Parecia fácil apenas retomar minha vida, voltar a faculdade, ao trabalho, mas não era. Manter um sorriso sempre no rosto, com o coração verdadeiramente partido e sem derramar lagrimas não era uma tarefa fácil.
Queria sumir, fugir, ir para qualquer lugar. Longe de tudo e de todos. Um lugar só meu, onde eu pudesse gritar, chorar, sofrer. Sentir tudo que estava guardado dentro de mim e que eu não podia demostrar. Tudo era escondido de todos. Ninguém podia me ajudar.
Mais um ano começaria na faculdade e lá estava eu de novo. Metade do curso já ficara para trás, só faltava mais metade. Esse seria o primeiro ano em que faria estagio em alguma escola. A unica coisa que me segurava ali, era meus estudos. Não ia ser julgada por fracassada novamente. Não ia parar algo no meio do caminho.
Meu primeiro dia de estagio foi também meu pior pesadelo. Não se assuste, o estagio não deve ser assim, mas comigo que tudo dava errado foi. A professora a qual eu apenas deveria observar o trabalho, me largou sozinha na sala. Eu deveria dar aula para ela, foi a ordem que me deu, mas havia um detalhe. Em uma das turmas havia um aluno especial, e eu não havia aprendido ainda como lidar como uma situação dessas.
Cinco aulas e sai de lá chorando, não queria nunca mais voltar. Não fui para a aula naquela noite. Chorei muito. Porque tudo dava errado comigo? Não sei.
Entre lagrimas falei que não voltaria mais para o estagio, aquilo tinha sido um pesadelo, mas havia uma voz que me repetia a mesma frase de tempos atras, "Você vai parar mais um curso? E vai fazer o que? Você nunca termina o que começa". Sim era minha mãe novamente. Sei que nunca foi a intenção dela, mas sempre me disse coisas que não me motivaram, apenas me deprimiam.
A raiva tomou conta do meu desespero, e então mesmo descobrindo que não queria mais exercer a profissão a qual iria me formar, eu decidi ir até o fim. Não importava o quanto isso ia me custar.
Conclui o estagio com total exito, nos dois últimos anos da faculdade. Fiz meu melhor, mas ainda não me formei, então não recebi os parabéns pelo diploma que ainda não conquistei.
Você deve se perguntar. Como assim não conquistou?. Bem estou falando de anos mais recentes de minha vida. Parece confuso, mas logo tudo ficara claro. Apesar de me dirigir nas palavras no passado, estamos chegando no meu presente. No hoje.
No ultimo ano da faculdade eu encontraria com meu pior pesadelo. A japonesa. Uma professora baixinha, descendente de orientais e que se tornou um grande peso na minha vida.
Notas vermelhas eu tirava sim, mas era 6,5 ou 6,0 (a média da faculdade era 7,0) e com um pouquinho de esforço eu recuperava e passava. Nunca fiz um exame na faculdade (prova para aqueles que não atingiram a média, uma forma de recuperação). Mas com ela, as coisas iam ser bem diferentes.
Duas provas por bimestre, esse foi o combinado com a turma. Cada uma valeria 5,0, para chegarmos aos 10,0 do bimestre. Parecia fácil, entendi os textos e fui para a primeira das provas daquele ano. Minha nota 1,0. Como assim?. Fiquei brava, mas fazer o que, ainda havia mais uma prova e eu poderia tirar os 5,0.
Me esforcei mais, estudei mais e fui confiante para a prova. Nota 1,5. Parecia que havia aberto um buraco no chão. Perdi o rumo, perdi tudo. Chorei sem para aquela folha, minha nota total seria 2,5. Eu nunca havia tirado uma nota tão baixa e com tanto estudo. Eu não conseguia mais olhar para ela.
O pânico voltara, quatro aulas seguidas da mesma pessoa, e eu não conseguia permanecer na sala, mas precisava. Eu já sabia que iria reprovar por nota, era impossível recuperar, mas pelo menos, se eu frequenta-se poderia ficar em casa no ano seguinte, não seria obrigada a frequentar as aulas.
Calmante redobrado, tomava na entrada da aula e na saída. Tremia na sala, por não querer estar ali. Olhava para a apostila, nunca para ela. Um ano de tormentos, sabendo que meus amigos iriam se formar e eu ficaria mais um ano ali e com ela na minha cola.
Tinha planos para o ano seguinte, iria começar outra faculdade, algo que me interessa-se. E terminaria a matéria dela. Esse ultimo ano de faculdade parecia interminável. Eu reprovaria na matéria dela, somente na dela, isso era um fato.
Resolvi namorar para esquecer um pouco dos problemas e isso me causou mais problemas ainda.
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Em busca da felicidade
Roman d'amourUma vida... cheia de sonhos, desejos e ambições.... Mas o que é felicidade para encontra-la.... não sei, mas tenho certeza que vou em busca dela....