1.Mais um dia normal... Ou Não!

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-Alice? Acorda Alice!-Sou sacudida.

-Pai, só mais cinco minutinhos!-Falo me enterrando ainda mais entre minhas cobertas quentes e aconchegantes.

-Alice! Não tenho tempo para sua preguiça! Eu também preciso ir trabalhar e você está me atrasando, vamos Alice! -meu pai me sacode mais uma vez, mas agora já estava nervoso.

-Tá pai, encontro você lá em baixo! -Falo me espreguiçando e depois saindo de cima da minha melhor e única amiga, a cama.

-Espero que não faça igual ontem de novo e volte a dormir! - ele já avisa.

Meu pai já nervoso, sai do quarto me deixando para me trocar e me arrumar para ir ao colégio.

Coloco meus chinelos e saio arrastando os pés no chão, chego ao banheiro e lavo o meu rosto como em todas manhãs, e em todas as manhãs eu sempre estou atrasada.

Me olho no espelho e... Droga! O que é isso? Meu olho está cinza? Desde quando eu uso lente e não me lembro? Ou será que alguns olhos mudam de cor? Talvez seja a luz da janela... E se não for? E se eu estiver ficando cega? Ai meu Deus, se eu ficar cega nunca mais vou poder conseguir terminar aquele meu livro que peguei na biblioteca ontem... Eu já sou zuada pelas minhas roupas na escola, imagina se eu ficar cega!

Eu estou lascada, e se meu pai achar que estou usando lente pra conquistar um garoto? Ele vai surtar!

O melhor á fazer é ir com aquele óculos escuros que comprei pra usar num calor daqui algum dia, mas eu nunca usei, pois moro em Montana e até quando tem sol é muito frio...

Pelo menos agora vou poder usar o óculos... Mas antes preciso ter certeza de uma coisa.

-Aaaaiiii! - grito ao ter acabado de cutucar o olho para ter certeza de que não era uma lente.

-O que foi isso Alice? - meu pai grita lá de baixo.

-Nada não, a pasta de dente espirrou no meu olho!-grito de volta mentindo.
Escovo os meus dentes e saio correndo para o meu quarto para me trocar e colocar meu óculos.

Depois de pronta pego a minha mochila e saio meio atrapalhada pela escada com aqueles óculos escuros... Meu pai já estava impaciente andando de um lado pra outro na sala com o telefone na mão, meu pai é delegado do departamento de polícia de Kalispell em Montana.

Ele vive ocupado, desde que minha mãe morreu por um animal, ele vive bravo e impaciente comigo. Eu não posso culpá-lo, mas também queria que ele me desse mais atenção.

Meu pai termina o assunto no telefone quando percebe que estou pronta e apenas esperando ele.

-Vamos? - ele pergunta indo à porta já a abrindo e fazendo sinal para mim sair.

Será que era uma pergunta retórica?E ele nem percebeu que estou de óculos escuros, mas mesmo que eu esteja com uma meleca enorme no nariz, ele não percebe!

Já no carro com meu pai dirigindo, tudo ocorre normalmente, meu pai olhando a estrada, eu olhando a paisagem e uma música velha dos anos 80.

Não sou muito sociável, nem com meu pai e nem com ninguém, acho que esse é o meu problema...

A única amiga que tenho é a Zoe, conheci ela no 8° ano e desde então ela vive comigo, mesmo assim é horrível estar naquela escola, as metidinhas só sabem me humilhar, elas humilham todos que não puxem o saco delas! Pelo menos eu já estou no último ano e ano que vem não vou precisar mais olhar para aquelas ignorantes.

-Vai ficar encarando a escola até quando Alice? Vai logo que eu já estou muito atrasado por sua conta! - ele briga olhando para o relógio.

-Me desculpa, eu... - meu pai me interrompe.

-Tá, tá, agora vai logo! - ele reclama.

Saio do carro e lhe dou um tchau, que pelo visto ele fingiu que nem viu e começou a dirigir para o seu trabalho.

Saio de meus pensamentos sobre o meu pai e entro na escola, a mesma bagunça de sempre, os mesmos idiotas de sempre, esse colégio é muito monótono! Como ninguém vai reclamar sobre eu estar com lentes para querer conquistar algum garoto, tiro os meus óculos escuros e guardo na minha mochila.

Vou procurar pela Zoe que sempre me espera ao lado do refeitório para saber o que vai ter de almoço.

Zoe adora comer e é super tagarela, mas também é muito fofa e a maioria dos rapazes da nossa sala já gostou dela. Ela é bem diferente de mim em todos os traços.

As metidinhas morrem de inveja da Zoe por ela ser bonita, mas ela sempre me disse que não é a beleza e nem a Louis Vuitton que é mais importante numa pessoa. Eu nunca entendo por que ela fala isso, já que ela é super bonita, talvez queira que eu me sinta melhor já que nem chego aos pés dela.

Chego na porta do refeitório, mas dessa vez Zoe não estava lá... Estranho! Ela sempre me avisa quando vai faltar, talvez tenha tido um imprevisto.

O sinal bate e eu pego minha mochila que havia deixado no chão sem nem perceber, acho que estou muito avoada hoje... Na verdade, sempre fui mais pro mundo da lua, então é até normal se eu me jogar de uma ponte sem nem perceber.

Vou até a minha sala e a primeira aula que seria hoje era física, eu não tenho muitos problemas com física, nesse colégio eu e Zoe somos as únicas que tiram notas boas em física, mas se tem uma matéria que eu nunca vou me dar bem é sociologia.

Não consigo entender porque eu tenho que aprender sobre sociedade, população e tal. É muito entediante.

-Desculpe Sr. Scott, tive um problema e por isso me atrasei! - aquela voz macia que sempre me derreteu desde o 8° ano ecoa em meu ouvido.

Derek Simons, o garoto mais bonito do colégio, ou até de Montana, do mundo inteiro... Sempre tive uma queda por ele, desde que ele me defendeu daquelas metidinhas no 8° ano quando elas estavam zoando com o meu cabelo.

Nenhum menino tinha me defendido até aquele dia, e aí me apaixonei por ele, mas no fundo eu sei que ele nunca vai se interessar por mim.

É a triste realidade, ele é o garoto mais bonito e popular do colégio, enquanto eu... Sou apenas a Alice, o que não é grande coisa por aqui!

Volto á realidade quando algum indivíduo sem nada pra fazer jogou uma bolinha de papel bem na minha cabeça.

Olho pra trás e as metidinhas estavam rindo maldosamente para mim, que infantilidade!!!

Abro o papel amassado com decoração de florzinhas.

"não baba que é feio, e nem pense que ele irá gostar de você algum dia... Você é mulambenta e nem sabe se arrumar como nós, então esqueça querida!"

Seguro as lágrimas, não pretendo chorar na sala de aula, mas no banheiro sim!

-Professor... - chamo o professor e ele olha em minha direção. - Posso ir ao banheiro?

-Pode, mas vá logo! - ele fala voltando à escrever no quadro negro.

Vou correndo até o banheiro e me tranco em um deles e começo a chorar, elas estão à todo tempo me humilhando e à troco de que? E o pior é que elas conseguem me fazer chorar.

Quando me canso de chorar vou lavar o meu rosto, e quando me viro...

-Você? - pergunto surpresa.

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Bom gente, é isso, espero que tenham gostado e por favor me dêem apoio pois essa é a primeira história que publico... Obrigado e eu estou aceitando críticas, mas construtivas.... Tchau

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⏰ Última atualização: Jul 28, 2015 ⏰

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Uma loba desconhecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora