16. Certo (Revisado)

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Música: Broken angel - Boyce Avenue

Não esqueçam das minhas estrelinhas e comentários.

Boa leitura.

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***

Separamo-nos um pouco. Apenas para que possamos olhar um para o outro. Qualquer sinal de decepção desapareceu de seu semblante. Seu olhar agora é contente. Um sorriso toma conta de meus lábios. Ele me encara.

– Não faça isso – ele sussurra.

– O quê? – sussurro de volta.

– Você não sabe o que esse sorriso faz comigo – reponde sério.

Meu sorriso se alarga. Ele deposita um beijo no topo da minha cabeça. Uma vez me disseram que o beijo na testa é um sinal de proteção. Nunca acreditei de verdade nisso, até hoje. Eu realmente me sinto segura ao seu lado, como se nada nem ninguém pudesse me atingir, ou me machucar.

– É melhor eu voltar para o meu quarto. Tenho a impressão de que finalmente vou conseguir dormir tranquilo – franzo o cenho.

– Como assim "finalmente vai conseguir dormir tranquilo"?

– Você conseguiu me tirar o sono – sinto meu rosto corar – Boa noite, pequena.

Ele dá um beijo suave na minha bochecha e sai do quarto. Deixando-me atônita. Coloco a mão sobre o lugar que Mike beijou. Sinto a pele formigando. Sorrio involuntariamente.

– Boa noite – respondo um tempo depois que ele se foi.

Me troco para dormir. Mas sei que isso será quase impossível. Não paro de pensar que apenas uma parede me separa dele. Flashes invadem minha cabeça. A declaração. O abraço. Será que é realmente verdade?

Afasto essa pergunta de minha mente. Levanto-me. Vou até a parede, colocando a mão na superfície fria. Imagino ele estar fazendo o mesmo. Tentando sentir meu calor pelo concreto, assim como eu tento sentir o dele.

Não sei quando tempo já se passou, mas acredito não ser pouco. Minha mão está gelada, meus pés também. Meu corpo pede por descanso. Finalmente eu cedo e volto a deitar. Hora de tentar dormir.

***

ACORDO ME SENTINDO LEVE. Leve até de mais para quem teve apenas seis horas de sono. Tomo um banho e coloco um vestido longo com uma estampa geométrica. Quando estou terminando de fazer uma maquiagem clara, alguém bate na porta. Abro a mesma e Mike está encostado no batente.

– Bom dia, pequena – ele sorri.

– Não me chame de baixinha.

– Não chamei de baixinha. Chamei de pequena.

– E não é o mesmo?

– Não para mim – minha vez de sorrir

Ele entra no quarto, pega minhas malas e leva até o táxi, que nos espera na porta. Vamos até o aeroporto, conversando sobre como será a próxima propaganda. Não posso negar que teve mais sorrisos do que o necessário para uma conversa de negócios.

Já no avião, ele discretamente, às vezes, colocava sua mão sobre a minha. E cada vez que fazia isso, meu corpo recebia uma corrente elétrica, a partir do seu toque. Depois disfarçava e a colocava novamente no descanso.

Quando chegamos ao Rio de Janeiro, eu ligo para Andy, que nos dá o endereço do hotel. Mike teve mais facilidade para se comunicar com o taxista do que eu. Nunca me dediquei o suficiente ao português, sempre foi complexo de mais para mim.

Por Livre e Espontânea PressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora