[C a p i t u l o 1]

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Fechei os olhos e tudo voltou a aparecer novamente, tudo aquilo que tento esquecer a todo o custo.Aquele dia trágico, que não levou apenas a minha mãe mas também todo os meus sonhos com ele.

O carro derrapou pela neve até embater contra outro não muito maior. Deste impacto resultou uma enorme confusão. Fez tantos estragos como uma bomba atómica. Arrancou todas as portas, estilhaçou os vidros e rasgou o motor como se este fosse uma frágil teia de aranha. Várias fogueiras causadas pelo derrame de combustível tornavam toda aquela confusão visível. Havia vidros um pouco por todo o lado, sangue. Havia muito, muito sangue.

Foi tudo muito rápido, uma questão de segundos. Ouve muito barulho, depois do nada tudo ficou em silêncio, não aquele silêncio confortável mas sim um que transmitia medo e tristeza.

Um pesadelo, isto não passa de um pesadelo, pensei para mim própria. Vou acordar a qualquer momento e tudo isto terá passado. Abri e fechei os olhos uma centena de vezes mas nada aconteceu. Eu não acordei. Estava em panico, o meu corpo tremia, a minha cabeça estava barulhenta demais para eu coseguir pensar. Dos meus olhos as lágrimas teimavam em sair descontroladamente. E tinha dificuldade em respirar.

Inspira...Expira...Inspira...Expira ...

Olhei em volta e vi, vi aquilo que não queria ver, vi-a a ela deitada numa poça de sangue, imóvel e bastante pálida. Foi quando a realidade me atingiu e eu percebi que não se tratava de um sonho .Era real, ela estava ali, abracei-me a ela tentando transmitir-lhe calor, chamei com voz fraca "Mamã, mamã, acorda!" mas não obtive qualquer resposta. Dei-lhe beijinhos na cara e esperei que ela acordasse, esperei, esperei mas nada, nada a fazia acordar.

Chorei, esperando que aquela dor desaparecesse mas ela recusava-se a ir embora,ficava cada vez maior e mais dolorosa. Ela não iria mais sorrir para mim, fazer panquecas e bolos de chocolate, ela não iria brincar comigo ela não me iria levar mais ao parque nos dias de verão, ela não iria contar-me histórias para adormecer, ela não ia acordar...E eu estava sozinha sem a minha mamã.

A minha mamã estava morta e não havia nada que eu pudesse fazer, estava sozinha, completamente sozinha, pela primeira vez senti-me vazia como se nada pudesse apagar esta dor,nada fazia sentido. Aninhei-me no seu colo e adormeci à espera de ajuda. Ajuda essa quenão tardou a chegar, mas era tarde, tarde demais.Tarde demais para salvar a minha mamã.

Acordei sem folego, demorei um bocado a perceber onde estava e que tudo não passara de um pesadelo, um que me atormenta desde aquele dia, em que tudo mudou, de uma forma drástica.

Tenho vinte anos agora, dizem que sou parecida com a minha mãe, os mesmos olhos de um verde profundo. Os cabelos cor de avelã que formam caracois perfeitos que me chegam até aos seios, a pel pálida e os lábios carnudos e rosados. Sou magra de estatura média, exatamente como ela. Sempre que me miro ao espelho nao me vejo a mim mas a ela, relembrano-me assim de tudo o que aqule dia me tirou. E de como tudo seria diferente.

Sempre quis ser jornalista, daquelas que estão sempre em cima dos acontecimentos, não daquelas que escrevem colunas nas revistas e jornais sobre as vidas dos famosos e coisas sem interesse aparente. Queria escrever noticias a sério, com conteúdo, assaltos, acidentes, manifestações , etc. Coisas que alertassem as pessoas, que as enformassem sobre os prigos, noticias que servissem de alerta

[Olá, olá esta é a minha primeira fic, tentei escrever outra mas não gostei muito do rumo que estava a tomar por isso decidi eliminar,espero que gostem ponham fav e comentem quero muito saber a vossa opinião.Obrigada:)]

Destiny |h.s|Where stories live. Discover now