1º Capítulo

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Férias.. era hoje o último dia e eu ainda não estava preparada para a escola.. a minha mãe ainda não tinha arranjado tempo para ir comigo às compras para o material escolar, apenas tinha os livros e a mochila do ano passado.. e algumas coisas que restaram. A minha mãe vem-me ao quarto em plenas 7 horas da manhã e abre-me a perssiana para eu acordar, era assim que ela me habituava 2 semanas antes da escola começar após 3 meses de boa vida para me habituar. Levantei-me e fui tomar o pequeno almoço como sempre e voltei para o meu quarto, hoje era dia de limpezas, a minha mãe ia trabalhar às 14h e eu ia ficar em casa todo o dia com tudo para mim, quase que apostava, só ia para o meu pai daqui a uma semana, este fim-de-semana fiquei na minha mãe então levei com os cargos habituais. O meu padrasto estava em casa, mas basicamente o que ele fazia era tomar conta.. ou melhor, fazer de conta que cuidava da minha irmã mais nova... ele passa a vida agarrado ao telemóvel e ao computador, e o que diz à minha mãe é que eu é que sou uma viciada... ele ultimamente só barra comigo, eu não tenho culpa que ele esteja chateado com a minha mãe, sabe-se lá porque razões.. ninguém desabafa comigo nesta casa e quando se passa alguma coisa comigo sou obrigada a fazê-lo com alguém ou então marcam-me uma consulta no psicólogo, sempre achei que era controlada demais e era bem assim.. eu fazia alguma coisa, o meu padrasto ia a correr contar à minha mãe.. estava farta disto, quantas vezes eu me fechava no quarto sozinha e nem assim tinha privacidade, ele tinha programas e invadia o meu computador, ele não era meu pai e eu odiava quando ele se armava em sê-lo. Como era suposto, chegando as 14h a minha mãe já tinha saído de casa para chegar ao trabalho a tempo e horas  então a festa aqui ia começar. Soltei um bufo ao ouvir a sua voz, a minha mãe sai de casa ele trata-me da maneira que quer e lhe apeteçe, mas isso vai acabar, ou eu vou mudar e muito, não vou continuar a ser mais a menina querida que faz tudo para não ser prejudicada, para não me tirarem a internet, eu também gosto de a utilizar e acho que tenho esse direito, sim eu tenho andado um pouco viciado, mas isso é porque eu socializo.. e não deixo conversas a meio, já cheguei a fazer diretas eu sei que faz mal, mas poucas vezes na vida não interfere em nada, apenas o fazia porque estava de férias. 

" Rose faz favor de arrumares o teu quarto, e já sabes o que fazes com o resto, estou a tomar conta da tua irmã e se a tua mãe chega a casa e vê a barafunda igual quem leva com as culpas sou eu. " - disse ele com a cabeça a espreitar na porta do meu quarto, odiava... odiava este simples facto de ele nem bater à porta, nunca tive tanta confiança com ele referindo-me a de que maneiras eu estava, se eu estivesse de sutia... ele via e eu sou bastante reservada, não ia gostar e ia ficar a matutar isso até que fosse mais habitual como andar de cuecas à sua frente.

" Sim, vai lá para a sala... " - disse de um jeito normal e levantei-me da cama, fui à cozinha buscar os produtos de limpeza guardados no pequeno armário debaixo da banca e fui para o meu quarto, limpei o pó, fiz a cama, arrumei toda a roupa espalhada nas gavetas e pendurei os casacos no armário, aspirei e sucedi-me para as outras divisórias fazendo o mesmo. Estava cansada, ele que fizesse a cama e que arrumasse a sala em vez de estar sempre a bichanar no ecrã que segurava nas mãos.

" Faz tu o resto, vou para o quarto " - mal acabei de dizer, saio da sala e vou para o quarto, enquanto atravessava o corredor interpretei as suas palavras.

" Se a tua ideia é ires para o computador, escusas porque está programado, só tens internet às 15h "

" Qual é a ideia, porque é que está programado, o computador é meu, não tinhas de lhe mexer, tá?! "

" Não me falas assim percebeste? Pode ser teu o computador e eu quero lá saber, a internet sou eu que pago lembras-te? " - ele provoca-me mas eu não ia ficar ali a responder-lhe à letra pois ia perder muito com isso.

" Está bem então " - carranco e fecho-me no quarto, em 3 tempos desfiz a cama com raiva e bufei, tive de voltar a fazê-la ou se ele viesse ao quarto e visse mandava-me fazê-la e eu mal queria ouvir a sua voz. Tirei umas calças e uma camisola das gavetas, calçei umas sapatilhas e após me pentear, meti a trela na cadela e apenas lhe disse que a ia passear, na verdade eu ia aliviar as ideias, ia um bocado para longe daquele ambiente, longe da sua presença sem ter que o ouvir. Dei a volta ao prédio, e meti-me noutra rua que nunca fui, a cadela enervava-me pois tinha medo de tudo ao redor e ia para o meio da estrada quando os carros passavam, eu parecia uma maluca a tentar metela no passeio e ela a puxar, então deixei-a ir e devagar ia-a puxando não dando nas vistas. Retirei o telemóvel do bolso de trás das calças e parei no caminho, estavam a ligar-me, estava privado.

" Rose ? " - Ouvi do outro lado da linha.

" Sim, sou eu ... ?! " - Respondi naturalmente e curiosa, não estava a reconheçer a voz da mulher.

" É a tia, a mãe ligou a pedir que te levasse ao trabalho dela, estás em casa para te ir buscar agora ? " 

" Ah, tia... que bom, ahm eu vim passear a cadela mas se vens bucar-me vou já para casa! " - Finalmente, vou sair de casa.. agora sei lá eu o que a minha mãe me queria, não devia ser nada de especial, secalhar era para ir às compras com a minha tia até.

" Então vai que eu estou a ir, beijinhos até já querida. " 

" Até já " - Despedimonos da chamada e eu ajustei a trela da cadela e fui a correr com ela até casa, cheguei e apenas lhe dirigi a palavra antes de sair novamente de casa.

" Vou sair com a tia, vou ter com a mãe, até logo. " - Enquanto a minha tia não chegava esperei por ela sentada no passeio.

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⏰ Última atualização: Jul 30, 2015 ⏰

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