Diários secretos

Capítulo sem título 18

Ola migas literárias. Havia falado anteriormente que não haveria mais capítulos narrados pelo Thiago, mais há algumas coisas que é necessário a explicação do lado dele.

Espero que gostem...

Há e se estiver gostando não esqueçam de dar seu voto e indicar. O sucesso da historia depende de todos nós :)

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Thiago

- Obrigado pela compressão Vivian, pode se retirar. –Segurei a porta para que Vivian saísse do meu escritório por pura educação, ainda não podia acreditar no que ela havia feito. – Espero que não aconteça novamente. –Ela confirma com um gesto e se retira rapidamente. Dar suspensão para a Vivian não havia sido agradável. Essa parte de administrar e ser pulso firme eram realmente uma coisa cansativa, Mais que eu sempre tirarei de letra. A única coisa que estava me incomodando no momento era essa vulnerabilidade que sentia em relação a Beatriz.

Todas as noites eu me deitava pensando nela, e meu primeiro pensamento do dia seguindo era em como ela teria passado a noite, o medo de perdê-la era tanto que eu acabava me tornando possessivo e passivo ao mesmo tempo. Minha mente vagou ao passado, a uma época que eu estava feliz também.

Eu e Deise éramos amigos de infância, fomos à faculdade juntos e começamos a sair na mesma época, me lembro claramente de seu sorriso encantador, seus olhos da cor de avelã. Seu cheiro de lavanda. Deise era tudo que eu pedi a Deus. Não poderia estar mais feliz, até quando ela foi diagnosticada com Câncer, foram dois anos de tratamentos, cirurgias, quimioterapia. Permaneci ao seu lado até o final, e aos vinte e dois anos ela faleceu. Deste então eu não havia me permitido se apaixonar por ninguém. Noites de farra e sexo casual. Tamara foi o que tive de mais próximo a um relacionamento, até eu conhecer Beatriz, algo nela me despertada a vontade de viver novamente, me permitia à chance de tentar ser feliz, de amar e ser amado. E essa proximidade esta nova forma de amar estava me deixando completamente vulnerável.

Na hora em que olhei nos olhos de Beatriz pude ver a raiva e frustação neles, pensei que ela iria embora, tudo o que ela mais temia aconteceu. Ser julgada e mal falada pelas más línguas deste lugar. A única condição que realmente a incomodava, Beatriz é uma menina discreta, tão discreta que não sei muito sobre a vida dela, só sei que seu pai morreu quando ela só tinha dez anos e sua mãe casará novamente. Pelo o que ela contou seu padrasto bebia muito e sua mãe trabalhava o dia todo não cuidando corretamente dela, cansada de viver no interior sem condição de crescimento resolverá partir sem dizer adeus.

Eu precisava aprender a me controlar, não deixar a emoção tomar conta de mim novamente, onde estava o cara que sempre soube o que fazer e quando fazer as coisas certas? Naquele começo de tarde eu mais parecia uma adolescente pedindo desculpas por algo que obviamente não havia sido culpa minha. Com os pensamentos ainda longe fui para a minha próxima reunião do dia.

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Beatriz

Não voltei para o trabalho naquela tarde, resolvi caminhar pela cidade, passando por lojas e lanchonetes no meu trajeto, as pessoas andavam apresadas pelas calçadas, enquanto eu passava tranquilamente pelos obstáculos humanos sem presa de chegar ao meu destino.

Havia muito a se considerar no momento. Não queria arriscar me encontrar com Vivian e sua cara de vaca fofoqueira, e muito menos com Thiago. Há meu doce Thiago, havia passado por momentos difíceis, e eu não sabia nem da metade do que aconteceu em seu passado.

Bom eu não sabia de seu passado até algumas horas atrás. Quando Tamara me abordou na porta do trabalho eu imaginei uma cena daquelas, típicas de novelas mexicanas, jamais pensei que seria a confidente daquela mulher. Tamara me procurou para simplesmente conversar sobre Thiago, me contou que nunca havia sido de fato sua namorada, mais que chegou bem próximo disso. Contou sobre o único amor dele, uma amiga de infância chamada Deise, dos anos que passaram juntos, da doença, e por fim da sua morte prematura.

