Prólogo: Quitando Dívidas

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15 de maio de 1960 - Madame Satan

O letreiro contornado por uma falha luz vermelha estava fixado e pairava torto sobre a porta do prostíbulo, do mesmo jeito que Helio havia deixado há cinco anos, quando foi fazer seu ultimo trabalho. Entrou no local e dirigiu-se até o bar, aguardou até ser atendido por um belo rapaz de longos cabelos loiros que trajava um colete aberto mostrando seu peitoral e barriga definidos. Ao ser perguntado sobre seu pedido, pediu para que o deixasse conversar com Adalto, o dono do local. Um homem sem moral, pudor ou qualquer senso de ética que fazia tudo por qualquer punhado de dinheiro que lhe fosse oferecido.

-Diga que a melhor diversão da casa veio lhe fazer uma visita.

Apos aguardar breves minutos, o barman lhe chamou de uma das portas que levavam aos camarins da casa e o levou até a sala de Adalto. Ao entrar, pediu que fosse deixado a sós com ele, e após o consentimento do chefe deixou a sala com a porta fechada.

-Se você é quem eu penso que é, devo adimitir que o tempo foi seu aliado mais fiel. Você é o garoto Helio, não é?
-Vejo que continua com boa memória. Devo dizer que pra você cinco anos não devem ter parecido mais de cinco dias. Sentiu minha falta? - a pergunta foi seguida de um sonoro riso do homem.

-Eu? Adalto Zanza, sentir falta de puta? Você só pode estar gozando com a minha cara. - Helio lhe sorriu cinicamente. O homem não mudava, sua voz rouca e escandalosa continuava igual, e não se livrara do ar de superioridade que carregava.

-Olha, eu bem deveria estar fazendo isso, uma vez que por três anos, você adorava gozar na minha.

-Eram bons tempos, devo adimitir. Porém, você me abandonou, um dos trabalhos mais lucrativos de sua carreira, e você me deixou na mão, puta imunda. - carreira, foi a vez dele gargalhar.

-Carreira? Você com certeza não é desse mundo. - soltou os suspensórios vermelhos e desabotoou os punhos da camisa preta, enquando dirigia-se para perto da mesa de Adalto.

-Dois dias. Era o tempo que você passaria fora. Três dias depois eu saí à sua procura e à procura de Laerte, aquele canalha. Pensei que tivesse te matado, e eu estava pronto para mata-lo. Não por sua causa, não se sinta importante, mas porque não gosto de devedores. - Adalto tinha o costume de usar a camisa aberta em sua sala, exibindo seu corpo másculo, peludo e naturalmente moreno, um corpo muito bonito para um homem de cinquenta anos. A braguilha da calça sempre aberta contendo o chamativo volume de seu pênis. Pois se um funcionário ou funcionária fosse chamado até a sala de Adalto sem motivo nenhum, estaria indo servi-lo, e ele estava sempre pronto para ser servido. - Então descobri que o safado foi encontrado amarrado na cama, com a rola pra fora e uma rachadura no meio da careca. O que tem a me dizer sobre isso?

Hélio então tirou os sapatos e começou a desabotoar a camisa, contornou a mesa e sentou-se nela de frente para Adalto. - Se quer respostas, tem que pagar por elas.- dizia enquanto pousava seu pé sobre a braguilha de sua calça e massageava-o lentamente. Adalto lançou um olhar que devorava seu peito pálido e nu.

-Você quer dizer...

- À boa e velha moda da casa. - Helio então levantou-se e tirou sua camisa, mostrando o corpo forte, definido e belo. E sem mais ensaios, sentou no colo de Adalto e começou a mexer seus quadris, enquanto o experiente homem não perdeu tempo em segura-lo firme enquanto tinha seu peito acariciado pelo mais novo.

-Sua cara mudou, mas sua essência de puta continua a mesma. Ande garoto, me sirva como sabe fazer.

Helio então começou uma trilha de beijos que ia do tórax até a braguilha aberta de Adalto, arrancando suspiros e xingamentos. Seu pênis grosso pulsava dentro de sua calça, e Helio sabia exatamente o que fazer com ele. Tirou as calças do homem e abocanhou seus testículos enquanto masturbava seu pênis. O velho gemia e se contorcia na cadeira enquanto xingava Helio e involuntariamente beliscava os próprios mamilos.

-Venha, sirva-me com essa bundinha gostosa.

Helio então lubrificou sua entrada e se preparou para sentar no membro de Adalto, que parecia ansioso pelo que estava por vir. E então sentou-se. Durante muitos minutos, ele rebolou e pulou no colo do cafetão, que ofegava e pedia por mais em gemidos audíveis. Helio segurava a gravata de Adalto com a mão direita enquanto cavalgava em seu pênis. O homem gemia e xingava e batia em suas nádegas enquanto ele rebolava cada vez mais. Um sorriso malicioso então tomou conta de sua face.

-Escuta... A-Adalto...

-Cala a boca sua puta, não para de rebolar. Oh, assim...

-Quer... saber como... Como Laerte morreu?

-Agora não garoto... Não me broxa... Eu to quase...

Sem parar de pular em seu pênis, Helio aproximou seu rosto ao de Adalto e sussurrou em seu ouvido "Eu o matei enquanto transavamos."

A expressão de Adalto foi de prazer a terror quase que instantaneamente, mas antes que pudesse reagir, Helio usou a mão esquerda para apertar o nó de sua gravata o máximo que pode, sem deixar de rebolar. O rosto de Adalto foi ficando mais e mais vermelho, enquanto ele tentava inutilmente lutar contra o peso de Helio sobre seu corpo. Suas mãos não faziam nada alem de tocar os braços fortes do garoto que apertava o nó com uma força brutal. Sua boca aberta buscava por ar, mas era inútil.

-Eu quero que você me diga quem é a puta suja agora, seu filho da puta! - Helio usou mais força para apertar o nó, e então o corpo do cafetão amoleceu por completo. Adalto estava morto.

Helio saiu de cima do corpo morto de seu antigo carrasco, se trocou e deixou o escritório. Antes de sair do prostíbulo, chamou o rapaz que o atendeu e lhe deu uma gorda gorjeta. O rapaz não havia entendido o por quê de tamanha gentileza e até recusou tanto dinheiro, alegando que teria que prestar contas à Adalto. Helio sorriu e deu-lhe um selinho.

-Acredite em mim, Adalto não é mais uma preocupação em sua vida. E eu fui com a sua cara. Saia daqui agora e veja no que esse dinheiro pode te ajudar. Infelizmente não posso dar mais, espero que isso seja suficiente pra você dar uma sumida. Até um dia.

Um carro preto esperava Helio na saída do beco, não devia estar ali ha muito mais de dez minutos, chegou no horário combinado. O rapaz então entrou no carro, que logo deu partida e saiu dali, deixando parar trás o que ele considerava o fim de um péssimo capítulo de sua vida.

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⏰ Última atualização: Aug 14, 2015 ⏰

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