5

56 5 1
                                    

Ao sair da sala depois de ser constrangido pela Tessa, fui directamente para as escadas de emergência, não sei explicar ao certo mais foi sempre naquele lugar que eu matei o dor de minhas mágoas sempre que algo de mal me acontecesse eu ia correndo para lá, estava naquela escola há 13 anos e aquelas escadas solitárias que raramente por lá passavam pessoas sempre foi o meu lugar de acolhimento.

Ao chegar lá, sentei-me e encolhi-me não que fosse ali para chorar, de jeito nenhum, raramente chorava, mas sim transpirava pelos olhos, é verdade perguntem ao meu médico. Continuando com a história, depois de estar encolhido senti a mão de alguém tocar em mim, era Vanessa.

- Estás a chorar? - pergunta ela.

- Homens não choram. - respondo.

- Pois, mas tu não és um homem, és uma criança com sérios problemas de humor. - diz ela tentando fazer-me sorrir.

E resulta.

- Sim, isso até pode ser verdade mas ao menos tenho um pouco de juízo e responsabilidade. - digo.

E ela também sorri.

- Nunca mais viemos para aqui. - comenta ela.

- Interessante, pensei que tinhas esquecido que também existo, já que agora tu e a Tessa estão muito amigas. - digo.

Sem resposta.

Sabem eu já estava a começava a ficar farto de perguntar e no final ficar sem respostas, eu sou uma pessoa muito paciente, costumo dizer que a minha mãe deu-me muita paciência e serenidade mas essa situação já começava a irritar-me.

- Olha Du, eu sei que podes estar curioso em saber o que a Tessa e eu temos feito nas últimas semanas, mas não te importes com isso, está bem? E se te sentes sozinho diz-me que eu vou te acolher mas tem mais um pouco de paciência, no final de tudo isso, eu prometo compensar-te.

Antes de responder comecei a considerar algumas coisas que a Vanessa disse: Eu não disse que me sentia sozinho apenas sentia-me incomodado com o facto de estarem muito amigas e que história é essa de "no final de tudo isso, eu prometo compensar-te", quis pressioná-la mas desisti para não criar embaraços na nossa relação, simplesmente disse:

- Está bem, eu terei mais paciência.

Ela sorriu e beijou-me.

- Se quiseres podes compensar-me agora. - digo.

Ela ri e diz:

- Perverso, quem sabe tu vais ter o que querias.

Olho para ela rindo e digo:

- Tu também vais ter o que querias.

E daí seguiram-se cenas de beijos poderiamos ir até mais longe, mas estavas na escola e aí o Calor Do Momento não tinha como irradiar e não só por isso, é que nós já estávamos juntos há 4 anos e já havíamos considerado que se fosse para acontecer iria acontecer mas de uma forma especial digna de uma recordação especial daquilo que iria ser a primeira vez.

Ao olhar para Vanessa eu podia ver o quanto ela era deslumbrante como uma estrela cadente, o sorriso dela era surreal tal como ver porcos a voarem ( falasse em mitologia mas o seu sorriso verdadeiro só eu conhecia ) , o olhar era apaixonante, o cheiro fazia lembrar Margaridas, e olha que sou alérgico à Margaridas, a maneira dela de andar relembrava a elegância e a irreverência de uma Top Model, a sua inteligência e audácia eram fascinantes e o melhor de tudo, seus beijos, eram tão deleitantes que me deixavam desnorteado.

De repente, o sino do intervalo tocou e nós levantamo-nos e saímos dali de mãos dadas.

Fomos até a lanchonete e lá estava a nossa zona de conforto, só que dessa vez também lá estavam a minha irmã Catarina, meu irmão Daniel, a Récia e o Nuno.

Vanessa e eu fomos comprar o nosso lanche e fomos sentar ao lado dos nossos amigos. Ficamos o intervalo todo ali a comer e conviver com eles.

- Então Marcos, estás pronto para o jogo de amanhã? - perguntou o Lúcio.

- Acho que sim, dessa vez tentarei chegar mais cedo. - digo.

- Acho bom, na semana passada tu chegaste 15 minutos depois do pontapé de saída e já estávamos a perder por 3-1, e o Alberto não é um bom goleiro. - disse o Carlos.

- Eh! Mas ao menos o treinador colocou-me aos 30 minutos da primeira parte e demos a volta ao marcador. - digo.

- Pois mais vale a pena avisar-te já. - disse o Nuno.

Eu não sei dizer ao certo o porquê, mas o Nuno e eu nunca fomos amigos mas mesmo assim ele insistia em estar falar comigo, nós nunca suportamos um ao outro, ele passava o tempo inteiro me provocando e mandando indirectas para mim e eu juro que eu dia eu dou um soco na cara dele.

- Ok rapazes, já chega de falar de desporto, já que amanhã também terão muito tempo para isso. - diz Récia.

- Vá lá Récia não podes mostrar um pouco de senso desportivo? - perguntou o Lúcio.

- Não, não me apetece. - retruca a Récia.

O sinal que marcava o final do intervalo tocou e como já estava combinado nós não iríamos assistir a palestra, pelo menos nós do curso de ciências sociais e políticas, já os nossos amigos de Engenharia não iriam ter aulas, por isso não ia fazer diferença em nada.

Então saímos da escola sem qualquer problema visto que nós somos amigos do Senhor Bastos que era o chefe dos vigilantes na escola e que era nosso amigo pessoal, visto que uma vez ajudá-mo-lo a não ser despedido.

Então fomos até a minha casa, visto que eu ainda não tinha um carro porque o meu pai ainda estava no famoso " dou ou não dou", eu era obrigado a viver da boleia dele ou dos meus amigos. No nosso grupo a Récia, o Pedro, a Teresa ( Tessa ), eram os únicos que tinham carro.

Continuando com história, chegando a minha casa nós fomos até ao quintal e como era Sexta-feira e o meu pai, normalmente, chegava de madrugada, não havia problema em dar uma pequena festa em casa. Por isso, na hora do fim das aulas liguei para algumas pessoas e encomendei comida e fomos comprar cervejas e refrigerantes. Não que eu seja de beber cerveja mas também sei que tenho amigos que bebem, mas também não comprei muita cerveja.

Quando todos chegaram começou a festa, mas não uma festa daquelas em que se partem janelas, até porque os meus não são tão malucos assim, até são boas pessoas e a música não estava assim tão alta. Até a Abigail apareceu por lá. Divertimo-nos muito e com tudo aquilo nem pensei nos acontecimentos daquele dia.

E assim foi o meu dia, no final da noite já todos haviam ido para casa e então eu e meu irmão Daniel arrumámos tudo e fechamos as portas e janelas. Eu estava completamente exausto, havia tido um dia bom e um pouco cansativo e o dia seguinte prometia ser ainda mais. Fui para o meu quarto e sem sequer trocar de roupa atirei-me na cama e num instante adormeci.

Venha A MimOnde histórias criam vida. Descubra agora