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Na manhã seguinte...

Juliette e Rodolffo arrumaram-se juntos para irem a empresa.

- Estou feliz que vá comigo. - Juliette disse dando um selinho no marido.

- Eu não garanto que vou aguentar fazer muita coisa.

- Não importa. Você parece bem disposto e isso que é importante. É a nossa primeira vez na empresa como um casal...

- Haverá muitos comentários, principalmente por que eu sou doente.

- Não haverá e se houver, dane-se. Eu te amo e te escolheria de novo.

Rodolffo sorriu e logo segurou a mão esquerda de Juliette.

- Eu tenho orgulho de ter colocado essa aliança no seu dedo. Você é minha esposa. - apesar de sentir alguma possessão naquelas palavras, Juliette sorriu.

Logo saíram de casa e ela dirigiu o carro até a empresa.

...

Na empresa.

A chegada de Rodolffo e Juliette gerou muitos cochichos. Ela não se importou, mas ele ficou contrariado.

- Desde quando falam dos patrões dessa forma tão explícita?

- Meu amor... Deixa falarem.

- Não. Está errado.

- Você tem má fama aqui. Então deve ser isso.

- Má fama por ser justo. Bando de ingratos.

Juliette foi avisada que não ter Rodolffo no escritório era um grande alívio para os demais funcionários. Ele era taxado de arrogante, presunçoso e perseguidor. Mesmo que ela não concordasse com isso, sabia que muitos achavam que a doença era um castigo para ele.

Ela só respirou profundamente e ouviu durante todo o percurso do elevador as reclamações de Rodolffo.

- Quer ficar com o seu pai, ou na minha sala?

- Vou ficar com meu pai. Trabalhe tranquila.

- Tá bem. Te amo.

Despediram-se com um beijo e Rodolffo foi até a sala do pai.

- Meu filho que surpresa boa... - Matheus abraçou o filho e depois sentaram-se.

- Então a minha nora conseguiu te tirar de casa...

- Eu exijo que o senhor demita a minha esposa.

Matheus olhou assustado para Rodolffo.

- Demitir? Mas ela é sua esposa...

- Justamente por isso. Eu quero a minha mulher em casa comigo. Ela está gerando o meu filho, seu neto e é necessário que ela tenha repouso.

- Ela tem algum problema?

- Não. Juliette está ótima.

- Meu filho, eu não posso fazer isso. De verdade, Juliette é uma excelente advogada. Há muitos clientes bons que só querem ela.

- Pai... Esse escritório também é meu. Estou te pedindo e espero que me atenda, por que não posso fazer eu mesmo.

- Rodolffo não é por causa da gravidez...

- Eu me sinto fraco. Estou voltando a ficar como antes... Eu não sei até quando vou conseguir satisfazer a minha mulher...

- De novo isso? Eu pensei que com ela isso tinha passado.

- Passou, mas tenho medo de que tudo volte a ser como antes. Pai, eu não quero ficar impotente de novo e se eu ficar quero a minha mulher comigo, próxima dos meus olhos.

Matheus ficou desanimado.

- Isso é mais psicológico Rodolffo... O médico já lhe falou sobre essa condição. Acredito que não vai acontecer de novo e eu não acho que devia ter esses pensamentos sobre a sua mulher, ainda mais no estado dela.

- Eu sei que é errado, mas não posso correr o risco de perder a minha família. A Juliette precisa estar comigo, depender de mim. Enquanto ela for independente, tudo pode mudar rapidamente.

Juliette entrou num rompante dentro da sala e tinha a maquiagem completamente borrada. Matheus saltou os olhos.

- Juliette... Por Deus. - Matheus ficou assombrado. - Não é nada disso que você está pensando.

- Eu não estou pensando. Eu ouvi tudo. Tinha vindo deixar o seu celular, mas não imaginava que ouviria o quê falaram aqui.

Rodolffo levantou da cadeira e Juliette o encarou.

- Não imaginava que você tinha esses pensamentos. Eu nunca cogitei.

- Eu te amo. É por isso que penso assim.

- Não. Você pensa assim por causa da nossa história. Inocente e iludida fui eu. Você queria um útero e eu tenho um. Você queria uma prisioneira e sabe muito de mim que pode me destruir e me prender.

- Não é nada disso...

- Não é ciúmes... Não é. É só pelo bebê. Mas ele é meu e vocês não vão tirar esse bebê de mim.

- Juliette... Minha filha se acalme. Rodolffo está desnorteado.

- Desnorteada estou eu doutor Matheus. Nunca pensei que me decepcionaria tanto com alguém. Eu estou fora daqui. Você está fora do meu apartamento e da minha vida Rodolffo.

- Nós somos casados.

- Eu quero o divórcio. - ela disse tirando a aliança do dedo. - Acabou para sempre.

- Não é assim que termina. Há um bebê que é meu filho.

- Eu te dou o cordão umbilical e você desaparece para sempre da minha vida.

Juliette deixou o celular que trazia sobre a mesa de Matheus e saiu desolada das dependências da M&R associados.

...

Suíte N°150Onde histórias criam vida. Descubra agora