Reencarnei como Clare Beddor.
Dentre tantos personagens fodas pra virar, me transformei logo numa humana meia boca que vai morrer no primeiro livro no lugar da protagonista.
Seja lá que divindade decidiu fazer chacota da minha cara, eu que n...
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Qual a porra desse babaca sem noção?
Não fazia nenhum sentido ele querer me impedir de transar quando deixei claro que essa era justamente minha intenção desde o começo se ia me manter sob vigilância.
Será que ele foi capaz de ver atrav-
Balancei a cabeça, encarando o tapete da sala.
A barganha só podia ser ativada se eu quisesse, então não, Rhysand não devia ser capaz de vislumbrar ao meu redor sem eu saber.
Respirei fundo, mantendo minha mente focada no agora, me mencionando a todo momento quem sou e jamais deixarei de ser. Desde que relembrei totalmente das minhas origens ao cair naquele abismo da mina, eu precisava constantemente citar a mim mesma que sou Tenebris e não Clare Beddor.
Por mais que estivesse bem adaptada ao cenário e aceitado atuar como Clare, não iria permitir que minha identidade se perdesse e ter exposto um porcento disso a Rhysand me fazia ficar com pé no chão, confiante que não precisaria fingir totalmente consigo.
Olhei ao redor, não sentindo nada nem ninguém além da brisa que entrava pelas largas aberturas das paredes com cortinas, abraçando minha pele desnuda.
Eu devo buscar Mor para que me ajude?
Suspirei, decida em descobrir a razão da atitude hipócrita de Rhysand. Esvaziei a mente, soltando um comando mental: Abra.
Levou segundos para minha visão se nublar e eu me ver num quarto de luxo em tons pretos e vermelhos. A cama arredondada sendo ocupada pela desgraçada de cabelos vermelhos vividos, ela tava de olhos fechados se deliciando com uma taça de vinho.
Merda, deu certo!
— A que devo a honra da sua visita tão cedo?
A risada galanteadora de Rhysand ecoou pelo cômodo.
— Descobri coisas curiosas que são do seu interesse.
— Ah, é? — por fim, abriu os olhos negros como carvão — Que tipos de coisas?
— Tamlin acredita que encontrou aquilo que quebrará a maldição.
— Um mortal?
— Uma mortal falsa.
— O que quer dizer?
— Ele está sendo enganado por uma bruxa que diz ter a solução para lhe destruir.
O que esse estúpido tá dizendo?
— Quem é a felizarda?
— Clare Beddor.
— Clare... — terminou o vinho, largando a taça flutuando ao seu lado — Beddor?
