CAPÍTULO 1 - NOVA VIDA

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Lissandra Bertole

­ -Alo?Ah, Oi! Já chegou? Ok, estou indo pegar você gatinha! ok. Um beijo! - fim da ligação- Mãe! Mãe, cadê você?! - Chego na sala de jantar, e dou de cara com minha mãe,e a nossa cozinheira Marília, em frente a enorme mesa cheia de delícias engordativas - Huuuum, tudo isso pra Mel?! Se eu não fosse uma pessoa muito madura, ficaria com ciúmes.

- Ah, para com isso meu amor! - disse minha mãe, vindo me dar um abraço - Já faz 7 anos desde que os Blakes se mudaram daqui, a menina Mel já deve estar um mulherão! Não custa nada causarmos uma boa impressão na filha de uma velha e querida amiga, não é?

- Sei, sei.. tudo bem mãe, vim avisar que estou indo pegar a Mel, ela me ligou dizendo que já estava quase chegando. Vou com o seu carro, ta? - Disse, fazendo um bico.

- Lissandra Bertole, onde está o seu carro? Quebrado mais uma vez?!

- Mãe.. outra hora conversamos, tenho que pegar a Mel, tadinha, não quer deixa-la esperando né.. - Corri em direção a porta e saí, a tempo de escuta-lá praguejando sobre como não cuido de minhas coisas. Mães..

Melissa Blake

Acordo meio sonolenta, e me endireito no banco do ônibus. - Dormir sentada realmente estraga a coluna de qualquer pessoa!- Pensei. Quanto tempo será que eu dormi? Será que já estamos chegando? Tomara que sim, minha bexiga está estourando! Resolvo perguntar ao motorista, e ele me informa que em menos de 15 minutos estaremos chegando na Rodoviária de Florenza. Resolvo ligar para Lissandra, avisando que estou chegando.

- Oi Liss, é a Mel. Bom, ainda não, chegarei em 15 minutos. Ok, vou te esperar então. Beijos pra você também. - fim da ligação.

Pego meus fones de ouvido para me distrair um pouco, e vou checar meus e-mails. A maioria eu descarto, pois é insignificante. Mas logo me arrependo de ter feito isso, me deparo com um que me assusta bastante. Fecho minha caixa de entrada, e tento me concentrar na música que esta tocando, Beyoncé - Love On Top, mas aquela mensagem não sai da minha mente.

''Você pode fugir, mas não pode se esconder, gracinha. Te acharei nem que for no inferno, para continuarmos nossa brincadeira.."

Quando dou por mim, já estão todos de pé no ônibus, esperando a fila para descerem. Guardo minhas coisas, e resolvo não pensar mais nisso, eu estou longe, atravessei a droga do país para estar o mais longe possível, ele não me achará aqui.

Desço do ônibus, e pego minha mala, nesse instante sinto minha bexiga clamar por um banheiro. Olho para o estacionamento e não vejo a Liss em lugar algum. Resolvo procurar um banheiro, olho ao redor e vejo um banheiro químico - Vai servir.. - penso. Caminho até ele e bato na porta para checar se estava vazio, não obtenho resposta, e resolvo entrar, assim que a porta de abre sou inundada por um cheiro de urina e feses, meu estômago embrulha na hora. - Não. Definitivamente não vai servir!- Resolvo então aguentar mais um pouco e ir ao banheiro quando chegar na casa da Liss. Vou para a frente do estacionamento e logo escuto uma voz feminina, muito escandalosa gritar por mim. Não preciso nem me virar para saber de quem se trata. Logo um carro para ao meu lado, e minha velha amiga salta dele num pulo e se pendura em meu pescoço.

- Meeeeel, que saudades garota! - Me aperta forte, e assim que a vejo, percebo o quanto senti falta dessa garota maluca, retribuo o abraço dela.

- Liss! Ei, calma garota, mal chego e já quer me matar sufocada? - Ele tira seus braços do meu pescoço e pega nas minhas mãos.

- Nossa, está linda! Vamos virar essa cidade de cabeça para baixo! - Me abraça novamente dando risada. Realmente, senti muito a falta desse ânimo da Liss na minha vida.

