Jenna Winter, uma garota que vive nas sombras,treinada para ser a arma perfeita-uma assassina sem emoções,sem remorsos. cada missão é uma nova dose de adrenalina,um vício que a mantém viva,ainda que metade de sua alma já esteja perdida. Sua próxima...
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A situação a minha frente me deixa confusa, porém não posso deixar isso me atrasar, preciso voltar a minha atenção ao presente que vim comprar. Me afasto da multidão de pessoas e volto as ruas, olho cada vitrine de loja até achar uma que chama minha atenção.
É uma loja de joias não muito grande, entro e olho tudo ao redor, vou até a bancada mais não a ninguém lá, tento fazer algum barulho e mesmo assim ninguém aparece. Um tempo depois alguém entra na loja, uma mulher jovem, deve ter seus vinte e cinco anos, ela me encara com uma expressão de surpresa.
— Você sabe quem é a dona daqui? — pergunto sem enrolação.
— Eu sou a dona, estava em horário de almoço, mas jurava que tinha fechado a loja — ela fica pensativa encarando a porta — enfim, o que você deseja?
— Um colar para presente de aniversário.
A dona vai até a bancada e tira um colar dourado de fio fino e uma pedra de esmeralda como enfeite, a luz que entra pelas janelas batem na pedra e começa a brilhar muito. Ashley tem uma pele bronzeada então irá se destacar bem.
— Vou levar esse — digo já tirando o cartão da carteira.
— São mil seiscentos e cinquenta e dois dólares.
Pago o colar á vista e a moça me entrega a caixa embrulhada com papel de presente. Saio da loja e olho para o local de antes, não a mais ninguém lá e o corpo já foi retirado, é como eu falo, não importa o quanto as pessoas digam que você é importante, por que no fim sempre será igual, quando te virem dentro de um caixão, não te darão a validação que sempre disseram que você tinha.
Vou até o local do crime e encaro o prédio, há um tempo atras matei um empresário aqui mesmo nesse prédio. Talvez o fato de ter outro assassino na cidade seja bom, enquanto estou focada na missão que recebi, as mortes não irão diminuir, porém não gosto do fato de ter outra pessoa fazendo o meu trabalho.
Me viro para voltar para o trajeto de casa, mas acabo esbarrando em um homem com um moletom preto e capuz, ele está com a cabeça baixa então não dá para ver seu rosto. Peço desculpas pelo esbarro e quando ele levanta a cabeça seus olhos negros como carvão penetram em minha pele com toda a intensidade.
— Não é só você que sabe esconder segredos, Jenna Winter — ele sussurra enquanto passa por mim. Fico parada no lugar, um arrepio percorre pelo meu corpo, quando me viro não a mais ninguém no lugar. Começo a andar até minha casa, seus olhos ficaram gravados em minha mente, seja lá que for esse homem, irei encontrá-lo novamente.
Depois de um tempo eu chego em casa, escuto a televisão ligada na sala e meus pais conversando, está passando um noticiário sobre a morte que vi, passo direto por eles sem trocar uma palavra e vou até meu quarto, tranco a porta e me sento na cama.
Não posso deixar me levar pelos meus pensamentos, tenho que focar na minha missão, na festa de hoje e no ensaio de segunda-feira. Levanto-me e vou até o banheiro tomar um banho, daqui a algumas horas será a festa e eu não quero me atrasar. Tento relaxar o máximo que posso e manter a mente desocupada, todos os meus colegas estarão lá e não posso estar desse jeito.
Assim que termino, visto o vestido que abraça minhas curvas perfeitamente, como se tivesse sido feito sob medida para mim. Coloco um salto alto prata que alonga minha silhueta, combinando com acessórios delicados da mesma cor.
Decido deixar a maquiagem e o penteado para o salão, afinal, a festa será um evento nada simples e todos estarão impecáveis. Não posso ser a exceção. Penso em algo clássico e impactante: uma maquiagem que destaque meus olhos e um penteado sofisticado que complemente o vestido. Esta noite não é apenas sobre se destacar, mas sobre controlar a atenção de todos ao meu redor. Sem contar que Zyran também estará presente, pode ser minha chance de me aproximar dele.
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Eu venho nesse salão desde criança, como meus pais têm grandes influências em Washigton, sempre foram chamados para eventos importantes, e eu sempre vinha aqui arrumar o cabelo e fazer uma maquiagem. Sento-me na cadeira em que a cabelereira aponta, enquanto uma faz o penteado, outra faz a maquiagem. Explico para elas como quero ambos os pedidos.
Depois de mais ou menos uma hora estou pronta, me levanto e vou até um espelho próximo. A maquiagem é clássica, porém marcante, possui um delineado preto bem definido e puxado para fora, alongando meu olhar, uma leve sombra esfumada nos tons de bege e marrom-rosado nas pálpebras superiores, criando profundidade e destacando meus olhos. O contorno na linha d'água realça ainda mais o olhar, deixando-o mais intenso. Apesar de naturais, os cílios parecem bem definidos, complementando o delineado. E minhas sobrancelhas são bem delineadas e preenchidas.
Já o penteado é um semipreso volumoso, as ondas do meu cabelo estão bem definidas, o topo do cabelo está preso, criando altura, enquanto o restante é deixado solto. Algumas mechas foram deixadas soltas propositalmente na parte frontal. Está perfeito.
Pago as duas moças pelo trabalho, olho a hora e já são seis horas da tarde, ligo para meus pais virem me buscar e me levar para a festa, e aviso eles para trazerem o presente no carro, pois esqueci ele em casa. Logo depois eles chegam e vão direto ao local combinado. Quando estou chegando perto consigo ouvir as batidas de música alta, as luzes por toda a parte e muitas pessoas aglomeradas em volta da entrada. Saio do carro com o presente em mãos, suspiro fundo e crio coragem de enfrentar aquela multidão.
Começo a andar em direção à entrada, mas paro no mesmo instante ao ouvir uma voz familiar atrás de mim. Reviro os olhos e bufo antes mesmo de me virar. Já sei quem é.
— Você por aqui? Se eu soubesse que você vinha eu teria ficado em casa — Zyran diz com aquele seu maldito sorriso convencido, está apoiado no capô de sua Ferrari vermelha. Ele me olha de cima a baixo reparando em cada detalhe do meu vestido, como se fosse me devorar a qualquer momento. Um calor percorre meu corpo de repente.
Reviro os olhos e cruzo os braços, encarando-o.
— Você realmente não sabe calar a boca? Ou isso faz parte da sua personalidade irritante? — rebato, sarcástica.
Ele dá uma risada baixa, ajeitando a gravata como se tivesse algum compromisso importante. — Irritante? Não, eu prefiro o termo... marcante. Mas, eu sei que no fundo, você gosta desse meu jeito.
— Ah não, pode ter certeza de que não gosto, você é um incomodo para qualquer um.
Zyran ergue uma sobrancelha, o sorrisinho malicioso nunca deixando seu rosto. — Com certeza. E é um prazer incomodá-la — ele começa a andar em minha direção até parar bem perto do meu rosto, tão perto ao ponto de conseguir sentir seu hálito batendo em meu rosto. Tem cheiro de hortelã — Mas você não pode negar que gosta.
— Você acha que eu gosto de alguma coisa em você? — pergunto com deboche, mas minha voz sai falhada.
Zyran segura a ponta do meu queixo me fazendo ficar olho a olho com ele.
— Não parecia me odiar na noite em que estava me espionando pela janela enquanto eu tocava — ele sussurra em meu ouvido e sai andando para dentro da festa.
Eu balanço a cabeça, irritada, e entro no salão, prometendo a mim mesma que, seja qual for o motivo de Zyran estar aqui, eu não vou deixar que ele roube minha paciência. Não mais do que já faz diariamente.