Capítulo 4

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Estamos indo na direção da praia. Na verdade Lay está praticamente me arrastando para a praia. Eu realmente não queria ir. Mas não posso contar a Lay o motivo. Eu gosto de festas, eu iria de boa vontade em qualquer uma em outras circunstâncias. O problema é ele. Aquele deus grego que está claramente dando em cima de mim. E por que ele está dando em cima de mim? Muito provavelmente isso é brincadeira que os veteranos fazem com os calouros que chegam e essa com certeza é o tipo mais humilhante de pegadinha. Os amigos dele vão e escolhem uma garota – a mais feia, de preferência- e mandam-no dar em cima dela. A garota, por sua vez ingênua, acredita e então é humilhada na frente de todos. E eu estou caminhando direto para o mesmo caminho. E não posso contar isso a Lay. Ela provavelmente iria rir de mim e eu não quero ser humilhada pela garota mais linda da Universidade e que eu já considero uma amiga.

Lay não para de falar o quanto é fascinante Dilan estar afim de mim, o quanto isso é incrível e coisas do tipo.

Tenho que me segurar para não dizer a ela que isso não é fascinante nem incrível, que é impossível. Que um cara lindo como ele, com olhos dourados tão maravilhosos, com cabelos de uma cor tão preta, musculoso como um atleta, com uma beleza que deveria ser pecado ter, nunca se interessaria por alguém como eu. Quero dizer, eu não sou exatamente horrível de se olhar. Meus olhos verdes e cabelos caramelos juntamente com meu corpo malhado da academia, modéstia a parte, me tornam uma mulher atraente. Mas é só você olhar para as outras ao meu lado que minha beleza comum é facilmente ofuscada.

Porém, estou determinada a não cair nessa brincadeira de mau gosto. Ele quer jogar, ótimo, vamos jogar. Não é só por que ele é lindo, maravilhoso, charmoso, excepcionalmente sexy e tem aparentemente todas as qualidades do mundo que eu vou ficar me derretendo por ele. Posso não ser muito bonita, mas sou legal. Pelo menos eu acho. É isso, estou determinada. Vou esfregar na cara dele que não adianta ser perfeito por fora se por dentro ele é um poço de arrogância. E quem sabe depois ainda eu possa encontrar outras pessoas legais pra conversar. Ótimo, essa festa até que pode não ser tão ruim, eu penso com um sorriso de determinação no rosto.

Estou tão distraída com meus pensamentos que mal percebo que já chegamos à praia. Uau. É linda. Tem tochas por toda a parte para iluminar a noite escura, embora apenas a lua cheia no céu já faria isto por elas, também há esteiras estendidas na areia para que as pessoas possam se sentar e algumas barracas que vendem algum tipo de comida. E está lotada. Aparentemente quase todos os universitários estão aqui. Em todo lugar para que se olhe há gente. Gente conversando, gente dançando ao som alto da musica que está tocando e alguns casais se agarrando.Universidade nada liberal, eu penso sarcástica.

- Acho que deveríamos ir procurar uma esteira livre – Lay está gritando acima do som da musica, para que eu possa ouvi-la – A festa só vai começar de verdade daqui a pouco.

Começar de verdade? Se isso não é ter começado de verdade, eu não sei o que é.

Eu apenas faço que sim com a cabeça, concordando com ela. Em fim encontramos um lugar perto das pedras, já no fim da praia. Percebo que a praia não é tão longa, deve ter no máximo um quilometro de comprimento. Onde estamos o som já não é tão alto e a concentração de pessoas está a mais ou menos uns 15 metros daqui. Eu me sento e olho para Lay, que ainda está de pé. Ela diz:

-Vou procurar o Alex, ele já chegou há uma semana e com certeza já deve conhecer bastante gente que possa nos apresentar- ela sorri para mim – Quer alguma coisa?

- Não, estou bem – sorrio de volta para ela.

-Ótimo. Volto daqui a pouco – ela olha para a multidão e faz uma careta – Eu acho.

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