Beatriz
Perdida, completamente perdida, era assim que eu estava me sentindo naquele momento, às vezes nem mesmo o êxtase do sexo me fazia esquecer ou suportar a dor, tentei por meses me afundar naquilo que chamavam de luxuria, meses saindo para balada todos os fins de semanas possíveis, não que isso fosse algo errado de se fazer, sair e dançar realmente ajudava a esquecer e me distrair, o problema estava no que eu fazia depois.
Sexo sem compromisso, homens que queriam meu corpo, não se importavam com a Beatriz, não se importavam com o que eu sentia para eles pouco importava o meu nome, o que interessava era o prazer, o momento do clímax. Muitas vezes senti vontade de sair correndo do quarto de motel, ou da casa de alguém após ser chamada de vadiazinha, ou putinha profissional. Mais o desejo de chegar ao orgasmo sendo penetrada por um homem falava mais alto do que meu amor próprio.
Muitas vezes me perguntei o porquê desta compulsão pelo sexo, quando aquele nojento do Lucio começou a me tocar eu só sentia repulsa, vontade de me lavar até mesmo de vomitar, porém quando eu era tocada por esses homens, me sentia uma mulher de verdade, desejada uma mulher que poderia ser amanha por alguém.
Amar
O que seria o amor? Essa é uma pergunta que eu não sei ao certo como responder.
Domingo passado, no aniversario de morte do meu pai, tive uma conversa sobre amor com Flavio, um amor diferente, amor de pai e filha. A alguns anos meu amado pai faleceu em um acidente de carro que até pouco tempo atrás eu culpava somente a mim pelo ocorrido. Passei a semana toda em uma bolha esperando sexta feira chegar para que eu pode-se sair e distrair a minha mente. Nada de trabalho, nada de dor, nada de culpa (Mesmo sabendo que não havia o porquê me culpar).
Agora eu estava aqui deitada no carpete do escritório do meu chefe, o primeiro homem que me tocou realmente, minha primeira relação sexual de verdade, minha cabeça apoiada em seu peito ouvindo as batidas alteradas de seu coração. Percebendo muito tarde que havia algo de diferente nele, algo diferente em mim. Cada orgasmo que tive neste começo de noite foi mais intenso, mas gostoso.
–Bia. – Ele me chama baixinho.
–Sim.
–Eu gosto de você. – Ele sussurra, sua voz saiu tão suave e baixa que tive que forçar meu celebro a distinguir as palavras ditas. Eu gosto de você, será que eu havia escutado certo ou havia escutado aquilo que queria escutar. Não poderia ser, ou poderia?
–Eu gosto de você. –sua voz saiu mais firme do que antes. – Beatriz, quero você para mim, somente para mim, quero namorar com você. – Ouvi aquela confissão com uma dor no peito, lembrei do meu pai, da minha mãe, de Lucio, de todos os homens que me tocaram nestes últimos meses, lembrei de Juliana, há minha amiga Juliana, havíamos transado a uns meses atrás por pura curiosidade da minha parte. Depois daquele evento bloqueamos o acontecido das nossas mentes e seguimos nossa vida.
Thiago se levanta suavemente me sentando em seu colo, sinto meus olhos arderem com as lagrimas que ameaçam cair, meu peito dói e eu arfo em busca de ar, seus olhos que antes me fitavam com ternura, agora estava alarmado, com medo.
–Desculpe, não deveria ter dito isso. Por favor, Bia não chore. O que esta acontecendo. – Balanço minha cabeça de forma negativa, não poderia contar para ele o que aconteceu comigo, os abusos, o vicio em sexo as promiscuidades, não poderia contar nada disso para ele. Como poderia?
–Não estou chorando. –Sorrio para ele quando percebo que o estou assustando. –Quer dizer, estou chorando sim, mais é de alegria, eu também gosto de você. –Ao dizer isso, me dou conta que não estou mentindo, busco na memória quando foi que comecei a sentir algo além por ele, Foi quando transamos pela primeira vez, ou será quando eu a vi com aquela loira na boate. Não com certeza não foi isso. Talvez tenha sido quando comecei a trabalhar para ele. Quando percebi o quão doce e gentil ele poderia ser, honesto e honrado quando não demitiu uma funcionara por erros cometidos na empresa. Mais como eu poderia me relacionar com ele, sendo sua funcionaria, tendo apenas dezoito anos, apesar que faria dezenove em poucos meses.
Thiago se levanta comigo ainda em seu colo. Sentamos na poltrona que momentos antes serviu para um maravilhoso sexo oral. Permanecemos ali por alguns minutos refletindo do que acabou de acontecer, eu avisa o intimado, coagido a transar comigo, para que a dor da lembrança da tarde de domingo fosse apagada da minha memória, mesmo que fosse temporariamente, e aqui estou eu ainda com a cabeça em seu peito, mais ao invés de estarmos deitados no chão, estávamos sentados no poltrona. Comigo em seu colo.
–Não me respondeu ainda. –Thiago me tira do meus pensamentos.
–Hum.–Resmungo fazendo beicinho.
–Você fica tão linda fazendo isso, é a primeira vez que te vejo assim, tão descontraída, parecendo uma menininha. Mais preciso da sua resposta. Quer namorar comigo.?
Arqueio minha cabeça para poder olha-lo melhor. Eu queria namorar com ele? Sim! definitivamente eu queria estar com ele, ser tocada por ele, me sentir amada por ele.
–Com algumas condições. –Respondo dando um sorriso travesso para ele, lembrando que essa foi minha resposta quando ele me pediu para dormir com ele.
–Quais.–Seu sorriso era doce, fofo, perfeitamente encantador.
–Não quero que todos saibam sobre nós.–Seus olhos s arregalam e eu faço um gesto com a mão indicando para que ele esperasse eu terminar de falar. –Veja bem, sou sua funcionaria, sou mais nova que você, bem mais nova em falar nisso, não quero que ninguém fique fofocando sobre como tenho privilégios, de como eu fisguei o chefe, ou coisas mais maldosas. Quero poder ficar com você sem me preocupar com nada além de nos dois.
–Você esta enganada. –Seu sorriso esta radiante, mais radiante do que antes. –Não sou tão mais velho que você, tenho vinte e cinco anos e você em alguns meses irá completar dezenove. E com...
–Como você sabe, –Pergunto o cortando em meio a uma palavra. Desta vez foi ele que me pediu um minuto com um gesto.
–Como você disse, eu sou seu chefe, sei sua data de nascimento, e você já é maior de idade, pode namorar quem você quiser, e concordo que devemos ser discretos em relação a nós dois, não desejo ouvir boatos maldosos sobre minha futura namorada pelos corredores e banheiros da empresa. Mais discordo em deixar isso em segredo, Beatriz eu gosto de você, estou completamente apaixonado. Quero poder estar ao seu lado a todo o momento.
Apaixonado.
Eu também estava apaixonada por ele, mais será que ele me aceitaria se soubesse de tudo ao meu respeito, de cada mancha suja que me persegue e não me deixam em paz. Fiz um juramento interno, Ele jamais poderia saber de nada, iria trancar essas sugeriras a sete chaves, como se fosse em um diário secreto. Pensando nisto resolvo dar minha resposta ao meu lindo e perfeitamente gostoso namorado.
–Sim eu aceito namorar com você.
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Ola amore, mais um capitulo para vcs, espero que tenham gostado.
Até a próxima
Obg :)
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Diários secretos
RomanceOBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - PLÁGIO É CRIME! Beatriz não sabe o que significa amar, ou ser amada. Não sabe o que é uma família, depois de uma grave acusação é expulsa de casa e não sabe para aonde ir. Aos...