- De cabeça para baixo é? - Dou risada e pego em suas mão. - Não exagere.

- Bom, vamos? Minha mãe está louca para te ver!

Concordo e entramos no carro, torço para o trajeto até a casa dela não seje muito longo, estou desesperada por um banheiro!

- Sua casa ainda esta longe Liss? - pergunto.

- Bom Mel, foi bom ter tocado no assunto ''minha casa''.

- Porque? - Pergunto confusa.

- Aconteceram alguns imprevistos..- Ela me olha com uma cara de quem está se desculpando.

- Liss, não quero te atrapalhar. Se não der para mim ficar com você, tudo bem. Eu tenho um dinheiro guardado e posso muito bem alugar um quarto para mim.

- Não! Mel! Não seja tonta garota! Você veio pra cá para ficar comigo, e é isso que vai fazer!

- Então.. não entendo, o que tem para me dizer?

- Bom, como sabe moro em um apartamento perto do centro, o apartamento é ótimo, nada muito luxuoso como a casa dos meus pais, mas dá para morarmos nós duas lá tranquilamente. Mas ele vai ter que passar por uma reforma no banheiro de visitas. Os dois quartos, o meu, e o que vai ficar para você, tem banheiro, mas por conta dessa tal reforma ficaremos sem água. Dá pra acreditar nisso?! Ficar sem água! Que absurdo.. Enfim, a questão é que vamos ficar um tempinho na casa dos meus pais.

- Ah.. Liss, não sei não.. não quero causar nenhum incômodo para seus pais, ou seus irmãos..

- Para de ser boba, Mel! Minha mãe está morta de saudades de você! Ela vai adorar ter nós duas lá para ela paparicar.. Sabe, o único que ainda mora com meus pais é o Erick, lembra dele? O mais novo, quando você foi embora, ele tinha 10 anos.. Mas está naquela fase que não para em casa.. Minha mãe se sente sozinha, coitada.

- Sim, eu me lembro do Erick - Digo e dou risada. Ela me olha sem entender o motivo do riso, mas logo vejo sua cara de ''Lembrei, sua safada!''. Ela abre a boca, e me da um tapa.

- Melissa! Como pude me esquecer?! - Ela solta uma gargalhada.- Você tirou a inocência do meu irmão!

- Ei! Vamos com calma garota! Eu não tirei ''a inocência'' dele! Eu dei um beijinhos nele, mas porque ele pediu! Não coloque a culpa em mim! O safadão, ou melhor, safadinho da história foi ele! - Gargalhei junto com ela.

-Você é a mais velha, então quem sofreu abuso, foi o pobre do meu irmãozinho!

- É, acho que desde cedo os homens tem essa ''coisa'' com mulheres mais velhas..

- Amiga, torça para minha mãe não se lembrar disso! - Ela caiu na risada- Ou para eu não lembra-la - Me olhou em tom de desafio, e riu ainda mais.

- Não! Não, Lissandra Bertole, você não teria essa audácia! - Desafiei.

- Huuuum, vou pensar no seu caso. - Deu uma piscadela para mim. - Agora arraste essa bunda pra fora do meu carro, chegamos amiga.

Olhei pela janela, e fiquei impressionada com o tamanho da casa em que estavamos em frente. Eu lembrava que os Bertoles eram uma família muito rica e influente na cidade, mas não me recordava que era tanto. Entramos por um portão branco, com dois seguranças com cara de mau, um de cada lado. Subimos com o carro até chegar na porta da frente da casa, mais dois seguranças vieram nos ajudar. Um moreno alto abriu a porta pra mim e deu um sorriso caloroso, e me ajudou a descer.

- Vicente! - Chamou Lissandra para o moreno que me ajudou a descer. - Pegue as malas da Melissa e leve para dentro, fazendo favor. - E saiu me puxando pela mão.

- Venha Mel! Mamãe deve estar ansiosa para te ver!

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Apenas uma degustação para vocês. Vem muito mais por aí, vocês não perdem por esperar!

Um grande beijo! <3

Além do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora