We are one

Capítulo 15

Na manhã seguinte, nem queria levantar-me da cama. As cortinas do quarto estavam fechadas e assim continuaram. A miss Anny, levou-me o pequeno almoço, mas depois não voltou a entrar no quarto. Não respondi às mensagens, não atendi as chamadas e não queria visitas. Permaneci ali, no escuro da habitação e no silêncio da minha mágoa.
Apenas saí do quarto para o ensaio, vesti uns jeans pretos, top preto, vesti um casaco de couro preto com fechos prateados e calcei umas sapatilhas pretas. Penteei o cabelo e fiz um coque, coloquei eyeliner preto e uns brincos pretos pequenos. Peguei na bolsa e saí.
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Quando cheguei, a sala ainda estava vazia, sentei-me no chão em frente aos grandes espelhos e permaneci ali quieta até que alguém chegasse.
O primeiro a chegar, para surpresa minha, foi o Baekhyun. Parou, olhou-me e veio para junto de mim a conversar de um tema despertado no momento. Eu pouco sorri e poucas palavras pronunciei...o que o preocupara. Entretanto chegaram os restantes, vinham a rir-se e a falar alto...mas mal me viram, calaram-se. Com isto, levantei-me, voltei-me para eles e disse:
- Vocês não precisam de estar em silêncio por minha causa, a dor é minha, vocês não têm de estar tristes nem em silêncio na minha presença.
- Não é essa a intenção, Emma. - disse Luhan.
- Então porque é que se calaram?
- Porque...
- O Baekhyun, quando entrou na sala, não ficou em silêncio. Confrontou-me, tentou animar-me, não se acobardou com a reação que eu teria.
- E tu achavas justo que eu chegasse aqui, depois de discutir severamente com o meu pai e estaria feliz com a felicidade dos outros? - "gritou" Kris.
- E porque é que dás o teu exemplo, se não tens pai? Não entendes o que estou a sentir. - aquilo saiu-me da boca para fora. Não tive a intenção de o magoar.
- Eu dou o meu exemplo, porque não deixava que uma discussão me abalasse! Não me enfiava no meu quarto e via as horas a passar. Em vez de me acobardar, enfrentaria o problema de cabeça erguida!
- Kris-hyung, tem calma com o que dizes...a intenção não é magoá-la, mas sim elucidá-la.- disse Sehun.
Eu retirei-me da sala com as lágrimas a correrem pelo rosto, apesar da crueza das suas palavras, Kris tinha razão, eu estava a fugir à realidade. Eu queria esquecer a noite anterior, das palavras do meu pai, das minhas próprias palavras.
Luhan correu atrás de mim e sentou-se ao meu lado no banco de jardim em frente à agência.
- Emma, estás bem?
- No...Eu não devia ter-lhe mentido...devia ter sido sincera com ele...eu só queria ter um rumo na vida que me sentisse bem... - as minhas lágrimas caiam duas a duas.
- Ele pode estar desiludido, mas ele gosta muito de ti Emma, é teu pai. - disse Luhan, docemente.
- Tu viste como ele olhou para mim... Ele gosta de mim, mas está muito desiludido e com toda a razão... Eu fui egoísta, eu sabia que eu ia magoá-lo e mesmo assim eu não pensei nele...
- Não chores, Emma. Eu estou aqui. Já choraste tanto, não o faças mais. - disse Luhan, enxugando-me as lágrimas.
Ele gostava mesmo de mim, Xiumin já me tinha contado sobre os seus sentimentos, mas eu não acreditei. Mas apesar do que sentia, Luhan nunca me revelou nada. Preferia estar ali a consolar-me com o seu abraço quente e as suas palavras doces. Ele conseguia tornar o meu dia cinzento, num lindo dia de sol.
Não estava nas minhas melhores forças para refletir sobre aquele momento...mas algo despertou dentro de mim.