Eu olho pela janela e vejo a placa:"Merry Jingles. População:15 mil habitantes"
Uma população extremamente menor do que as das cidades em que eu costumava viver.Mas atualmente,a vantagem que vejo em Merry Jingles é justamente o fato de ser pequena.Uma cidade onde não conheço ninguém.Um lugar para fugir do meu passado.Ah,meu maldito passado.
O ônibus então para na rodoviária. Pego minha pequena mochila,onde trouxe apenas o essencial,e desço do ônibus.
O ar da noite é fresco e limpo,como havia muito eu não sentia. E tenho que admitir,a sensação de liberdade provocada pelo fato de eu simplesmente pegar minha mochila,um pouco de dinheiro e me mudar é alucinante.
Eu ando até o ponto de táxi e faço sinal para o taxista.
-Noite fria,hein?-ele me pergunta,tentando puxar conversa.
-Não tenho do que reclamar.-respondo,sem muita vontade de conversar. Sempre gostei do frio. É tão confortável.
-E para onde a moça vai?
-Hotel Golden River, por favor.-Eu visto meu casaco e entro no táxi.
Durante o trajeto, observo as luzes amigáveis de Merry Jingles e me sinto à vontade. Aqui não há tantos prédios quanto em Londres ou Dublin; em vez disso, um certo aconchego parece rondar o lugar. Parece aquele tipo de cidade onde os vizinhos levam tortas aos novos moradores,e onde alguém faz uma festa de Natal na qual todos os moradores da rua comparecem. Um típico "lar". Uma coisa à qual eu não estava acostumada. Mas desafios nunca me assustaram.
O táxi para em frente ao hotel. Eu abro a porta para sair e o taxista me diz:
-Se precisar,a qualquer hora, aqui está o meu cartão.-ele me oferece um pedaço de papel.
-Obrigada,mas é provável que eu nem precise.-respondo um tanto rude.
O taxista me olha surpreso e vai embora sem se despedir.
Eu peço desculpas mentalmente por ser grosseira às vezes.
Entro no hotel e me dirijo à atendente da recepção:
-Sou Rosemeade Affray. Eu fiz reserva.
-Aqui está sua chave,senhorita Affray. O café da manhã vai das 8 às 11.-ela me entrega uma chave eletrônica em forma de cartão.
Eu subo até o 3° andar e entro no quarto 305.
Tranco a porta, largo a mochila no chão, tiro os sapatos e deito na cama,sem prestar muita atenção no resto do quarto. Colchão de molas. Simplesmente maravilhoso. Me mexo na cama e sinto algo sob o travesseiro. Enfio a mão para descobrir o que é e encontro uma pequena barra de chocolate.
Sorrio ao pensar na inocência e gentileza da cidade. Tão diferente de mim.
Acabo dormindo rápido e sonho com o maldito Mazda RX7. Aquele Mazda que ferrou a minha vida.
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Thanks To The Dress
RomanceRosemeade é uma garota libertina e sonhadora que não tem medo de coisas novas. Acostumada com metrópoles, ela se muda para uma pequena cidade onde não conhece ninguém; um lugar perfeito para fugir de seu passado. Um dia,ela vai a uma loja de roupas...