Olá, tudo começou com a gravidez da minha mãe. Minha mãe, sempre foi aquela menina estudiosa, exemplar, não gostava de sair, não bebia, não fazia nada de errado. O sonho de toda e qualquer mãe. Nova, com 19 anos, engravidou do meu pai. Ouço que foi uma decepção muito grande na época, todos familiares e colegas ficaram chocados com a notícia. Meu avó sugeriu que ela abortasse, pois atrapalharia a vida dela, ter um filho tão nova. Ela, por sua vez, toda orgulhosa e responsável pelos erros e acertos, se negou. E decidiu ir morar na casa do meu pai. De onde não durou muito tempo. Grávida de quase 7 meses, descobriu que meu o traía. Então foi correndo para a minha avó pedir para voltar pra casa. Que por sua vez, não negou. Ah, minha avó.. Imaginem uma pessoa maravilhosa, um ser divino, pois bem, minha avó é o dobro.
Dia 28 de junho de 1998, por volta das 4 hrs da manhã, minha mãe dava a luz a uma menina, minha avó quis que eu me chamasse Clarissa, por pouco esse não foi meu nome, mas acabou ficando Larissa. Larissa de Aguiar Guerra. E foi aí que minha batalha por esse mundão começou. Só Deus sabia o que iria acontecer em nossas vidas dali em diante.
Desde nascida, morei na casa dos meu avós, na Baixada Fluminense, RJ, com minha mãe e meu tio.
Assim que eu nasci, foi uma alegria enorme na família, (acreditem escrevo esse livro com lágrimas nos olhos.) meu avô, todo babão, minha avó, minha segunda mãe meu tio, me achava uma boneca, ficava comigo pra cima e pra baixo.. E minha mãe ah, sempre teve seu jeito único. Com meus 4 anos, minha família teve uma enorme perda, meu tio veio a falecer, vítima da violência desse mundo, foi injustamente assassinado, até hoje não sei a real verdade, por isso, obto por não falar sobre esse assunto. Não lembro muito bem até que idade minha mãe ficou na casa dos meus avós comigo. Mas sei que com meus anos, eramos só, eu, minha avó e meu pai. Não, não meu pai biológico, mas meu avô, que chamei de pai a vida toda.
Morava a alguns metrôs do meu pai biológico, tenho a vaga lembrança que por vez ou outra ele ia me visitar, me levava pra sair no meu aniversário. Sempre foi muito ausente. Mas minha avó paterna, ocupava o lugar dele. Sempre tive a vida "dos sonhos" de qualquer criança da minha idade. Meus avós tinha bar, e com isso, ganhavam muito dinheiro. Eu sempre estudei em colégio particular, tinha transporte escolar, eram todos os dias dinheiro pra merenda.
