Capítulo 13

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Eu estava um caco.

A alguns dias atrás tinha ficado chateada com Claudia por ela ter bebido. E eu tinha feito a mesma coisa, e ainda pior.

Eu não consegui dormir por muito tempo. Acordei as 5h da manha vomitando tudo o que tinha em meu estomago.

Nunca me senti tão mal por ter bebido.

Minha mãe me ajudou a trocar a roupa de cama e depois fui pro banho. A agua estava tão fria que me despertou de vez.

Minha mãe fez um chá para mim. Coitada, ela parecia preocupada.

Eu não merecia isso. Ela não devia se preocupar comigo, eu não estava doente como ela achava.

Estava bêbada e gravida.

-- Tem certeza de que está bem? Perguntou mais uma vez antes de sair do quarto.

-- Tenho mãe, obrigada. - disse

Me deitei na cama de Sarah, afundando meu rosto no travesseiro.

Ainda tinha o cheiro dela...

Mesmo sabendo que era cedo de mais e que Claudia estaria dormindo, peguei o celular e liguei para ela.

-- Você sabe que horas são? Perguntou ao atender. Sua voz estava baixa, e sonolenta.

-- Eu não quero mais o bebê. - disse derramando algumas lagrimas.

Ela ficou em silencio.

-- Eu não estou pronta para ser mãe. Não estou pronta para ficar acorda de noite por causa de uma criança chorona...

-- Nanda calma. - disse enfim. - Olha, respira.

Desatei a chorar. Eu não estava pronta para cuidar de outra pessoa. De uma criança. Ainda mais sozinha.

-- E você vai fazer o que? Tirar a criança? Vai mesmo tirar a vida do seu filho? Vai fazer isso e se sentir culpada pro resto da vida?

Engoli em seco.

-- Nanda, eu sei que agora pode ser difícil de acreditar, mas as coisas vão melhorar.

-- Não, não é verdade. As coisas só pioram Claudia. Você quase morreu... Minha irmã morreu, e agora eu estou gravida. Me diz onde isso pode ser bom? Em lugar nenhum.

-- Nanda, por favor...

-- Me desculpe ter te acordado. Volta a dormir.

Desliguei antes que ela dissesse alguma coisa.

Me enfiei debaixo das cobertas e chorei baixinho.

Minha mente vagou lentamente, em uma época de minha vida que eu não julgava ser boa....

Mas quando é que a gente acha que nossa vida está em um ritmo bom? Quando é que alguma coisa está boa para gente? Estamos sempre arrumando algum empecilho, algo para reclamar...

***

-- Ei Nanda, me ajuda a convencer sua irmã a sair comigo. Ela tem que se divertir um pouco.

-- Eu já disse, mas ela não me escuta. - mirei a bola de basquete no aro e lancei, ela bateu na tabela, cambaleou no aro e caiu fora.

Hugo correu pegar a bola.

-- Mas força no punho, menos no pé. - disse ao jogar a bola e fazer uma cesta perfeita.

-- Desisto, não sou boa nisso.

-- O que você vai fazer depois da escola? Perguntou Sarah.

-- Vou sair com o Gustavo.

Um fio de esperança. {EM REVISÃO.}Onde histórias criam vida. Descubra agora