Enquanto durar

Prólogo

          Ouvimos mais tiros, mas não paramos de correr, aperto mais a mão de Luck, vejo a porta do meu quarto então entro abruptamente puxando Luck para dentro, fechamos a porta atrás de nós, vou para perto da escrivaninha e pego a cadeira enquanto Luck continua na porta, ele a tranca e se afasta, coloco a cadeira na maçaneta para dificultar a entrada deles no quarto, eu e Luck nos olhamos, tomamos alguns fôlegos, passo o olho tentando achar a porta secreta do meu quarto e é quando me lembro que não há nenhuma porta secreta no meu quarto, porra, ouço mais um tiro ser disparado, olho para Luck tremendo

-Luck, não tem porta-ele me olha e finalmente percebe isso também

-O que a gente faz? Isabelle, o que a gente faz?

-Não sei, não sei, -Sinto minha garganta se fechando, meus olhos rodam o quarto a procura de uma porta que apareceria magicamente, mas como esperado, nada, não havia nada, ouvimos então alguém tentando abrir a porta, quando olho para Luck seus olhos estão desesperados, pego sua mão e faço um sinal para ele fazer silêncio, assim que nos afastamos da porta uma tiro é disparado, vou para o banheiro puxando Luck comigo, ao entrarmos eu tranco a porta, olho para a banheira e aponto para lá, minha respiração falhava assim como a de Luck, ele entra e eu vou logo depois, nos deitamos e nos abraçamos, ouço a porta do quarto ser arrombada, um leve grito sai de minha boca e sinto as bochechas de luck molhadas, olho para ele e seus olhos estão vermelhos

-Vai ficar tudo bem...vai..vai ficar tudo bem- Falo cochichando e seco uma lágrima da bochecha dele

-Izzy, eu tô com medo-faz tanto tempo que ele não me chama assim, Izzy.

-Eu sei, eu também, mas vai ficar tudo bem eu prometo- Um soluço baixo sai de Luck, não sei por quanto tempo ficamos em silêncio, enquanto ouvíamos os móveis sendo jogados no chão, quando enfim um deles tenta abrir a porta e não consegue ouço ele chamando um dos outros, ele dá um tiro na maçaneta, ouço seus passos se aproximando e então ele puxa a cortina da banheira, o homem estava com o rosto coberto e eu só consigo ver seus olhos verdes

-Achei- o homem grita puxando eu e Luck da banheira, ele nos coloca de joelhos enquanto seus comparsas aparecem, procuro a mão de Luck desesperada, assim que a pego percebo que ele estava tremendo que nem eu, olho para ele e ele para mim, ambos desesperados e com medo

-Ora, ora, ora, a princesa e o príncipe, desta vez não conseguiram fugir, né?- mesmo estando de máscara eu conseguia ver seus olhos nanquim brilhando com puro ódio, de mim, de Luck, eu não sei, mas há muito ódio naquele olhar, ele levanta sua arma e coloca perto da minha cabeça, sem conseguir controlar solto um soluço alto fazendo minhas mãos tremerem mais- A princesinha está com medo da gente, que dó- ironiza engatilhando sua arma e soltando uma risada irônica, ele se afasta levemente tirando a arma da minha cabeça, sinto meus pulmões expulsarem o ar que eu estava prendendo sem nem mesmo perceber-olha, vossa alteza, não quero te matar, só quero uma coisa que está com você, o anel de esmeralda Rockefeller

-Eu.. eu não sei do que você está falando-tento fazer a minha melhor atuação em meio a esse desespero

-Ah, mas você sabe sim, que eu sei

-Anda logo, Peralta-um outro cara grita de dentro do quarto

-Cala a boca!-o tal de peralta grita para o outro homem-E aí princesa vai me falar por bem, ou por mal?- ele coloca a arma na cabeça de Lucca

-Por favor, eu não sei, eu juro por tudo que eu não sei, se o que você quer é joia eu posso te dar todas, só por favor vai embora- eu imploro sentindo o gosto salgado das lágrimas que rolam em minhas bochechas

-Olha aqui, princesinha, eu não tenho o dia todo então fala logo-procuro fundo na minha mente sobre alguma informação sobre essa joia, mas nada me vem, eu não sei que joia é essa, ouço um tiro e então um grito, quando olho para o lado vejo Luck caído no chão e sangue saindo de sua perna, tento ir até ele, mas um dos homens me segura no lugar, não consigo tirar os olhos de Luck, esperando que ele se mexa, um sinal de vida, qualquer sinal, qualquer coisa, mas ele não se mexe-Isso foi só um aviso, agora, me fala onde tá a porra no anel-ele se exaspera mais ainda