//Capítulo 6//
"Mas eu já falei com outro rapaz."
Finalmente tinha chegado o dia. Hoje era o dia em que a minha irmã tinha combinado falar comigo e com a minha mãe. E eu não podia estar mais contente. Saber que a minha irmã não se tinha esquecido de mim e que ainda se preocupava comigo era das melhores sensações que eu alguma vez poderia sentir.
Já não a via há quase um mês, mas não a censuro. Ela sempre quis ir para uma boa universidade e ali estava ela, a estudar em Oxford e a concretizar o seu sonho. E eu não podia estar mais orgulhosa.
"Alexandria," A minha mãe chamou da sala. "Já está a chamar e a tua irmã não vai demorar muito a aceitar a chamada."
Saí rapidamente do meu quarto e fui para a sala. Nesta já se encontrava a minha mãe sentada no sofá e o computador com o Skype aberto estava em cima da mesa de centro.
Mal a minha mãe me viu, levantou-se do sofá para eu me puder sentar onde quisesse. Sentei-me e, logo de seguida, a minha progenitora sentou-se a cerca de trinta centímetros de mim. Estas pequenas ações que a minha mãe fazia davam-me a certeza de que a minha mãe se preocupava comigo e que me respeitava.
O computador estava mais afastado, dando uma maior visão à minha irmã para que ela nos pudesse ver, visto eu e a minha mãe estarmos a uma distância que os familiares normais não têm. Eu não sou normal.
Pouco tempo tive de esperar até uma rapariga sorridente aparecer no ecrã. A minha irmã era realmente uma rapariga bonita. O seu cabelo loiro fazia com que os seus olhos castanhos saltassem à vista, dando um bonito contraste entre as duas cores. Em pouco éramos parecidas, apenas os olhos, mas mesmo assim os seus conseguiam ser mais escuros que os meus. Pode dizer-se que a minha irmã é mais parecida com a minha mãe e que eu sou mais parecida com o meu pai, pelo menos é o que dizem. Eu de pouco me lembro do meu pai, e nós também não temos fotos dele por causa do homem que já foi meu padrasto. O meu pai deixou-nos pouco tempo depois de eu nascer, e pelo que a minha mãe me diz, ele apenas se foi embora por achar que eu não era filha dele. O meu padrasto fez sempre o papel de meu pai, mas isso até uma certa altura. Os pais não fazem ás filhas o que ele me fez, ou o que ele fez à minha irmã.
"Olá mãe! Olá Bu!" A minha irmã cumprimentou-nos.
'Bu' era a minha alcunha, mas ela era a única que me chamava isso.
Não pude evitar sorrir quando ouvi a voz dela, apesar desta ter algumas alterações feitas pelo computador. Na verdade, nem tenho a certeza se tem algumas alterações. Não falo com ela cara a cara há tanto tempo que é difícil de me lembrar do som da voz dela.
"Olá." Eu e a minha mãe dissemos em coro.
"Então, como é que vão as coisas aí na universidade?" A minha mãe perguntou.
"Muito bem. Foi uma sorte ter entrado, não vou desperdiçar a oportunidade." A Barbara respondeu, pegando no computador e levando-o para outro lado.
"Ainda serás o próximo Stephen Hawking, mas no sexo feminino." Eu brinquei.
"Oh, para isso ainda tenho de trabalhar muito." Ela gargalhou.
Eu gostava de comparar a minha irmã ao Stephen Hawking. Este era o físico favorito da minha irmã e ela, desde que me lembro, dizia que seria igual a ele, pois ela também queria seguir física. Lembro-me de que quando ela tinha quinze anos, a minha mãe comprou-lhe um livro do físico e ela ficou radiante.
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Dark Past || Hood [PARADA]
Teen FictionTodos temos um passado. Podemos deixar que esse passado nos afete ou ultrapassá-lo. Ela deixou o passado afetá-la, mas ele tenciona ajudá-la porque também ele sofreu com o passado. Copyright © 1-800-STFU (Carolina) All Rights Reserved