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Hayden Christensen 16 de fevereiro de 2025Domingo

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Hayden Christensen
16 de fevereiro de 2025
Domingo

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O domingo chegou e, com ele, a minha ansiedade tomou conta de cada canto da minha mente. Eu sabia que hoje seria o dia que conheceria os pais da Maitê, e o simples pensamento nisso era o suficiente para me deixar à beira da loucura. Não sei exatamente o por que, mas sempre imaginei esse momento de uma forma tão grandiosa, tão carregada de expectativa. A ideia de ser aceito por eles, de me tornar parte do mundo dela, era ao mesmo tempo bem emocionante.

E aterradora.

Acordei mais cedo que o normal, como se a pressa de tudo começasse logo ao abrir os olhos.

O sol ainda estava preguiçoso no horizonte quando comecei a preparar o café da manhã. A cozinha estava silenciosa, exceto pelo som suave da cafeteira e o leve tilintar das xícaras. A Briar, estava sentada na mesa da casa da Rachel, conversando comigo por vídeo chamada, ela sempre conversava comigo pelas manhãs e a noite, ela parecendo ainda mais um pouco sonolenta, mas estava disposta a conversar. Minutos depois, meu celular vibrou novamente, era a Rosario.

A Rosario e o Ewan.

Ambos, atentos, sabiam do meu nervosismo. Eles tentaram me acalmar, embora, no fundo, eu soubesse que o nervosismo era inevitável. Eles me disseram que era normal sentir isso, que qualquer pessoa em meu lugar estaria na mesma situação. Eles tinham razão, claro. Mas a sensação de estar prestes a ser julgado, de ser avaliado em cada palavra e ação, me deixava inquieto. "Só seja você mesmo", disseram.

Como se fosse fácil. Às vezes, ser você mesmo é a coisa mais difícil de fazer. Quando Maitê acordou, o clima na casa parecia mais leve. Ela sorriu para mim, com aquele seu sorriso que tinha o poder de dissipar todas as minhas preocupações, mesmo que temporariamente. Tomamos o café da manhã juntos, e, por mais que eu tentasse não pensar na situação, meu cérebro insistia em se focar na ideia de como seria o encontro com os pais dela. Meu Deus! Maitê.

Notando meu silêncio, me disse que os pais dela já haviam vindo para a cidade várias vezes e que não precisaria ir buscá-los no aeroporto. Isso, de algum modo, me aliviou um pouco. Não haveria a pressão adicional de buscar pessoas em um aeroporto lotado, de tentar acertar o horário ou mesmo dar uma boa primeira impressão no meio da correria. A manhã de domingo passou-se muito lentamente pro meu gosto.

O clima estava calmo, a cidade tranquila, mas dentro de mim uma tempestade de nervosismo se formava. Maitê já se preparava, e eu tentava a todo custo me concentrar em algo, qualquer coisa, para não pensar no que estava por vir. O que poderia dar errado ? A resposta parecia simples: tudo. Mas eu sabia que não seria assim. Eles eram pessoas gentis, com corações abertos, Maitê sempre falava sobre eles com carinho.

Que eu logo comecei a acreditar que as coisas se desenrolariam bem. Quando o relógio marcou exatamente onze horas em ponto, a campainha tocou. Meu coração deu um salto. Eu sabia que era eles. O som da campainha parecia amplificado na minha mente, como um sino anunciando o momento da verdade. Maitê sorriu e se levantou, indo até a porta com uma naturalidade que eu até invejava.

Ela parecia calma, tão confiante, enquanto eu estava ali, tentando esconder minha ansiedade. Respirei fundo e me levantei da cadeira. Sentia o calor da sala, mas meu corpo estava gelado. A porta se abriu, e a visão dos dois me acertou em cheio. Os pais de Maitê eram pessoas que, no instante em que vi, me pareceram absolutamente normais. Porém, na minha cabeça, tudo parecia surreal. A mãe dela tinha os seus cabelos castanhos e curtos, um sorriso caloroso.

E um olhar que transmitia confiança. O pai era mais alto, com os cabelos grisalhos, mas com uma postura tão segura e tranquila que imediatamente me fez pensar que ele já tinha vivido muitas situações como aquela. Maitê os recebeu com um abraço apertado e, em seguida, nos apresentou. O nervosismo que eu sentia era como uma nuvem densa, mas fui capaz de sorrir e cumprimentá-los. Eu sabia que precisava causar uma boa impressão, mas a verdadeira tarefa.

Era ser genuíno, ser eu mesmo, como Rosario e Ewan haviam me aconselhado. Até mesmo a Maitê. Não podia esconder a ansiedade, mas também não queria ser dominado por ela. A conversa começou de forma descontraída. Eles perguntaram sobre mim, sobre o que eu gostava de fazer, como eu conheci Maitê. À medida que falávamos, comecei a perceber que os pais dela estavam genuinamente interessados em mim, em minha vida. E, ao mesmo tempo, pareciam.

Perceber minha ansiedade, mas, de algum modo, isso não parecia um obstáculo para eles. A conversa fluía, natural. Eu fui me soltando aos poucos, respondendo com mais confiança, deixando a conversa seguir seu curso. E então, enquanto compartilhávamos risadas e histórias, eu comecei a sentir que o medo estava indo embora. Os pais de Maitê eram como qualquer outro casal, com os seus medos, e suas próprias histórias.

E não estavam ali para me julgar.

Eles estavam ali porque se importavam com a sua filha e queriam conhecer a pessoa com quem ela estava escolhendo compartilhar sua vida. No fundo, eu percebi que a verdadeira tarefa era não tentar impressioná-los, mas apenas ser honesto, mostrar quem eu realmente era. Por mais que a ansiedade e tivesse sido uma constante durante todo o dia, o encontro com os pais de Maitê se revelou como um enorme passo importante na nossa história juntos.

E, no final, eu soube que tudo daria certo.

E, no final, eu soube que tudo daria certo

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