Capítulo sete

473 26 4
                                    

Antony Richard*

Comecei a preparar-me as seis e meia da tarde para ir a minha boate, checar se estava tudo certo como de costume. Estava com uma calça jeans, um tênis novo que havia comprado no dia anterior, e uma camisa polo branca.
Cheguei a boate Danger em minha moto às sete e vinte. Às sete meia já estava tudo pronto por lá, e chegava gente a todo momento. Fiquei bastante tempo em um canto distante só observando tudo, as pessoas que chegavam e saíam. Fiquei por lá tomando uma cerveja e olhando uma mulher bonita, que ao perceber meus olhares começou a dançar animada e sensual, mas logo deixei de prestar atenção nela, pois a única mulher que eu queria naquele momento era Alice. Passei o dia inteiro pensando nela, e em como eu a queria para mim.
Nunca tinha acontecido isso comigo, e eu estava surpreso com o rumo de meus pensamentos. Eu distraia-me com outros assuntos, mas sempre voltava a ela, seus lindos olhos azuis, e aquele sorriso manhoso em seus lábios perfeitamente desenhados. Volto a realidade e percebo que a mulher que eu havia observado estava agora em minha frente com um sorriso vermelho de batom que mais parecia o coringa do que uma mulher, mas que serviria para matar a vontade, e tirar a Alice da minha cabeça momentaneamente.

-Olá.

-Oi.- digo jogando meu charme.

-Você vem sempre aqui?

-Só todos os dias. Sou dono do lugar.

-Sério? Que legal.

A mulher com quem converso é alta, com corpo esbelto, do jeito que gosto, olhos castanhos e cabelos tingidos de louro. É uma mulher muito bonita, apesar desse batom exagerado e maquiagem forte. "Odeio maquiagem" penso. Para mim a maquiagem oculta a verdadeira beleza da mulher, mas parece que todas querem mudar seu rosto, e acabam escondendo sua naturalidade. A única mulher que conheci que não usa maquiagem é Alice. Seu rosto é perfeito, e parece que sabe disso pois não faz questão nem uma de esconder aquela beleza inigualável.
Que droga, eu já estava pensando nela de novo. Só então percebi que a mulher estava falando comigo.

-Desculpe?

-Eu tava dizendo... bem, deixa pra lá, meu nome é Louise.- e sorri encantadora como o coringa.

-Sou Antony. E é uma honra tê -la em meu estabelecimento.- digo sorrindo daquela forma que sei que as enlouquecem. Ela sorri e remexe-se em suas roupas, imagino que com a provocação que a causei.

-Você p...- e foi a única coisa que ouvi ela falar, pois agora nesse instante eu via minha Alice entrar na boate e ir em direção ao bar. Meu coração quase para de felicidade.
Deixei a mulher falando sozinha e saí andando em direção a ela. Quando ja estava perto parei bruscamente. Logo ao lado dela havia um homem com quem conversava. Não podia acreditar. Era Josh. Aquele filho da mãe estava pegando minha garota. Não queria aceitar aquilo que meus olhos miravam. Uma súbita raiva subiu por todo meu corpo, e fez-me tremer. Eu precisava fazer algo para tirar aquele merda de perto de minha Alice. Josh era meu amigo, mas entrou em território inimigo. Ele a beijou, ela retribuiu. Um ódio enorme consumia-me e dificultava minha respiração. Eu precisava tirar aquele safado de perto dela agora. Aproximei-me, ela parou de beijá -lo e olhou em volta, como se soubesse que eu estava por perto. Então parei atrás de um grupo de pessoas para ela não ver - me. Mas logo eles voltaram a se beijar. Eu necessitava tirar ela desse cara, então tive uma ideia, e fui para fora da boate.

-Josh, sou eu, Antony.

-Oi.

-Tô precisando da sua ajuda cara.

-Não posso agora.- responde

-Vem logo cara, tô passando muito mal e você sabe que não tenho ninguém pra me ajudar.

-Mas...

-Por favor cara. Tô em casa. Vem logo.- digo usando um tom de súplica.

-Tudo bem... Já estou indo.

-Beleza.

Fiquei atrás de um carro, olhando quem saía, e logo Josh saiu apressado, entrou em seu carro e partiu. Pensei "Desculpe Josh amigo, mas aquela garota é minha... só minha".

Voltei a boate a vi que Alice não estava mais no mesmo lugar, então caminhei entre as pessoas em busca dela. Logo a achei. Ela estava sentada em um banco no canto da boate, distraída, com o rosto virado para o teto e de olhos fechados. Caminhei em sua direção, mas um homem louro de cabelos compridos chegou ao seu lado e beijou seu pescoço. "Que droga, mais outro!?!" penso indignado e irritado.

Prazer insaciávelOnde histórias criam vida. Descubra agora