Foi tipo chuva de verão, leve e
passageira,
Noite sexta-feira mensagens no
celular,
Saudade da noite que 'vivemo
E da maneira que 'cê me olhava
Jurando até me amar.
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📍Represa, Igaratá
O sol já estava começando a descer, deixando o céu de Igaratá tingido de tons alaranjados. Eu, Lívia e Carla estávamos esparramadas na enorme casa do Nino, aproveitando o fim de tarde com os pés na piscina, copos de gin na mão e Bokaloka tocando no fundo, depois de um dia inteiro pegando sol, andando de jet e nadando a gente precisava da descansadinha né?
O plano era simples: descansar, fofocar e fugir da bagunça de São Paulo.
E principalmente das polêmicas e fofocas que já estavam estourando depois da minha briga com a Ana.
— Aqui é tudo, né? — Carla suspirou, ajeitando os óculos de sol enquanto mexia o drink – Sem trânsito, sem gente enchendo o saco... só paz.
— Aham, paz que nada, Nino já tá demorando pra inventar alguma coisa. — Lívia respondeu, arqueando a sobrancelha e olhando em direção à casa – Eu conheço o namorado que tenho.
E, como se fosse um sinal do destino, escutamos o grave de um carro encostando na entrada, seguido por vozes e risadas. Várias vozes.
Eu já senti o estômago revirar.
— Não fode — Murmurei, fechando os olhos com raiva pela paz ter terminado antes de me virar.
Esse filho da puta chamou gente pra cá.
Lívia e Carla se entreolharam, sabendo que, se eu já estava assim de cara, era porque alguma merda maior estava prestes a acontecer.
Nino apareceu na varanda, com um sorriso canalha no rosto, de quem sabia que ia levar esporro, mas não tava nem aí.
— Surpresaa! — Ele ergueu os braços, debochado. – Trouxe a rapaziada pra animar essa casa morta. Cês podem deixa pra me agradecer depois.
Eu ia xingar. Eu ia xingar. Mas antes que eu pudesse soltar qualquer coisa, meus olhos foram direto para uma figura conhecida no meio dos muleques que entravam.
Meu corpo enrijeceu na hora. O coração bateu forte, mas não de um jeito bom. Não era possível.
— Cê tá de brincadeira com a minha cara...
Carla e Lívia seguiram meu olhar e viram exatamente o que eu vi.
Ali, no meio dos moleques, de boné de aba reta, camisa da Lacoste aberta mostrando a corrente de ouro e aquele sorriso malandro, estava o Tuto. De novo.
A pessoa que eu tinha programado pra não ver nunca mais, já era a segunda vez que eu via em menos de 1 semana. E provavelmente passaríamos o fim de semana juntos já que nunca ninguém vinha para Igarata ficar 1 dia so.
Ele me viu.
A cara dele mudou na hora. A expressão de quem tava de boa, trocando ideia e rindo, sumiu quando nossos olhos se cruzaram. O sorrisinho debochado apareceu no canto da boca.