Paixão na Quadra - Romance sáfico

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Não me lembro exatamente quando tudo ficou mais intenso, não apenas eu e Clara, mas o treinamento também. Os meses foram se passando e o treino para os jogos Inter-escolares estava mais pesado e minha ansiedade apenas aumentava.

Eu comecei a responder as mensagens do céu azul, já que estávamos chegando no dia do grande jogo. Mas eu me sentia muito dividida entre Clara e meu antigo colégio e antigos amigos.

Agora, céu azul não sabia só como o treinamento do Jorge couto era feito como também tinha imagens. Eu comecei a colocar meu celular para gravar da arquibancada, é claro, com muito cuidado pra não ser pega.

Tudo estava seguindo em frente, e eu sei que em outubro as coisas iriam piorar muito. Eu teria que fazer minha decisão.

Eu estava deitada na minha cama pensando em tudo isso quando o alarme tocou, sinalizando que eu precisava me arrumar. Não era um dia como qualquer outro, na verdade, era o dia que Clara se transformaria na minha namorada oficialmente.

Havíamos conversado sobre contar para o time e alguns colegas da escola, e ela havia concordado. Com a volta da sua liderança estudantil no colégio, seus pais haviam ficado mais tranquilos com ela e foram viajar para o exterior, a deixando sozinha com a empregada em casa.

Eu rapidamente coloquei minhas roupas: uma regata preta e calça cargo cinza com all star preto. Eu não demorei muito para escolher porque de tão ansiosa que estava, havia deixado a roupa mais bonita que eu tinha separada para esse dia.

No espelho, vi o progresso não só que o treino de handebol havia feito, mas da academia junto com Clara também.
Meus ombros estavam mais largos, meus músculos definidos e eu estava gostando dessa minha nova versão.

Eu terminei de me arrumar e corri pegar a coisa mais importante do dia: a caixa com as alianças. As botei na pequena mochila que levava nas costas e corri para pegar o ônibus até a casa de Clara.

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* ding dong *

Eu apertei a campainha e esperei pacientemente até que a empregada dela atendesse. Bianca era quase família para Clara, que havia que contado que tinham feito amizade desde que a família dela a contratou.

Bianca não só era aliada da causa LGBT, mas também uma ótima amiga e apoiadora da nossa relação. Durante o tempo que os pais dela haviam estando fora, ela nos ajudou muito mantendo o segredo e nos deixando mais a vontade.

- Minji! Como você está? - Bianca sorriu com seus olhos tão pretos que pareciam olhar para minha alma.

- estou bem! E você Bibi? Eu preparei tudo para hoje na minha cabeça, vai dar certo?

- sim sim! Pode deixar! Deixarei vocês sozinhas para ir ao mercado, é claro hahaaha. - Bibi fez sinal de aspas com as mãos e sorriu, dando uma piscada.

Sorri e corri para dentro da casa dela, que ficava dentro de um grande condomínio de casas luxuosas em um dos bairros mais caros de Curitiba.

Eu fui bater a na porta do seu quarto quando ela abriu com agressividade e vi Clara se jogar aos meus braços, alegre.

- você chegou!!- ela sorriu e me deu um beijo afetuoso.

Seus cabelos ondulados estavam presos em duas tranças, que fiquei sabendo depois que era Bibi que fazia. Ela pegou na minha mão e me trouxe para dentro do seu quarto gigante.

- você comprou essas roupas recentemente? São lindas!

- sim, haha, que bom que gostou, Linda.

Ela se sentou na cama e mostrou a tela do seu computador, que estava com stardew valley aberto no nosso mundo.

- você conseguiu zerar nosso mundo?- perguntei surpresa.

- não não zerei, mas como fiz a gente ter uma filhinha adotada no jogo! Quer escolher o nome dela!?

Ela sorriu e bateu na lugar na cama ao seu lado, sinalizando para eu me sentar ali. Fiz o que ela pediu e olhei para a tela do PC.

Não sei exatamente o porquê, mas me emocionei com aquela cena, mesmo que no jogo. Nós, casadas, morando junto, e agora com uma filhinha!
Era tudo o que eu mais queria na vida real no nosso futuro.

- meninas! Estou indo ao mercado!
Já volto! - Bibi gritou do andar de baixo.

Estava tudo correndo como o plano. Eu coloquei minha mão na mochila, não mostrando ainda o que tinha nas mãos para ela e a olhei.

- Clara, quero te falar algo.