14. México (Revisado)

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Música: Enrique Iglesias - Bailando

Não esqueçam das estrelinhas e dos comentários.

Boa leitura

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***

Volto para a mesa coma cabeça nas nuvens. Tudo a minha frente e ao meu redor passando como um borrão. Sento-me de frente para Mike – como estava anteriormente – e o observo. Ele tem o cabelo louro dourado meio bagunçado, olhos castanhos e o sorriso mais lindo que eu já vi. Desvio meu olhar para o chão e começo a pensar em Eliot. Ele tem o cabelo preto com um corte curto, olhos escuros e um sorriso encantador.

Os dois são lindos, mas sou casada com um deles. Mesmo que o outro me atraia, eu não posso. É incorreto. Minha vida já tem confusões o suficiente para eu me meter em mais uma.

– Você está se sentindo bem? – o encaro, mas não consigo responder. Minha mente ainda esta a mil – Você está pálida. Quer sair daqui?

Apenas aquiesço. Ele se levanta e pega em minha mão para que eu vá atrás dele. Não consigo recusar, não consigo dizer nada, apenas o sigo. Voltamos para o bar e ele solta a minha mão. Acena para Valery que está atendendo outro cliente e espera. Para afastar esse emaranhado de pensamentos pulsando em minha mente tento me concentrar ao meu redor. A banda de Vênus está cantando, e todos parecem concentrados nela e na letra da música. As luzes pulsando em seus rostos.

– Mas o que houve? – ouço Valery dizer.

– Furacão Vênus.

– Boa sorte. Eu converso com ela mais tarde.

– Obrigado – sua voz sai fraca.

Ele pega na minha mão novamente, mas não olha para mim. Mike me guia até a saída e depois até o carro, em completo silêncio. Assim que entramos no carro ele se junta aos outros carros e eu encosto a cabeça na janela. Sinto que lágrimas forçam para sair de meus olhos, não sei o porquê, mas quero chorar, como se meus problemas fossem acabar no momento em que elas caíssem.

De repente sinto um solavanco e ouço o freio de mão ser puxado. Só então percebo que estava com os olhos fechados, provavelmente para conter as lágrimas. Olho em volta e vejo uma praça. Alguns casais estão dançando. A porta do motorista se abre e Mike sai, vindo abrir a minha logo depois.

– O que está acontecendo? Por que estamos aqui?

– Pensei que era melhor você tomar ar fresco. Fiz mal?

– Não, está tudo bem – talvez ele tenha razão e eu precise mesmo de ar fresco.

Ele me estende a mão como cortesia. Começamos a andar lado a lado, mas sem nos tocar. Não sei que horas são e não me interessa. Mas não deve ser muito tarde, pois tem muitas pessoas circulando por aqui.

– Quer um sorvete? – aceno positivamente.

Mike vai até uma barraquinha de sorvetes que estava logo à frente. Logo depois, ele volta e entrega-me um sorvete de morango. Mike acena com a cabeça para que continuemos a andar. Essa situação está muito constrangedora. Provo um pouco do meu sorvete, deixando o gosto de morango invadir minha boca.

– Como sabia? – quebro o silêncio.

– De quê?

– Do meu sabor preferido.

– Não sabia. Depois que estava lá, me dei conta de que eu não havia perguntado o sabor que você queria. Então, peguei o meu preferido.

Eu sorrio e ele também.

Por Livre e Espontânea PressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora