Aemond Targaryen sempre fora alheio a presença de sua sobrinha, a casta e perfeita aos olhos de todos que ficavam a sua volta. Visenya Targaryen, filha de um pecado, não passava de uma garota mimada a qual ele jamais olharia.
Até ele a ter, até a d...
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Aemond já esteve por muitas vezes cara a cara com a morte.
A primeira vez foi quando reivindicou Vhagar após a morte de Laena Velaryon e isso quase o levou a conhecer o Estranho. Se lembrava de ter sentido muito medo, frente com as chamas do maior dragão que já vira. As outras vezes em que se colocou em perigo não se comparavam à adrenalina daquela noite. Eram sempre treinos de espadas, brigas ou torneios os quais não podia se importar menos.
E ele já havia sentido tantas vezes o medo surgir em seu estômago ao entrar em contato direto com o fim de sua vida tão facilmente que já não ligava mais para a sensação que crescia enraizada em seu interior.
Mas nada, absolutamente nada, se comparava a seu tio o arrastando pelos corredores do castelo como um saco de batatas velhas. Daemon estava puxando o sobrinho pelo colarinho com tanta força que poderia o arrancar. Ele o jogou pela porta do quarto com brutalidade, fazendo - o esbarrar em uma cadeira velha.
Aemond não se permitiu rir durante todo o percurso. Não era idiota a ponto de desafiar o tio por completo porque ambos sabiam a reputação que o precedia era de fato verdadeira. Ele mesmo já havia presenciado Daemon fazer a decapitação de um homem em frente toda corte apenas por Vaemond Velaryon ter insultado sua esposa Rhaenyra.
Era de se admirar, se lembra de admitir para si mesmo naquele dia.
— Veio aqui para me matar, tio? — perguntou o príncipe caolho ao tio.
O príncipe consorte bufou. Ali soube que nunca esteve tanto em seu limite de raiva como agora e olha que ela já fora testada muitas vezes antes. Mas apenas o pensamento do sobrinho encostando em um fio de cabelo de sua filha o enojava.
Ah, se ele soubesse...
— Se acha muito esperto ou é burro o suficiente pra achar que pode casar com a minha enteada, porra? — Chutou uma cadeira enquanto gritava. A provocação de Aemond ao entrarem no quarto apenas tinha piorado as coisas.
— Enteada, hmm? — Disse sugestivo. Assim que ele deferiu essas palavras o príncipe consorte entendeu tudo.
Aemond sabia, claro que sabia.
Bastava olhar para os dois perto um do outro que ele qualquer cego do reino compreenderia a verdadeira paternidade de Visenya, menos ela mesma. E de fato entendia aquela raiva obscura do tio em pensar em qualquer pessoa tocando em algo tão puro como ela. E Aemond tinha completa noção de não ser um exemplo de cavalheirismo com a fama que o precedia.
Só não entendia porquê ela parecia tão especial para Daemon. Ele não aparentava ter a mesma reação quando se tratava das duas outras filhas mais novas Baela e Rhaena.
— Você vai ficar longe dela. — apontou o dedo que estava tremendo de ódio para o centro de seu rosto. — Ou vou matar você caralho depois fazer aquela puta velha da Vhagar te engolir.