena para o horizonte pensando na vida, no reino mas principalmente em sua filha– o que será que aconteceu?– Murmurou.

O rei estava andando de um lado para o outro na sala de reuniões o que acabou de ouvir era um grande absurdo. Um dos conselheiros havia dito " Senhor nós devemos nos entregar a eles, para evitarmos essa guerra".

O rei estava enfurecido com essas palavras, iriam lutar pelo reino, não se acovardar somente por medo da guerra.
O reino era forte desde muitas épocas passadas, era um legado, que será honrado com toda a força que os homens tinham.
Irókina era triunfante em todas as guerras que já lutaram.

O rei já sem paciência começa a falar, ou melhor gritar com todos os homens que estavam naquela sala – NÓS NÃO VAMOS NOS ENTREGAR ASSIM TÃO FACILMENTE A ELES!– sua paciência estava do tamanho de uma formiga. – vamos lutar, não importa o que aconteça, o Norte pode ser forte e poderoso, mas o nosso reino sempre venceu e sempre vencerá.– parou e suspirou – temos que montar uma estratégia, quais e quantos soldados irão na linha de frente. Devem ser os melhores e quanto mais homens na frente melhor será,  podem não matar os homens do Norte mas deixarão eles feridos e mais fáceis de derrotar para os que vão atrás.–

– senhor Irókina tem cerca de 5,0000 soldados, e claro os cidadãos que vão se voluntáriar para lutar. Os soldados vão na frente e os que tem menos estratégia para a luta irão atrás. Vou fazer uma lista dos melhores soldados e irei enviar ao senhor.– outro homem se pronuncia pela primeira vez naquela reunião.

– certo, Harry como você disse crie a lista e se puder conte os soldados também. O restante de vocês vão pensar  como e onde esconder os cidadãos que não irão lutar.– concluiu o rei se retirando da sala.

Encontrando Agatha andando pelos corredores do castelo, percebeu osemblante preocupado e parou.

– está tudo bem?– pergunta se aproximado da rainha.
– a... Claro– respondeu nervosa não iria contar a ele que Kate havia gritado com ela

– Agatha, o que foi?– falou um pouco mais alto

– nada é só a Kate ela tá meio estranha esses dias – disse olhando para o chão.

– quer que vá conversar com ela? – ele já se afastando para ir até o quarto da princesa mas Agatha o impediu.

– não precisa, eu logo irei falar com ela não se preocupe – preocupou-se com a possibilidade do rei se estressar com ela a acabar fazendo qualquer coisa que a machucasse.

Kate em seu quarto estava sentada na cama, a ponto de adormecer pois a noite toda não havia dormido, estava pensando demais a acabou decidindo ir a biblioteca, até a discussão com sua mãe.

Acabou dormindo o cansaço tinha vendido, dormindo esqueceu dos seus problemas, do seu pai, da guerra... Mas nunca poderia esquecer uma coisa: o casamento.

Agatha entrou no quarto e viu a princesa dormindo, se aproximou dela e passou a mão sobre seu rosto, Kate dormia serena.
Agatha nesse momento queria ter poder de ler mentes para saber o que a filha pensava, se era algo relacionado ao rei ou a guerra.

A rainha se levantou e fechou a janela com um semblante triste. Como se algo fosse aparecer pela janela.

Então saiu do quarto e foi para a biblioteca descansar de um dia cheio, teve que organizar os cidadãos nos esconderijos e depois uma reunião que durou mais de três horas.

Eram por volta de 4:00 da tarde, ela olhou pela janela, a mesma que Kate estava mais cedo e se assustou.

Ela viu milhares de soldados do Norte se aproximando cada vez mais do reino, milhares de homens armados com espadas lanças e escudos. No ritmo que estavam chegariam cedo da manhã.

Ela foi correndo para falar com Adam, mas quando chegou o encontrou observando, com o olhar preocupado para o exército do Norte.

Eles trocaram um olhar silencioso, sabiam o que fazer.

A guerra havia começado.