À Beira da Vida

Prólogo

Seres humanos...

Dotados de incríveis características que fazem de sua existência algo especial. Cobertos de capacidade para enfrentar e superar inúmeros problemas e intelecto o suficiente para criar das mais criativas formas, apetrechos e equipamentos que sofistiquem seus tão preciosos minutos de vida, ajudando no dia-a-dia de muitos.

São os mesmos humanos que matam, roubam, mentem, julgam, estupram e discriminam. 

Com a mesma capacidade que a entidade "Homem" cria e descobre, ela se mutila e se destrói.

Demorou mais que o esperado para acontecer, o inevitável "Fim do Mundo" que veio cavalgando nos misseis da guerra que a constante luta entre países para se tornarem os líderes do nada nos proporcionou.

Pouco antes da primeira bomba nuclear explodir, mesmo após de milhares já estarem mortos àquela altura, antes mesmo de ela ter sido lançada, a humanidade já tinha percebido. 

Enquanto a grande nuvem de cogumelo se erguia no céu, cobrindo em negras sombras os corpos dilacerados no chão, um único pensamento cobriu a mente de todos os olhares que em segurança assistiam:

"É tarde demais!"

-

Estava feito.

A guerra acabou, com a percepção de que o sangue derramado não traria resultados mágicos e com sentimento de que não existiam inocentes, as pessoas esganavam, roubavam e matavam em busca de garantir sua própria segurança.

A guerra tinha acabado, mas a violência sempre foi uma constante.

Com o tempo, os cadáveres apodreceram nas ruas e foram cobertos pela poeira. Uma parte dos poucos que restaram, vivem seus dias tentando adiar o momento em que a morte os fará uma visita. Outra parte se entregou à loucura causada pela pressão da situação e eventualmente saem às ruas com o único propósito de não terem propósito algum. Matam, esfaqueiam, destroem e depredam o que restou para ser depredado, simplesmente por que podem e por que não existe nada mais para ser feito. Ambas as partes dividem da mesma realidade. Ambos se encontram a espera da morte...

Ambos se encontram à beira da vida.