15. Errado (Revisado)

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Música:  Katy Perry - Unconditionally

Não se esqueçam das estrelinhas e dos comentários.

Boa leitura.

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***

Seu beijo suave e embriagante vai cessando até parar. Ele me encara. Eu o encaro de volta. E o que acabei de fazer cai sobre a minha cabeça como uma bomba. Corra, diz minha razão. Fique, diz o coração. Sigo a razão.

Saio correndo de volta para o meu quarto. Ouço os passos apressados de Mike atrás de mim. Não acredito que fiz isso. Droga! Como pude me deixar levar desta maneira?

– Junn. Espera! – ele grita. Eu ignoro. – Juniper!

Entro e fecho a porta com força. Lágrimas escorrem por meu rosto. Minha respiração irregular. Encosto a cabeça na porta e solto um suspiro pesado. As lágrimas continuam a cair. Mas afinal, porque eu estou chorando? Foi só um beijo. Um beijo e nada mais.

– Juniper, abre a porta. Precisamos conversar – ele diz do outro lado.

– Me deixa – peço com voz embargada.

– Mas...

– Por favor – ouço um suspiro, mas não sei identificar se é de decepção ou raiva.

– Tudo bem – diz finalmente.

Jogo-me na cama. As lágrimas finalmente pararam de cair. Quando estou mais tranquila, pego meu celular e começo a olhar minha agenda. Preciso conversar com alguém.

– Oi amiga – diz Hanna ao atender.

– Oi.

– Que voz é essa? Junn você estava chorando?

– Não – ela não vai acreditar nisso. – Quer dizer, talvez um pouco.

– O que aconteceu?

– Mike me beijou.

– O quê? – ela pergunta tão alto que eu tenho que afastar o telefone do ouvido. – Como? Quando? Onde? O que você sentiu?

– Calma. Não foi pra fofocar que eu liguei.

– Então, por quê?

– Hanna eu disse que o Mike me beijou.

– E eu ouvi.

– Não parece. Eu sou casada. Então, eu traí Eliot.

– Você é casada, mas não é morta. Foi só um beijo. Relaxa.

– Mas isso é errado – pisco algumas vezes para afastar as lágrimas que estão se acumulando em meus olhos.

– Junn, me ouve – eu tento estabilizar minha respiração. – Na escolha entre o certo e errado, escolha o que te faz feliz.

– De que livro você tirou isso?

– Não lembro – ela ri – mas me veio bem a calhar.

– Obrigada amiga.

– Eu sempre vou estar aqui. Mas agora me conta como foi.

Conto a ela tudo e como aconteceu. Desde a música até eu correr para o quarto. Ela me interrompeu algumas vezes para fazer perguntas. Até eu finalmente matar a curiosidade dela e desligarmos.

Ela me fez sentir melhor. Mas assim que me deito um nó se forma em minha garganta. Eu o traí. Nunca gostei de guardar segredos e, não é agora que vou começar a guardar. Eu vou contar ao Eliot. E estou pouco me importando com as consequências. Talvez, ele se divorcie, e eu trave uma guerra contra meu pai. Talvez, eu acabe com a amizade deles. Mas são riscos que eu vou correr.

Por Livre e Espontânea PressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora