Capítulo dois

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Acordo cedo para mais um dia de trabalho, meu despertador tocou às sete da manhã. Levantei, tomei um banho rápido, vesti uma jeans desbotada, uma blusa do Ac/Dc, e calcei meu coturno, somente balancei os cabelos e eles moldaram-se perfeitamente, encostei-me na mesa do computador e olhei em volta, tentando lembrar onde larguei meu celular. Meu quarto é grande e bem espaçoso, tem uma cama de casal, um closet, uma escrivaninha onde fica maior parte da minha bagunça, e uma mesa com computador. Não tenho televisão pois acho fúteis, no entanto tenho vários e vários livros. Achei meu celular, guardei-o no bolso da calça, peguei de cima da escrivaninha a mochila e as chaves da minha Harley Davidson preta com pintura cromada, presente de aniversário que ganhei de Charles, ele sabe que sou louca por motocicletas. Abri a porta do quarto e fui para fora, fechei a porta e quando afastei - me fui parada bruscamente, pois minhas pulseiras ficaram presas na maçaneta.

-Droga, isso sempre acontece!- praguejei.

Desci as escadas e fui para a cozinha, comi uma barra de cereal e tomei um copo de iogurte. Saí da pequena mansão onde vivo desde que nasci, dei um rápido aceno de cabeça para Maria, que é a governanta, e atravessei o jardim lindo cheios de lírios brancos que enfeitam a frente de minha casa. Minha moto já estava a minha espera.
Já na estrada, acelerei e sentí a potência de minha moto, e o vento batendo em meu rosto, segui em linha reta por dez minutos, depois virei a esquerda, parando em frente a casa de Charles. Desliguei a moto, desci, e peguei a cópia das chaves da casa dele.

-Charlote querida, cheguei! Espero que ja esteja pronto.- digo entrando e fecho a porta atrás de mim.

Charles odeia que eu o chame assim e logo rebateu.

-Começou as brincadeirinhas de mal gosto cedo hoje hein.

-Mal gosto é o que você tem. Que DVDs são esses? A vida e morte de Jack criador de cabras? Isso é um filme ou mais uma de suas ilusões malucas de querer virar roteirista de cinema?- digo rindo, e pegando um dos DVDs que estão em cima da mesinha ao lado do abajur.

Charles aparece e beija meu rosto. Ele é alto, tem o corpo atlético, cabelos loiros na altura dos ombros e lindos olhos verdes. É o tipo de cara que por onde passa chama atenção das mulheres.

-Calça nova amor?- fala para mim tirando sarro.

-Gostou? Comprei uma igual pra você.

-Vai ficar melhor em mim.

-Cala a boca e vamos logo, tenho que chegar no horário, sou dona da empresa e preciso dá bom exemplo.

-Então escova pelo menos os dentes minha querida, porque bafo de onça que eu saiba não é um bom exemplo.

-Putz, é mesmo, que cabeça a minha, saí tão apressada que esqueci.

-Você só não esquece a cabeça porque precisa dela. Vá logo, sua escova está em meu quarto. E apresse, não posso chegar atrasado, sou vice diretor, e preciso dá bom exemplo.- diz com um sorriso irônico em seu rosto.

Chegamos a empresa em minha moto, entramos e cumprimentei a recepcionista.

-Bom dia Melissa.

-Bom dia senhorita Alice.

-Quantas vezes preciso falar, não precisa me chamar de senhorita, Melissa, pode me chamar pelo nome.- digo sorridente.

-Desculpe, Alice.- ela fala sem jeito.

-Bom dia Melissa.- fala Charles e pisca para ela.

-Bom dia Charles.- ela diz visivelmente envergonhada por eu notar a intimidade dos dois.

Entrando no elevador, selecionamos o décimo andar como destino.

-O que foi aquilo hein?- pergunto.

-Ficou com ciumes?- Charles diz com cara de sapeca.

-Muito ciúme, não notou minha cara de cão raivoso? Ha ha ha

-Não. Pensei que fosse sua cara normal.

-Vai te catar!- río.

Chegamos ao décimo andar, Charles despediu-se de mim, e entrou em sua sala. Segui direto em direção a minha sala. É a maior do andar. Eu acho desnecessário um lugar tão grande para eu ficar sozinha. Mas eu adoro. Nada melhor do que um tempo sem ninguém para trabalhar e pensar na vida.
Com a morte de meu pai, tive que assumir o controle de cinco empresas imobiliárias, então deixei outras pessoas em que meu pai confiava para direcionar as outras quatro em quanto controlo essa.
Minha secretária trouxe - me várias papeladas para ler. Há muita burocracia envolvida, mas além de arquitetura, também sou formada em direito. O que torna - se bem mais fácil quando têm - se uma pilha de papéis para assinar em cima de sua mesa.
Já está quase no horário de almoço, e todos aqueles documentos deram - me muita fome. Liguei para Charles chamando - o para almoçar comigo, mas ele iria a um restaurante com Melissa. Então decido ir sozinha a uma lanchonete próxima a Schneider. Desci de elevador, passei pela recepção e saí. Fui andando distraída pela calçada, observando as coisas em volta, o tráfego de carros, as pessoas agitadas, e sempre apressadas, parece que nunca há sossego por aqui.
Já a duas quadras distante, olhei para o outro lado da rua e quase desmaio com o que vi. Não acreditei em que meus olhos viam. Parei bruscamente e quase derrubei a mulher que caminhava atrás de mim.

-Desculpe - me.- falei ainda olhando para aquela maravilha. Minha nossa, o que era aquilo?!

Prazer insaciávelOnde histórias criam vida. Descubra agora