Minha namorada é um demônio

Errar é humano,mas persistir no erro é burrice.

Lucy abriu os olhos,tudo rodava a sua volta,balançou a cabeça e viu uma silhueta sentado em uma poltrona,pensou ser Dan, mas ao forçar a visão notou um garoto de cabelos pretos,como sempre impecáveis, olhos azuis cansados e um sorriso sem graça : Mat.

- Oi. - Disse,e se aproximou dela.
- Oi. - Respondeu,com um olhar apreensivo.
- Imagino que esteja me odiando agora.
- Não. Na verdade não. - Sorriu. - Mas me conhecendo bem, deveria querer te matar.
- Sinto muito!! - Realmente sentia.
- Tudo bem,eu me recupero.
- Não, não por isso. Por agir feito idiota,por gritar com você, por te bater ... - A mágoa era eminente na voz. - Na verdade tenho agido feito idiota dês de que você chegou. Você é tão legal,se preocupa e eu te trato assim. Não é justo.
- Não, eu entendo,eu irrito as pessoas a minha volta. - Suspirou,Mat sentou ao seu lado na cama.
- Não, está errada,você consegue passar segurança.
- Sério, Mat ... Não precisa fazer isso,eu sei que não é fácil conviver comigo, a Cá só convive porque é minha irmã.
- Eu nem sei como me desculpar. Se eu puder fazer alguma coisa!!
- Mat,eu entendo,sério. - Segurou sua mão delicadamente. - Você perdeu pessoas importantes, estava destruído por dentro. Tudo bem.
- Isso não é motivo para eu descontar em você.
- Eu meio que fiz isso também. - Sorriu nostálgica. - Quando perdi meu pai.
- Sinto muito.
- Tudo bem. Eu já superei,eu acho ...
- Estão tudo bem? Quer dizer,não me odeia,certo?
- Certo. - Sorriu.
- Ah,obrigado. - A abraçou, ela retribuiu o abraço. - Lu,acho que a Clary e o Dan vão querer te ver também,todos sentimos a sua falta,ficamos perdidos sem você.
- Claro. Manda eles entrarem.

Mat beijou a testa dela e sorriu, sumindo pela porta. Lucy encarou o quarto com estranheza, ainda era o quarto da mansão,tudo era familiar e ao mesmo tempo estranho. Forçou a visão mais uma vez.

- Lucy, posso entrar?
- Pode.

Clary correu até a irmã e a abraçou, começou a chorar de felicidade.

- Eu senti sua falta. Tive medo e você não estava lá. - Disse.
- Cá,tudo bem,estou aqui,não estou?
- Como se sente?
- Estranha, muito estranha !!
- Você dormiu por dois dias seguidos. Deve ser por isso.
- Quê? - Lucy arregalou os olhos. - Aconteceu alguma coisa depois daquela batalha?
- Estranhamente nada. - Deu de ombro.
- Nada tipo nada? - Franziu a testa.
- Isso. Nada de demônios.
- Ah,ok então.
- Ok? Não vai ficar preocupada?
- Não.
- Ótimo então. - Sorriu. - Vai ficar, certo?
- Deveria?
- Lu,eu não faço a mínima ideia do que fazer quando você não está.
- Bom,digamos que eu não abandonei a missão, apenas fui esfriar a cabeça. Mas de todo jeito vou embora quando isso acabar.
- Eu sei. - Estremeceu.
- Acho que não vai demorar muito para isso acontecer,acho que a grande batalha se aproxima. Em todo caso melhor eu levantar.
- Nada disso. Você vai ficar aí, não parece bem.
- Ei !! - Resmungou. - Eu sei me cuidar!!
- E o Dan quer ver você, te dar uma coisa...
- Eu quero tomar banho. - Procurou a espada no bolso. - Quero minha espada também. Onde está minha espada?
- Acho que já está bem. - Deu uma gargalhada. - Voltou a resmungar. A sua espada está na última gaveta.
- Vou tomar um banho. O Dan pode esperar.
- Acho que não muito tempo. Ele está com sérios problemas, Lu.
- Que tipo de problemas? - Encarou a irmã,assutada.
- Bom,ele não para de beber,e fica parecendo louco querendo quebrar tudo.

Lucy franziu a testa mas não disse nada,apenas andou até o banheiro e afundou na banheira,realmente precisava de um banho.

Depois que tomou banho foi até o closet e andou em círculos passando os dedos delicadamente pelas roupas,parou em um vestido rosa de ceda bem delicado,simplesmente sentiu vontade de usá - lo. Colocou uma bota vermelha, a sua favorita na verdade. Arrumou o cabelo e passou seu batom rosa. Andou pelo corredor.

Se deparou com uma figura alta e esguia,estava com o rosto virado para o final do corredor,o mesmo cabelo loiro bagunçado, o mesmo jeito largado,sentiu uma alegria familiar,o mesmo formigamento no corpo. Sorriu e correu em sua direção, o abraçou, passando as mãos pequenas em volta do seu peito,percebeu o susto de Dan pela respiração acelerada. O abraçou com todas as forças que tinha.