-Como você sabe de tudo isso. –Perguntei para ela.

-Sei de tudo por que eu acompanhei essa historia de perto, sou prima de Deise. – Ela me contou de seu envolvimento com ele, de sua paixão, mais que sabia que quando o sentimento não é reciproco não vale apena insistir.

-Tamara, sinceramente eu agradeço a sua sinceridade e honestidade, mais ainda não entendi o que você realmente quer? – E de fato eu não entendia, do mesmo modo que tenho fantasmas do meu passado e não me sinto pronta para compartilhar Thiago teria os deles. Claro que nunca imaginei que seria isso, sei como dói perder alguém que se ama.

-Simples Beatriz, o Thiago não se envolve com nenhuma outra mulher a três anos, digo de assumir publicamente um relacionamento. Se ele fez isso agora é por que ele realmente gosta de você, ouso dizer que ele provavelmente já te ama. –Ela para de falar por um momento e solta um longo suspiro, pude notar a tristeza em sua voz. –E se ele te ama irá lhe apresentar a família, creio que será uma alegria para Dona Ana recebe-lo em casa novamente já que ele não aparece pelo rio a um bom tempo.

-Não sabia que ele é do rio de Janeiro. –A interrompo curiosa

-Sim ele é de lá. Desde que se formou veio para são Paulo e não voltou para o rio. E como eu sou daqui acabamos nos encontrando novamente. Enfim o que eu quero dizer é que se você não o ama, não o iluda, não faça sofrer novamente, ele pode parecer durão com aquela cara amarrada e os músculos e tudo mais, mas na verdade ele é um homem sensível, atencioso e que merece ser feliz.

As palavras de Tamara não saiam de minha mente. Sim eu o amava de verdade, isso não era algo no qual eu tinha duvidas. O que me incomodava era o fato de ele ter sofrido a perca de um grande amor, será que ele estava a substituindo por mim. Vendo alguém que não era eu e sim ela. Provavelmente eu só esteja arrumando uma desculpa para recuar, para não me entregar completamente ao que estou sentindo.

Sim. Amar é um terreno perigoso, um campo minado. Se pisarem no lugar errado. Bum. Nossos corações explodem em mil pesados.

Mais se nos dois caminharmos pelos lugares certos esta relação poderá dar certo. Não iria comentar nada sobre meu encontro com Tamara. Iria deixar ele a vontade, quando ele sentir que pode me contar suas coisas, medos e anseios iriamos conversar sobre nossos problemas, nossos fantasmas.

Tudo o que aconteceu hoje só serviu para me mostrar, me forçar a ver que a felicidade bateu em minha porta, e ela não costuma bater duas vezes. Eu precisava ver ele, precisava ver o homem que eu amo. Olho meu relógio de pulso e me assusto com a hora, já são quase seis da tarde. Passei a tarde toda andando pelas redondezas. Meu celular vibra dentro da bolsa. Quando o pego levo outro susto três chamadas perdidas do Thiago.

-Alo –Atendo no segundo toque.

-Onde você esta? Está bem? –Sua voz está apreensiva, me sinto ocupada por faze-lo se preocupar atoa.

-Estou bem sim Thi, só caminhando um pouco. Na verdade estou com uma fome daquelas, acabei não almoçando hoje. –Digo quando meu estomago protesta a falta de alimento.

-Eita vermelhinha, aonde você esta, vou te pegar para jantarmos o que acha?

-Perfeito, não precisa vir me buscar, estou próximo a um ponto de ônibus, daqui a dez minutos estou na sua casa pode ser? –Faço sinal para o ônibus me aproximando do ponto correndo para não perde-lo.

-Claro, já estou em casa, te vejo daqui a pouco princesa.

-Até meu lindo.

-Eu te amo Bia. ¬–Ele disse e desligou antes que eu respondesse. Sentei no ônibus e fiquei feliz, verdadeiramente feliz ao ouvir aquelas palavras. Eu amo Thiago e sei que sou amada da mesma maneira.