Aemond Targaryen sempre fora alheio a presença de sua sobrinha, a casta e perfeita aos olhos de todos que ficavam a sua volta. Visenya Targaryen, filha de um pecado, não passava de uma garota mimada a qual ele jamais olharia.
Até ele a ter, até a d...
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O dia estava surpreendentemente ensolarado na Fortaleza Vermelha no dia seguinte do banquete, até mesmo os pássaros estavam mais alegres e cantantes no dia abafado pelo calor. No entanto havia um clima de tensão no desjejum.
Na mesa todos presentes pareciam inquietos e decepcionados uns com os outros devido aos acontecimentos da noite anterior, os dois primeiros filhos de Rhaenyra se recusavam sequer cruzar o olhar. Jace a direcionava alguns como de desculpa em silêncio, ainda que sua expressão mantivesse com orgulho. Ela porém ignorou todos os sinais com graça e postura.
Poucas horas depois quando Visenya se entediou o bastante de sua aula de costura a qual achava uma grande perda de tempo a maioria das vezes, quis ir para a Biblioteca estudar, pois se considerava boa, diria até ótima, em alto valiriano. Como não havia com quem praticar muito acabava estudando sozinha, seus irmãos se encontravam sempre concentrados em treinos e tampouco se alegravam de dividir essa tarefa com ela.
Seus estudos foram interrompidos por uma presença estranha na biblioteca.
— Você está em todos os lugares, sobrinha. — ouviu a voz rouca de Aemond atrás dela, que estava sentada entretida em sua leitura. Ela se permitiu assustar-se um pouco com a sua chegada repentina e com a rouquidão de suas palavras.
Colocou as mãos no busto agora com seu coração acelerado pelo susto, percebendo que se tratava de seu tio. Ele mantinha as mesmas roupas pretas de todos os dias, com alguns detalhes diferentes, assim como o tapa-olho. Os cabelos quase soltos traziam sensações em seu estômago incompreendidas por ela. A presença do príncipe Targaryen era de fato ameaçadora e desejável.
— Por que não consigo ficar longe de você, hmm?
Havia um tom de sarcasmo em sua pergunta, ainda sim mantinha a dúvida em suas palavras estranhas e surpreendentes pelo momento em que a fez. Uma grande confusão foi causada em sua mente ao o ouvir falar aquilo por não saber o real significado.
Ela se virou para ele pela segunda vez encontrando com a expressão de seus sentimentos descritos em sua feição.
— Como disse? — ao ouvir a voz dela com certo desdém ele tratou de se reerguer ajeitando a postura.
Aemond ouviu a si mesmo e como soou patético em suas palavras que no mesmo instante tratou de reformular suas palavras ditas com certa instantaneidade. A essa altura não sabia se foram ditas da boca para fora ou se aquilo se tratava de seus verdadeiros sentimentos.
— Está em toda parte agora. — Respondeu como se falasse com clareza para ambos. Visenya o encarou como se fosse um bobo da corte falando um monte de baboseiras que ninguém conseguia entender.
Parecia que ele estava reclamando de como ela estava agora em toda parte, no castelo em que ele havia feito ela ficar após insistir em se casarem? Ele testava sua paciência e com certeza seu bom senso.
