Por Acidente - Sasusaku

Capítulo 34

SAKURA NARRANDO

A ansiedade me consome como um animal voraz devorando uma corça indefesa. Me sinto um pouco terrível também por estar nessa situação. 

Já Sasuke? Ele parecia estar em apenas mais um dia comum em sua vida, enquanto me abraçava e esperava que chegássemos na casa de seus pais.

É claro que estou feliz em conhecê-los, mas puta merda, olha a situação em que eu me coloquei. Estou tão envergonhada, que quando a minha mãe me mandou fotos do jardim dos Uchihas, eu fui incapaz de respondê-la. 

Como eu posso encarar meus pais, ou melhor, os meus sogros, quando eu acabei de transar com Sasuke durante o voo todo? Céus, a minha perna ainda está mole de tanto que meu namorado me fodeu. 

Pelo menos, ele foi sensato e não deixou nenhuma marca a vista, mas o restante do meu corpo sofreu com a boca do Uchiha. 

Meus peitos que digam...

E por mais que até banho tivéssemos tomado e o cheiro de sexo seja inexistente agora, eu ainda sinto como se uma camada vergonhosa e pervertida cobrisse o meu corpo. 

É como se todos soubessem o que nós havíamos feito, o que eu não duvido, já que eu e Sasuke não fomos muito discretos. Porém, para minha sorte, Suigetsu e Juugo mantinham uma feição discreta e eu seria eternamente grata por isso.

— Estamos chegando. — A voz de Sasuke me despertou dos meus pensamentos, fazendo com que eu olhasse para janela. 

Meus olhos se arregalaram com a visão linda que eu estava tendo, a qual eu não havia percebido ao ficar tão desatenta com a minha ansiedade. 

Estávamos em uma estrada dentro de uma floresta densa, com carvalhos altos e grandes. Não parecia ter nenhuma vizinhança presente, o que chamou a minha atenção. Por mais que o chão seja asfaltado, é bem visível a falta de população em volta. 

— Sem vizinhos? — Questionei, observando os pinheiros que só aumentavam de tamanho. 

Sasuke assentiu, apertando sua mão em minha cintura. 

— A cidade mais próxima fica à meia hora daqui. — Ele falou. — Um vilarejo, na verdade, não podemos chamar aquilo de cidade. — Sua risada saiu curta e rouca, mexendo com o meu interior. 

Sasuke olhava as árvores, mas ele não parecia ter o mesmo olhar de fascinação ou contemplação que o meu. Não, meu namorado parecia analisar cada folha do ambiente, como se pudesse ler caso alguém aparecesse de surpresa. 

Eu não poderia fingir que não percebo esse olhar analítico que ele tem sobre as coisas. Não é como um olhar de um magnata raciocinando o melhor negócio a ser feito, é como se ele esperasse sempre que um assassino fosse pular e cortar nossas gargantas. 

Eu já havia reparado que até em seu apartamento Sasuke parece estar atento a tudo e isso sempre me leva ao questionamento de quais atrocidades ele deve ter passado para ser assim. 

Minha barriga poderia se revirar com o simples pensamento, mas sentir a mão de Sasuke contra minha cintura era uma lembrança de que ele está bem, de que ele sempre vence os seus inimigos. 

E agora não vai ser diferente. 

Suspirei, apoiando a minha cabeça em seu ombro e tentei acalmar o meu interior. 

Tem muita coisa acontecendo recentemente, deve ser por isso que a minha cabeça está viajando muito. 

Continuamos observando a vista que se estendia em um silêncio calmo, até o momento em que vi algo ao longe, um grande muro se estendia pela floresta, se misturando com ela.