Uma garota sem saber como era o mundo lá fora, sem amigos e sem boas memórias. Ayanna Hikari cresceu em um laboratório sendo testada e acabou criando quatro individualidades em seu corpo. Depois de anos, Ayanna foi salva por Mirko, que era como uma...
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Eu me senti tão pequena, tão frágil e substituível ao ouvir as palavras de Bakugou. Afinal, ele queria ou não? Porra, que desgraçado.
Eu me ajeitei no banco, segurando meu choro, pensando no que acabou de acontecer, me sentindo tão fragilizada que chegava a ser patético. Eu não sabia se ia atrás dele e o xingava inteiro, ou se somente esquecesse, como ele disse. Ajeitei meu cabelo, logo olhando em volta. Por que segurar o choro é tão difícil?
Logo escutei passos na minha direção, olhei rápido, criando uma pequena esperança, mas era somente Izuku. Ele parecia meio sem jeito, dei um pequeno sorriso, tentando amenizar a situação.
— E...— ele parecia procurar as palavras certas enquanto se aproximava. — Tá tudo bem?
— Por que não estaria? — dei de ombros, me encolhendo um pouco no banco de couro do avião.
— Bakugou está estranho, achei que vocês estavam brigando.
Quem me dera.
— Ele é estranho por natureza, Izuku — ele riu anasalado, se sentando ao meu lado.
— Mesmo depois de tudo, eu não consigo ver maldade em você, eu ainda te considero muito. Por isso me preocupo.
Suas palavras me pegaram de surpresa, eu sabia que Izuku era uma pessoa que perdoava demais, sentia demais e sempre se sacrificava pelos outros, mas eu não sabia que isso poderia me incluir. Não sabia que tinha alguém que ainda via bondade em mim.
Eu tinha meus amigos, meus aliados, mas... ter alguém do meu passado que ainda via algo além do que eu demonstrava, me surpreendeu.
— Obrigada, de verdade — sorri sem mostrar os dentes, logo o choro ficava mais difícil de segurar. — Tem hora que eu não consigo lidar com tudo isso, eu só... fico cansada às vezes.
— Você se sacrificava desde nova...
— Olha quem fala — soltamos uma baixa risada, meio melancólica. — Eu queria continuar na U.A com vocês, queria apagar meu passado e quem eu era, apagar minha criação e medos e ser alguém diferente, mas meu medo de ser uma guerra maior falou mais alto.
— Mas no final de tudo, você nos ajudou na guerra, mesmo que tenha sido indiretamente — ele colocou a mão no meu ombro, fazendo um carinho ali.
Eu e Izuku éramos amigos, não do tipo de amigos que conversam sempre e precisam estar juntos a todo momento, mas bastava um olhar, que a gente se entendia. Eu mordi o lábio, e olhando para o lado oposto, senti uma lágrima teimosa cair.
— Eu queria ter feito mais, eu juro que queria, mas não pude — disse com a voz falha. — Eu entendo ele não querer nada comigo, entendo ele querer manter distância, mas... isso dói, dói pra caralho.