Passado Presente - Gerson

023- desacordada

Gerson Santos.

Passei a noite em claro, andando impacientemente por toda essa sala de espera, pedindo pra Deus melhorar a Laura, independente da situação que ela se encontra no quarto que está. Fui uma noite muito longa, a todo momento com os pensamentos na cacheada, em como ela está, como foi esse acidente, e o quanto eu só quero a ver logo.

Diferente de mim, Wesley e Lorran que continuaram aqui comigo, para me controlar, dormiram um pouco, nas cadeiras desconfortáveis, um com a cabeça no ombro do outro.

- tô todo dolorido, puta merda - Lorran se espreguiçou

- podem ir pra casa vocês - falei

- vamos esperar tu subir pra ir ver a Laura, te deixar sozinho aqui pode ser um perigo, de tu arrumar mais confusão

- vou tentar falar com eles de novo

- só não surte novamente - Wesley disse

Fui caminhando em direção a recepção, mas antes de eu chegar, uma loira muito bem conhecida por mim, parou no meu caminho, bem na minha frente. Giovana, melhor amiga da Laura. A mulher estava com um ferimento acima da sobrancelha direita, e com o braço esquerdo engessado. Seus olhos estavam inchados, entregando que a mesma deveria estar chorando muito.

- oi, Gerson - sua voz saiu fraca

- você estava com ela no carro? - perguntei a analisando

- sim, só que meus ferimentos foram menos graves do que o estado da Laura - desviou o olhar do meu, olhando pro chão

- oque houve?

- a gente bebeu demais, e a Laura foi querer dirigir pra gente ir embora. Eu estava dormindo, no banco de tras, completamente fora de mim, por causa da bebida. Só acordei com a porrada no carro, e a gente capotando - lágrimas desceram pelo rosto da mulher - eu não devia ter deixado ela dirigir daquele jeito, mas eu não estava em condições de impedir - seu choro aumentou

Suspirei pesado, imaginando a cena. Meus olhos arderem, e o nó voltou a se formar na minha garganta. Mas segurei o choro que queria descer.

Colei meu corpo ao da loira, a abraçando forte.

- ei, se acalma. A Laura é uma mulher forte, vai ficar bem - falei isso mais pra mim mesmo, do que pra Giovana

Demorou alguns minutos pra mais nova se acalmar, parando de chorar.

- eu quero ver ela, Giovana - pedi, saindo do abraço - por favor

- imagino. Eu ia ver ela agorinha, mas a recepcionista me falou que você arrumou uma confusão ontem a noite, e ainda estava aqui esperando

- eu só preciso ver como ela está - senti meus olhos arderem mais uma vez

- vou falar pra te liberarem de ir até o quarto comigo

Giovana foi até a recepção do hospital, e conseguiu liberar minha entrada, oque fez meu coração se acelerar, em ir logo ver o estado que está a Laura.

Quando chegamos em frente ao seu quarto, respirei fundo algumas vezes. Ao entrarmos, tinha uma mulher, de meia idade sentada na poltrona, com um olhar triste. Deduzi ser sua mãe. Mas minha atenção logo foi até a maca, que estava a Laura deitada, com os olhos fechados. Diversos aparelhos estavam ligados na cacheada, ecoando alguns "bips" pelo quarto. O meu coração se quebrou em mil pedaços com a cena. Eu nunca pensei que veria a Laura nessa situação.

- você deve ser o Gerson - a mulher se levantou, vindo na minha direção - Arthur tem me falado muito de você - sorri fraco - sou a Fernanda, mãe da Laura

- prazer, Fernanda - tentei forçar um sorriso simpático, mas saiu fraco, pelo meu desanimo - como ela está?

- o médico disse que o caso é sério, mas que está tudo controlado. Não se sabe quando ela vai acordar, ou se vai acordar

- como assim se vai acordar? - franzi o cenho

Meu coração se acelerou ainda mais.

- ela bateu a cabeça forte na hora do acidente, pode acontecer de não acordar mais - vi lágrimas se formarem nos olhos da mulher, assim como nos meus

Senti meu fôlego todo sumir, se formando um nó novamente em minha garganta. Comecei a puxar a ar, fundo, tendo dificuldade de respirar.

- o médico também disse que provavelmente ela consegue nos ouvir - Fernanda disse - então se quiser, pode falar com ela. Talvez isso ajude também a fazê-la acordar

- vamos te deixar a sós com ela um pouco - Giovana puxou a mais velha pra fora do quarto

Em passos lentos, me aproximei da maca, me permitindo a analisar melhor. Ouvindo a porta fechar se fechar atras, indicando que eu estava a sós com a cacheada agora.

Ela está vestida na roupa branca de hospital, e com certeza odiaria ver como a vestiram, por sempre ser muito exigente em como se vestir. Mas oque me impressiona, é que ela continua linda.

Tem alguns ferimento pelo seu corpo, arranhões e marcas roxas. E sua boca está com um pequeno corte.

Parei ao lado da sua maca, segurando na sua mão, e com a outra, iniciei um carinho na sua bochecha, imediatamente meus olhos se encheram de lágrimas.

Minha mente começou a lembrar de todos os momentos maravilhosos que tive com a Laura, desde quando nos conhecemos, que foi ao bater os olhos sobre ela, numa festa, que já percebi que seria diferente. Em tudo oque vivemos, até acontecer tudo de ruim que aconteceu, causadas por mim.

- ei, Freitas - passei a mão pelos seus fios de cabelo - eu sei que eu provavelmente sou a ultima pessoa que você queria aqui contigo, e também sei que mereço essa sua raiva de mim - sorri fraco - e eu preferiria ter você me xingando, do que ter que te ver assim, nessa maca - suspirei pesado, segurando o choro que queria sair - prometo que só vou sair desse hospital junto contigo, acordada e bem. Até mesmo sabendo que você não gostaria da ideia, eu não vou sair do teu lado. Porque já fiz isso uma vez a me arrependo muito, eu vou te provar que nunca mais vou sair do seu lado, nem vacilar contigo - depositei um beijo na sua testa - o Arthur tá te querendo, seja forte por ele, melhora logo por ele

Eu preferiria ser eu no lugar dela.

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Esse capítulo ficou um pouco mais curto que os outros, mas é que nesses ultimos dias ando travada pra escrever sobre essa fic, por isso demorei um pouco pra voltar.

Vou tentar desenrolar mais ela hoje ou amanhã, pra postar mais.

Espero que estejam gostando.

Desde já, desculpem qualquer erro de português e a demora.

Até breve.